Developer: Red Ego Games
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 28 de Janeiro de 2022
É caso para dizer que voltamos ao local do crime, ou melhor dizendo, deste jogo de terror psicológico que envolve mais uma vez Saki e o seu noivo Sen, agora encurralados num comboio assombrado por um espírito maligno que vive dentro de uma pequena rapariga chamada Ayumi.
É um regresso, pois em 2020, há dois anos sensivelmente, analisámos o seu primeiro capítulo Re:Turn – One Way Trip, onde Saki e mais quatro amigos decidiram ir acampar para festejar o final do ano lectivo e acabou sozinha no meio do nada à procura dos seus amigos.
Pois bem, estou a recordar o “plot” da história do primeiro jogo, porque está intrinsecamente ligada com a do segundo. Isto porque no primeiro, e nessa tentativa de Saki encontrar os seus amigos acaba por embarcar num comboio, um comboio mágico que viaja no tempo, e é nesse mesmo comboio que arranca a história deste segundo capítulo de Re:Turn.
Ora pois bem, acho que não vou spoilar, porque na verdade, têm mesmo que jogar o primeiro para perceber o segundo, senão, vão andar às aranhas. E assim sendo este jogo começa onde acabou o outro, o mesmo que dizer, depois da morte de três dos seus amigos que estavam no tal acampamento que já referi, e de, aparentemente, Saki ter conseguido acabar com Ayumi, recuperando assim o namorado Sen que estava a ser controlado também por Ayumi.
O que rapidamente Saki vai perceber é que no primeiro jogo, nada mais fez do que dar paz às almas que estavam presas no tal comboio fantasma, e que Ayumi continua ainda interligada ao comboio do “demónio” e se calhar Sen também não está muito melhor da cabeça, e mais não digo.
O jogo em termos técnicos e de execução é bastante simples, é um sidescroller 2D com um bonito trabalho de arte, utilizando a técnica de pixel art, com os desenhos nos diálogos no estilo clássico de um RPG dos anos 90. Basicamente vamos andando da esquerda para a direita tentando encontrar informações sobre o que se está a passar e o que fazer, assim como objetos para passar para a fase seguinte.
Como acontece em grande parte destes jogos, é obrigatório estarmos atentos a todos os diálogos, e neste não é diferente, uma vez que é a partir dos diálogos e dos diversos itens que vamos tendo à nossa disposição que conseguimos progredir nesta jornada.
O problema é que basta não compreendermos bem a questão colocada, para andarmos a bater com a cabeça nas paredes, o que poderá ser algo frustrante, mas penso que a ideia é não facilitar muito nos processos de dedução para esticar um pouco mais o jogo. O jogo acaba-se por volta de 5 ou 6 horitas, dependendo da vossa capacidade de dedução, porque efetivamente não há dicas, fez-me lembrar quando não havia internet e empancava no Broken Sword.
Apesar do cenário central e recorrente ser o comboio, há novidades em termos de cenários e até mesmo na sua construção e estrutura, mas talvez a maior novidade seja mesmo em termos de mecânicas, onde temos a possibilidade de correr, esconder e desviar, para além da nossa lanterna agora também ter uma lente UV.
A diferença entre andar e correr agora é maior em termos de velocidade, e vão perceber isso rapidamente quando forem perseguidos pelos inimigos, sendo que nem sempre correr é a melhor estratégia, nem esconder, porque se os inimigos já vos viram na zona, esconder não vai servir de nada, vão ter mesmo que puxar pela cabeça.
Há sempre uma gestão da stamina, e portanto talvez isso seja um factor importante para que se safem dessas situações, sendo que o desviar, uma das novidades que falava, consome muita stamina, e depois não conseguem correr e puffff.
É claro que a nossa fiel companheira, a lanterna, será o nosso maior trunfo, e desta vez, como já referi, estará equipada com uma lente UV, que apanham logo no início do jogo, e que nos vai permitir ler mensagens escondidas e objetos refundidos. Também a lanterna tem a sua stamina, isto é, a sua bateria, portanto mais um factor de gestão que têm que ter em conta.
Re:Turn 2 – Runaway é essencial especialmente para quem jogou o primeiro capítulo porque vai encontrar aqui muitas respostas. O jogo é cativante pela narrativa que apresenta, pelo sentido de terror que consegue aplicar através da “jogada” clássica à Alan Wake com a sua lanterna. Esse efeito de luz versus escuridão dá tensão ao jogo em cada um dos seus momentos que, aliado à banda sonora dá uma intensidade especial ao jogo. É relativamente curto, mas a sua intensidade juntamente com o desafio de gestão de recursos da nossa personagem torna o jogo bastante interessante.