Developer: Beamdog
Plataforma: Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch
Data de Lançamento: 14 de outubro de 2019

Estávamos em 1999 quando Planescape: Torment chegou aos PC’s e com ele uma história incrível do universo Planescape num cenário de fantasia de Dungeons & Dragons. O jogo com todos os seus elementos básicos de RPG foi um sucesso. Mais tarde, em meados de 2000 saiu Icewind Dale que também fazia parte de um cenário fantasioso de Dungeons & Dragons e um dos jogos mais badalados pelos jogadores de PC e sobretudo de RPG’s. 20 anos depois, onde pelo meio foram saindo algumas edições mais alargadas, chegou a vez das consolas receberem Planescape: Torment e Icewind Dale: Enhanced Editions. Será que chegou a tempo?

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A verdade é que os tempos nostálgicos, principalmente dos anos 90, início dos anos 2000 parecem invadir cada vez mais os jogadores. Não há outra maneira de explicar porque é que jogos tão antigos voltam a ser lançados, sejam eles remasterizados ou em forma de remake e a ter sucesso. Talvez tenha sido essa a ideia da Beamdog quando decidiu lançar estes dois jogos em conjunto.

Planescape: Torment e Icewind Dale: Enhanced Editions são clássicos de RPG’s. Na altura, tinha apenas 10 anos, não tive a oportunidade de jogar, mas os elementos básicos de um jogo de role play estão lá. Ecrãs cheios de texto com as conversas que vão surgindo e uma leitura paciente em busca de por exemplo uma pessoa ou uma chave. Em Planescape: Torment andamos muitas vezes em busca de chaves para passar portas que alguém deve ter e é através das conversas que vamos descobrindo onde podemos encontrar essas chaves que nos permitem avançar na história. Não são jogos fáceis nem apelativos, mas isso não significa que naquela altura não tenham sido só dos jogos mais importantes e que ainda hoje sejam reconhecidos por isso. Foram o início de vários jogos do género, em conjunto com o também recentemente relançado Baldur’s Gate que podem ler a nossa análise aqui. A partir dali todos os jogos ganharam um novo folgo e é justo fazer o devido agradecimento. Agora não esperem um jogo assim tão diferente nas consolas. Houve alguns retoques nos modelos dos bonecos, mas é tudo muito antigo na mesma. Cheira a velho, o que com certeza agrada aos old school, mas que dificilmente agarra novos jogadores como foi o meu caso.

A minha primeira experiência foi com Planescape: Torment. Talvez por azar fui parar ao jogo menos acessível dos dois. No jogo acordamos com o nosso personagem chamado Nameless One, num necratório e com amnésia. Como será que fomos ali parar? Estamos mortos? Foram eles que nos mataram? É este o ponto de partida para uma longa jornada. Para nossa ajuda temos um crâneo, uma cabeça de esqueleto chamada Morte que vem connosco e nos ajuda nas lutas um bocando random no início, devo dizer, sem sabermos bem se vai dar para vencer ou não os nossos adversários. É preciso muita paciência para jogar Planescape: Torment e talvez esteja aí o segredo dos bons jogadores destes jogos. Não há ajudas, estamos muitas vezes perdidos no meio de conversas sem saber o que se vai passar a seguir e por aí fora, mas se não desesperar são capazes de gostar, principalmente pela narrativa.

Em Icewind Dale a história é outra. É mais acessível a todos com uma dificuldade ajustável e com a opção de não morrer para podermos disfrutar do enredo que tem como ponto de partida Jerrod, um bárbaro que se sacrificou para salvar Icewind Dale das invasões demoníacas. Repleto de neve a vila de Easthaven recebe os seis aventureiros e é aí que tudo começa. Com personagens já criados, podemos também nós criar a nossa para ser um dos seis. Um jogo de fantasia é isso mesmo e este Icewind Dale é pelo menos mais apetecível do que o seu companheiro Planescape: Torment.

Pelas tabernas, habitantes da vila vamos sabendo de coisas que se passam e que se vão passar e depois somos nós que damos rumo a tudo aquilo. O sistema de combate é bastante bom. Se formos cercados por vários inimigos é melhor ter uma boa estratégia e constantemente mudar de posições entre todos os personagens. Cada um tem as suas características. Uns são bons na luta, outros na conversa e outros no modo furtivo. É engraçado ter de levar isso em conta quando nos deparamos em diversas situações. Este é de facto um jogo mais cooperativo, embora seja single-player. Talvez não lhe ficasse mal um online de seis jogadores, mas isso eram outras núpcias que não são para aqui chamadas.

Posto isto posso dizer que Planescape: Torment e Icewind Dale: Enhanced Editions apesar de saírem em conjunto tem dois pesos e duas medidas. São jogos bem diferentes dentro de um género que eles próprios foram pioneiros. Os mais velhos que quiserem reviver a experiência de várias horas de jogo vão sentir-se bem com esta vinda para as consolas, até pelo preço apelativo de ter dois jogos em um. Agora jogadores mais novos e casuais tenho muitas dúvidas que dêem a merecida atenção por causa dos gráficos e da adaptabilidade a dois históricos que também não ficam isentos de culpa neste regresso após 20 anos.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-planescape-torment-icewind-dale-enhanced-editions<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Bom para os mais saudosistas</li> <li style="text-align: justify;">Todas as expansões incluídas</li> <li style="text-align: justify;">Dois jogos num com bom preço</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Pouco cativante para novos jogadores</li> <li style="text-align: justify;">O mesmo jogo de há 20 anos</li> </ul>