Developer: Nintendo
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 21 de Junho de 2023

Foi uma das surpresas da Nintendo Direct, a chegada de Pikmin 1 e 2 HD para a Nintendo Switch, fazendo assim que todos os jogos em 3D da franquia estejam disponíveis para os jogadores da consola. Refiro-me aos jogos em 3D porque ainda existe o Hey! Pikmin, um jogo em 2D lançado na Nintendo 3DS.

Hoje, vamos focar-nos apenas no primeiro jogo da franquia, Pikmin 1, que recebeu esta remasterização, apresentando agora gráficos em HD. A pergunta que certamente estará na mente de muitos jogadores é se vale a pena regressar a um jogo tão antigo, mesmo que nunca o tenham jogado. É bom lembrar que este é um jogo de 2001, ou seja, tem 22 anos e foi lançado originalmente para a famosa GameCube da Nintendo, chegando mais tarde também à Nintendo Wii, com uma versão melhorada nos controlos.

A resposta à pergunta é fácil, pelo menos, na minha opinião. Sim, vale sempre a pena regressar ou jogar pela primeira vez este jogo. Em primeiro lugar, trata-se de um jogo que marcou uma geração, sendo um clássico da Nintendo. Além disso, é uma obra de Shigeru Miyamoto, e é difícil não ter isso em conta, pelo menos, pela curiosidade de experimentá-lo e ter uma ideia do que foi um jogo extremamente inovador e pioneiro para a época.

Pikmin 1 oferece aos jogadores um jogo de estratégia e exploração, repleto de quebra-cabeças, bosses e uma grande quantidade de Pikmin que nos ajudarão a percorrer as várias áreas do jogo. O protagonista é o Capitão Olimar, que, ao viajar pelo espaço, colide com um asteroide e é obrigado a aterrar de emergência no primeiro planeta que encontra. Durante a aterragem, várias peças da sua nave ficam espalhadas por este planeta, além da atmosfera ser venenosa, o que significa que Olimar tem apenas 30 dias para encontrar todas as peças e escapar do planeta.

Publicidade - Continue a ler a seguir

Embora a história não seja muito elaborada (o que é comum na franquia), ela fornece objetivos claros ao jogador. O jogo foi concebido para encontrarmos 30 peças perdidas da nave em 30 dias, ou seja, estabelece um desafio bastante elevado nesse sentido. Além disso, o jogo apresenta diferentes finais dependendo do desempenho do jogador ao longo desses 30 dias, o que é sempre interessante.

Com o objetivo principal em mente, os primeiros 12 dias são provavelmente os mais desafiadores, pois há dias em que não vão conseguir adquirir qualquer peça, enquanto em outros até se conseguem duas ou três, resultando numa média de uma peça por dia, se tudo correr bem. Muitas vezes, encontramos peças, mas não temos o que é necessário para obtê-las, o que pode ser frustrante, pois o tempo continua a passar e deixamos peças para trás em áreas que já explorámos, tendo de voltar lá posteriormente.

Como acontece em todos os jogos da franquia, neste também iremos comandar o nosso “exército” de Pikmin, com uma diferença em relação aos outros jogos: só podemos ter no máximo 100 Pikmin connosco de cada vez. Assim, teremos o Capitão Olimar com o seu apito a liderar os seus Pikmin através das várias áreas, seja para atacar criaturas, construir passagens, partir paredes ou transportar objetos.

É importante lembrar que, por ser o primeiro jogo da franquia, teremos o menor número de Pikmin disponíveis. Teremos apenas os Pikmin vermelhos, amarelos e azuis, cada um com a sua habilidade especial: os vermelhos são resistentes ao fogo e mais fortes do que os outros; os amarelos são resistentes à eletricidade e podem alcançar locais mais altos; e os azuis conseguem andar dentro de água sem se afogarem.

Quem só jogou Pikmin 3 (o único disponível anteriormente na Nintendo Switch) vai notar uma diferença relativamente às cebolas dos Pikmin, pois se em Pikmin 3 existe apenas uma cebola que serve como “lar” para todos os Pikmin. Já neste jogo, cada cor de Pikmin tem a sua própria “cebola”.

Paga-nos o café hoje!

Embora o jogo seja uma remasterização e continue a ser super divertido e desafiante, é evidente que já se passaram alguns anos desde o seu lançamento, principalmente em dois aspetos. Graficamente, está significativamente abaixo de Pikmin 3 Deluxe, sem mencionar Pikmin 4, que nesse caso está noutro patamar. No entanto, esse não é o maior problema, uma vez que quem joga um jogo com 22 anos de existência certamente espera gráficos abaixo da média para 2023. O maior problema em Pikmin 1 está relacionado com a inteligência artificial dos próprios Pikmin, pois ficam frequentemente presos nos cenários. Além disso, se estivermos a controlar um grupo numeroso e houver, por exemplo, uma poça d’água com apenas uma pequena ponte, a maioria dos Pikmin, em vez de seguir pela ponte, simplesmente continua em frente e acaba dentro de água, ignorando completamente a ponte.

Apesar de apresentar alguns problemas na inteligência artificial, a jogabilidade está muito boa e é bastante fácil dominar todos os conceitos necessários para obter sucesso. Nesse sentido, é justo dizer que o jogo envelheceu muito bem, parecendo atual e ainda oferecendo uma experiência satisfatória. As lutas com as criaturas estão ótimas, os Pikmin a transportar objetos comportam-se como é suposto, e a exploração continua a ser gratificante e divertida.

No que diz respeito à parte gráfica, como mencionei anteriormente, o jogo deixa um pouco a desejar, especialmente ao ser anunciado como uma versão em HD. Os cenários parecem bastante datados, com texturas que não impressionam. No entanto, no caso dos Pikmin, do Capitão Olimar, da sua nave e de alguns objetos, nota-se um cuidado maior, e eles apresentam mais detalhes. Os vários cenários que exploraremos são bastante diferentes entre si, evitando a sensação de repetição, mesmo que seja necessário voltar várias vezes a áreas anteriores para alcançar objetos que antes não estavam acessíveis. O jogo agora oferece uma resolução de 1080p no modo dock e 720p no modo portátil, a 30fps em ambos os modos.

Pikmin 1 pode ter os seus problemas, mas continua muito divertido e desafiante, além de ser um clássico. Oferece entre 8 a 10 horas de jogo, o que é ótimo para quem nunca jogou ou que está apenas ansioso pelo lançamento do aguardado e incrível Pikmin 4, no dia 21. Caso sejam fãs da franquia e nunca jogaram o primeiro jogo, devem dar-lhe uma oportunidade, e conhecerem a primeira aventura do Capitão Olimar.

REVER GERAL
Geral
Artigo anteriorAs melhores trilogias dos videojogos deste século
Próximo artigoPodcast: 4 Bits de conversa #70 – O Nintendo Direct que faltava
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-pikmin-1-hd<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Jogabilidade ainda consegue ser atual</li> <li style="text-align: justify;">Desafiante e divertido</li> <li style="text-align: justify;">Jogar este clássico da melhor forma possível</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Graficamente os cenários deixam a desejar</li> <li style="text-align: justify;">A inteligência artificial dos Pikmin não é a melhor</li> </ul>