Developer: Chillin’ Wolf
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 31 de Outubro de 2022

Jogos de quebra-cabeças são sempre um bom ponto de partida para estúdios independentes. Além, de ser um género flexível no campo da implementação de ideias, servem igualmente para a consolidação e crescimento de equipas de desenvolvimento. Oferecem uma razoável liberdade para que todos possam ser criativos, e aprenderem ao mesmo tempo como funciona a indústria nas suas diversas fases.

Necroboy: Path to Evilship é um bom exemplo disso mesmo. Desenvolvido pelo estúdio Chillin’ Wolf, este título de puzzles tenta cativar o jogador pela sua simplicidade, no entanto, entregando uma história e um conceito bastante original. E tal como em muitos outros casos, além do objectivo evidente do tipo de jogabilidade que proporciona, tenta igualmente transmitir uma mensagem poderosa, que vale bem a pena absorver.

Conta a história de uma pequena e inocente criança que foi abandonada pela sua família no reino de Nakera. E vendo-se completamente sozinha e desamparada nesta vasta e sombria floresta, teve de aprender a sobreviver por quaisquer meios. No entanto, foi esta experiência que esteve na base do seu precoce crescimento, e também na descoberta dos incríveis poderes que detinha. O medo que outrora teve, inverteu-se, sendo ele agora quem deverá ser temido.

Com a capacidade de comunicar com as almas daqueles que já partiram, percebeu que podia fazer com que estes regressassem de maneira a ajudá-lo em momentos de necessidade. Mas foi também uma maldição que o afastou cada vez mais do mundo dos vivos, gerando um ódio pelos seus semelhantes cada vez mais difícil de controlar. Foi por essa razão que estabeleceu um propósito para si mesmo: conquistar o reino que lhe virou costas e recriá-lo à sua própria imagem. Um dia descartado, agora seria receado como o mais poderoso senhor do mal que já existiu. pelo menos, era isso em que acreditava, ou não estivéssemos nós a falar da mente fantasiosa de uma criança.

Necroboy é o nome pelo qual este aspirante a vilão se apresenta, e irá rapidamente perceber que nem tudo é assim tão fácil. E parece que o seu primeiro desafio será mesmo o de conseguir o respeito das almas dos falecidos que supostamente o deviam seguir sem contestação. Mas isso não o desmotiva, e parece mesmo determinado em prosseguir no desígnio que julga estar na origem da sua existência. É uma proposta mais inclinada para a faixa etária dos mais novos, e é algo que se percebe imediatamente pelos diálogos virados para um humor mais ligeiro.

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Passando para a jogabilidade, vamos ter de completar quebra-cabeças numa longa masmorra, cujo objectivo é completar percursos abrindo portas que nos bloqueiam o caminho. Para isso vamos ter a ajuda de pequenas almas-penadas que podemos fazer regressar do mundo dos mortos utilizando os nossos poderes de necromancer. Serão elas que comandaremos para nos abrirem as portas através de dispositivos colocados estrategicamente, de maneira a que tenhamos de pensar bem a ordem em que serão accionados.

Pode parecer simples, e é, de facto, porém, os puzzles vão ficando cada vez mais complexos à medida que os vamos ultrapassando. Felizmente, temos outras habilidades que serão essenciais, como congelar as almas para ficarem nos locais mais convenientes, ou a capacidade de podermos ver todas as ligações entre objectos. Tudo terá a sua importância e terá de ser usado nos momentos indicados para que nessa sequência possamos avançar porta a porta. É uma lógica de quebra-cabeças bastante original, especialmente dado o tema que foi encontrado para que pudesse acontecer.

Todavia, embora a dificuldade dos puzzles vá aumentando, e em alguns casos se torna realmente complicado de encontrar a solução, a diversidade dos puzzles deixa um pouco a desejar, torando tudo um pouco repetitivo. Juntando a isso comandos  desconfortáveis e a movimentação atrapalhada do protagonista (principalmente com teclado e rato) e por vezes é muito mais frustrante do que divertido. Ainda assim, para quem gosta de quebra-cabeças terá aqui alguns muitíssimo desafiantes, e que conseguem entreter minimamente.

Graficamente é bastante singelo. Com um design e perfectiva 3D, e num estilo cartoon, é o que normalmente podemos esperar de um jogo do género e com uma temática mais infantil. É básico, mas funciona, que é o mais importante. Quanto à parte sonora, cumpre, com música animada e relaxante, sendo sempre útil nas alturas em que estamos mais desesperados em entender a resolução.

Necroboy: Path to Evilship poderá não ser uma obra prima dos videojogos, mas tem os seus pontos interessantes. Com inúmeros puzzles para solucionar, temos aqui muitas horas para nos entreter.

REVER GERAL
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Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.
analise-necroboy-path-to-evilship<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Uma lógica original de quebra-cabeças</li> <li style="text-align: justify;">A história está bem pensada</li> <li style="text-align: justify;">Alguns momentos de humor</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">A movimentação e os controlos podiam estar bem melhores</li> </ul>