Developer: Roll7
Plataforma: Nintendo Switch Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5, PC
Data de Lançamento: 8 de fevereiro de 2022
Estávamos em 2014 quando apareceu o primeiro jogo da franquia OlliOlli, onde a Roll7 mostrava ao mundo como era possível trazer algumas ideias dos clássicos dos anos 90, e moldá-los para os tempos mais actuais, oferecendo um jogo cheio de ritmo, com habilidades em skate e ao mesmo tempo de plataformas. A recepção do público ao jogo foi incrível, e ainda hoje o jogo conta com críticas muito positivas por parte dos jogadores.
No ano seguinte, em 2015, chegava OlliOlli2: Welcome to Olliwood, apresentava o mesmo conceito e as mesmas ideias, mas agora com um grafismo aprimorado, com efeitos e cenários que chamavam ainda mais a atenção. E, mais uma vez, os jogadores adoraram o jogo. Desde essa data, até ao lançamento de OlliOlli World, passaram-se quase 7 anos, em que os jogadores não mais ouviram falar de um novo jogo da franquia. Mas parece que a espera fez bem, já que este novo jogo consegue superar os antecessores e trazer diversas novidades que deixaram os fãs bastante satisfeitos.
E antes que achem que isto é um jogo para qualquer jogador, aviso já que não é bem assim. É preciso ter um pouco de gosto pelo skate para gostarem verdadeiramente de OlliOlli World, porque embora o jogo vos dê liberdade para fazerem o que quiserem nos diversos níveis disponíveis, a verdade é que está cheio de manobras e habilidades que só aqueles que gostam deste desporto percebem perfeitamente. Para qualquer leigo neste desporto, confundir um Kickflip com um Heelflip é o mais fácil de acontecer – para não falar das manobras mais avançadas onde precisamos fazer movimentos que por vezes são muito pouco naturais para um simples mortal.
Algo que chegou agora à franquia foi a ciração uma história, fazendo uma ligação lógica entre o nosso personagem e aquela localidade, Radlandia. Este local sempre teve um skater que tinha o “dom” de conseguir falar com os 5 deuses do skate, em que cada um representa uma zona da Radlandia. Acontece que está na hora desse skater dar o lugar a um novo skater, mas para isso será necessário provar que tem tanto a habilidade para merecer o lugar, como terá de provar que é capaz de superar as diferentes provas de cada localização. É aí que nós entramos, um novo skater que chega a Radlandia, e que irá começar a deixar o seu “perfume” por onde passa.
Como é fácil perceber, não é uma história empolgante nem nada do género, mas serve bem o propósito. Até porque como já referi, o jogo oferece uma enorme liberdade e os jogadores podem simplesmente ignorar as conversas entre os intervenientes e apenas prosseguir nível após nível. Mas vamos ao que interessa, a excelente jogabilidade de OlliOlli World:
Para quem é iniciante na franquia, estamos então perante um jogo de acção com skate, em que vamos percorrer diversos percursos em modo side-scrolling, alguns com diversas plataformas, obstáculos entre outras coisas para facilitar o uso de habilidades, e até de maneira a termos de ter movimentos rápidos para não chocarmos com eles, e cairmos do nosso skate.
Cada nível apresenta os seus objectivos e ainda desafios que não são obrigatórios. Os objectivos são maioritariamente simples de fazer – daí eu dizer que o jogo oferece uma enorme liberdade –, o problema, por vezes, está em completar os níveis, já que conforme vamos avançado no jogo, os níveis vão ficando cada vez mais complicados, cheios de obstáculos, locais para cair, e até locais para realizar grinds que por vezes são obrigatórios. E se os níveis já conseguem mesmo ser complicados, obrigando a uma atenção enorme, se quiserem ainda completar os desafios, então vão ter de se esforçar mesmo muito. Diria que é uma superação quase a cada nível, porém, ao conseguirmos, a satisfação é enorme.
Mas pretendo assustar ninguém com isto, até porque os níveis contam com checkpoints, fazendo com que o jogador não tenha de começar o nível do início, e isso é uma ajuda enorme. Além disso, os caminhos que nos fazem ir avançado de nível para nível, por vezes, até têm caminhos alternativos, e essa implementação por parte da Roll7 foi muito bem vinda.
Quanto aos movimentos e habilidades, embora seja algo que se torna fácil com o tempo, no começo é um pouco confuso – pelo menos para mim foi. Temos um botão para dar velocidade, e o analógico esquerdo para fazer os diversos movimentos existentes no jogo. E muitos deles são bastantes fáceis, basta andar com o analógico para a direita, para a esquerda, para cima ou para baixo. Depois começam os mais complexos, com meias luas, um quarto de luas, outros até que o jogador tem de fazer vários 360 com o analógico, e é nessa fase e nos nomes das habilidades que começamos a ficar bastante confusos, especialmente se não forem peritos na matéria (coisa que eu não sou).
Além disso, temos também a pontuação que vamos aumentando a cada movimento e habilidade que fazemos, assim como conseguir combos, que aumentam essa pontuação estrondosamente. Neste aspecto, o jogo tem algo que me surpreendeu pela positiva, já que encontramos diversos tutoriais durante todo o jogo, e sempre que é introduzido algo novo, temos um tutorial que nos explicar como ligar com a nova situação, e até como podemos a partir daí conseguir melhores pontuações.
Graficamente estamos perante um jogo em 2.5D, isto é, embora seja um side scroling, consegue dar uma óptima noção de profundidade, quer nos cenários, como também nas diversas habilidades do nosso skater. Os cenários são bastante bonitos e variados, principalmente entre as 5 localizações diferentes. Todo o jogo tem um aspecto de desenho animado, mas com detalhes muito interessantes, sendo que um deles é logo a personalização, que é bastante vasta. Podemos alterar quase tudo no nosso skater, desde o aspecto, as roupas e até o skate, onde dá para alterar a cor da tábua, das rodas, etc.
Por fim, não podia deixar de falar do multiplayer online do jogo, que deixa um pouco a desejar. Se por um lado, num jogo destes, era bastante divertido podemos desafiar um amigo em tempo real, a Roll7 achou que isso não faria sentido, e que fazia mais sentido os desafios serem por pontos, ou seja, nós temos a nossa pontuação e depois existe uma tabela onde podemos ver onde nos encaixamos e tentar ultrapassar os jogadores que têm mais pontos do que nós – este é o modo Gnarvana League. Já no Gnarvana Portal, a competição continua a ser por pontos, mas podemos desafiar os nossos amigos directamente, já que os níveis são gerados aleatoriamente, e onde nos é dado um código, que podemos passar aos nossos amigos (seja qual for a plataforma que eles joguem), e eles tentaram bater a nossa pontuação.
OlliOlli World enche facilmente a medida dos fãs de skate, dando liberdade para nos libertarmos naquele mundo e fazermos tudo o que desejarmos com o skate. É daqueles jogos viciantes, que mesmo antes de querermos acabar um nível, queremos conseguir também todos os desafios, além de bater recordes, o que significa conseguir fazer diversos combos de maneira a alavancar a pontuação a cada habilidade que fazemos.
