Developer: Game Freak
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 13 de setembro de 2023

Depois do sucesso estrondoso de Pokémon Scarlet e Pokémon Violet, a Pokémon Company não podia deixar de lançar novas histórias para o jogo. Embora o lançamento inicial tenha sido um pouco atribulado para alguns jogadores, é inegável que várias questões foram resolvidas com atualizações subsequentes (embora ainda persistam algumas queixas). É seguro dizer que, com todo o conteúdo e o vasto mundo aberto que oferecem, esses jogos destacam-se como alguns dos melhores títulos de Pokémon já lançados.

As expansões sempre foram algo que eu gostei nos jogos, ao contrário dos DLCs que muitas vezes oferecem apenas itens cosméticos e coisinhas que pouco interessam, os Expansion Pass dos jogos de Pokémon trazem novas histórias, novos Pokémon e novas personagens, mantendo o interesse dos jogadores por um longo período e incentivando-os a continuar a jogar enquanto esperam por novas narrativas. O Expansion Pass de Pokémon Scarlet e Pokémon Violet, chamado de Hidden Treasure of Area Zero, está dividido em duas partes: a primeira, que analisamos agora, chama-se The Teal Mask, e a segunda, The Indigo Disk, está programada para o inverno de 2023 ou início de 2024.

Em The Teal Mask, a narrativa segue a fórmula tradicional, continuando a história principal do jogo numa nova região com Pokémon inéditos para descobrir. No início do jogo, recebemos uma chamada informando que fomos escolhidos para uma excursão até Kitakami, um local distante que só permite que a academia leve quatro estudantes. Nós, juntamente com outros três “sortudos” estudantes, partimos para essa nova região, que está além dos limites da região de Paldea. Não se preocupem, podem alternar entre regiões sem restrições, e não ficarão presos em Kitakami.

Kitakami é claramente inspirada na cultura oriental, especialmente na japonesa, tanto na sua estética como na sua arquitetura. Os estudantes que nos acompanham acabam por não desempenhar um papel fundamental na história, uma vez que podemos dizer que as personagens principais desta nova história são dois estudantes da Blueberry Academy. Estou a falar de Carmine e Kieran, dois irmãos nascidos em Kitakami, e que por esse motivo têm um conhecimento profundo da região, sendo que esse conhecimento reflete-se em vários aspetos da história.

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Essas duas personagens estão bem trabalhadas, já que apresentam personalidades distintas: Kieran, o irmão mais novo, é inicialmente introvertido, mas ao longo da narrativa começa a expor-se mais, conforme nos vai conhecendo e ganhando mais confiança, revelando até algumas facetas que não estamos à espera. Carmine, a irmã mais velha, é protetora e, às vezes, até rude na sua determinação de cuidar do irmão. Sendo de Kitakami, uma vila simples e isolada, a presença de estranhos na região causa desconforto, e em toda a experiência do jogo, incluindo o jogo original, esses personagens destacam-se como algumas das personalidades mais bem desenvolvidas e interessantes.

A história principal dura cerca de 4 a 5 horas, o que é relativamente curto, especialmente se tiverem pokémon bastante fortes, acima de 70. Em The Teal Mask vão encontrar Pokémon com níveis entre 55 e 70. Inicialmente, comecei com o grupo de pokémon que finalizei o jogo original, e as batalhas eram demasiado fáceis, só quando troquei os meus Pokémon por outros com niveis similares é que o jogo se tornou mais interessante.

A narrativa tem muito a ver com quatro pokémon, um pokémon “vilão” e três pokémon “heróis” – Ogerpon e os The Loyal Three – um tema que também é explorado na festa local de Kitakami. No entanto, essa trama aprofunda-se significativamente, tornando-se um dos pontos altos dessa nova história. Além da história principal, existem histórias paralelas envolvendo personagens como Perrin, uma fotógrafa que também viajou para Kitakami, e Billy e O’Nare.

Dado que a história principal é relativamente curta, evitarei entrar em detalhes para não estragar nenhum minuto de jogo e evitar spoilers, mas é importante notar que, embora a narrativa seja cativante, a duração do jogo deixa um pouco a desejar. No entanto, a história termina de forma intrigante, preparando o terreno para The Indigo Disk.

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Os fãs dedicados de Pokémon encontrarão inúmeras horas de diversão além da história principal. Há uma nova Pokédex para ser preenchida com pokémon exclusivos desta primeira parte da expansão, e muitos locais para explorar, apesar de o mapa ser menor em comparação com o jogo original. Além disso, há mini-jogos para desfrutar e muitas oportunidades de fotografia, com novas poses, roupas e cosméticos disponíveis.

Em termos gráficos, o jogo mantém a mesma filosofia, apresentando um mundo aberto com muita verticalidade, incluindo áreas montanhosas, grutas, florestas e campos de arroz. A maioria dos locais de The Teal Mask é visualmente muito bonita, não desiludindo os jogadores. No aspecto sonoro, o jogo continua competente, com músicas que se encaixam bem na narrativa e nos cenários.

Devo mencionar que, embora o jogo tenha funcionado sem problemas na maioria das situações, houve momentos em que notei alguma lentidão quando o cenário estava cheio. Algo decepcionante, considerando que o mapa é menor do que o do jogo original. Confesso que esperava uma melhor otimização após as diversas queixas dos jogadores no jogo original.

É igualmente perplexo que a Pokémon Company ainda não tenha incluído o idioma português no jogo, o que permitiria que crianças desfrutassem da história, não apenas das horas que passam a viajar para apanhar Pokémon, mas também acompanhando a narrativa. Dado o amplo sucesso do jogo original, certamente que não faltarão meios para acrescentarem a língua portuguesa.

The Teal Mask é, sem dúvida, mais uma razão para os fãs regressarem ou continuarem a jogar Pokémon Scarlet e Pokémon Violet. Embora a história principal possa parecer curta, ela consegue prender os jogadores de forma envolvente e deixa espaço para a segunda parte da expansão, que aguardo com entusiasmo. Para os fãs mais dedicados que procuram completar tudo, há muito conteúdo adicional, com a Pokédex à cabeça e a evolução dos Pokémon.

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Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-pokemon-scarlet-e-pokemon-violet-the-teal-mask<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Novos Pokémon e nova Pokédex</li> <li style="text-align: justify;">Carmine e Kieran são personagens com imensa personalidade</li> <li style="text-align: justify;">Oferece imensa liberdade ao jogador</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">O conteúdo narrativo é bastante curto</li> <li style="text-align: justify;">Continua a faltar a língua portuguesa</li> <li style="text-align: justify;">Demasiado fácil para quem tem Pokémon de nível alto</li> </ul>