Developer: Deep Silver e Sperasoft
Plataforma: Xbox One, PlayStation 4 e PC
Data de Lançamento: 22 de Maio de 2020
O ano de 2011 ficou marcado pela chegada de um dos jogos mais bizarros da última década. Saints Row: The Third entregou-se definitivamente ao lado do absurdo, algo que já mostrava ser uma tendência nos jogos anteriores, e aceitou com agrado o rótulo de paródia da série GTA.
Nove anos depois, é resgatado para um remaster que ninguém viu realmente como necessário. As expectativas não eram muito altas – para se dizer a verdade –, e nem era um lançamento que causasse grande anseio. Todavia, para quem busca uma aventura completamente louca e carregada de acção, Saints Row: The Third Remastered é muito provavelmente o jogo que não sabíamos que precisávamos.
Dito da forma mais directa possível, é um dos melhores remasters já efectuados. Foi fantástico o trabalho colocado num jogo que mais parece um remake, do que um remaster. Alguns personagens, cenários, armas e veículos foram totalmente redesenhados e tudo dotado de uma qualidade gráfica que está praticamente irreconhecível; porém, para melhor, bastante melhor. Novas texturas, animações, efeitos de luz e sombras, transformam Saints Row: The Third visualmente num mundo mais vivo, onde até o simples acto de explorar as ruas da cidade se torna interessante.
O terceiro título da saga é considerado por muitos como o melhor de toda a franquia. O último que representa aquilo que os jogadores procuravam num Saints Row – quando ainda se tentava levar minimamente a sério –, mas também o começo de uma transição para a excentricidade, que teve em Saints Row IV a sua versão mais burlesca.
Com o gangue mais alucinado de sempre de regresso, fica claro desde o início que o caos é sempre o melhor método. “The Boss” (e não, não estou a falar do Bruce Springsteen), é o líder carismático e desvairado de um grupo que luta pelo domínio de Steelport. A maior ameaça ao controlo da cidade tem o nome de Syndicate, uma aliança de bandos criminosos que tentam derrubar o poder que fora conquistado com muito suor por The Boss e os seus inseparáveis Saints. Como é de prever, a disputa territorial será feroz, mas estaremos prontos para o desafio.
Foram igualmente adicionados os três DLC’s entretanto lançados para o jogo original. São pequenas expansões que trazem pacotes de missões, sendo algumas absolutamente hilariantes, como a Gangstas in Space e a Trouble with Clones. Todas elas valem a pena, e são como uma sobremesa após a uma óptima refeição, alargando ainda mais o tempo que levaremos para desfrutar de todo o conteúdo.
Com uma mutação gráfica tão visível, até a própria jogabilidade ganhou nova alma. O game engine ainda é o mesmo, mas os novos efeitos visuais tornam tudo ainda mais frenético e caótico. Se a destruição já era encorajada, agora até parece que suplica pela nossa intervenção, com os cenários a serem afectados pelas nossas acções.
Os combates são sempre acompanhados por enormes doses de uma incrível adrenalina. Esse é o verdadeiro encanto de Saints Row: The Third Remastered, uma vez que não há um único momento que possamos acusar de ser aborrecido, e tudo nos guia a enfrentar as situações mais apertadas sem quaisquer receios.
Relativamente aos veículos, a condução poderá parecer estranha no início, mas nada que não seja ultrapassado com alguma adaptação, e em menos de nada andamos a varrer as curvas das estradas de Steelport em fantásticos drifts.
A banda sonora continua igual (e ainda bem), porque foi uma das principais razões para o jogo ter tanto sucesso em 2011. Com uma playlist bastante extensa e variada, que vai desde a What I Got de Sublime à Feel like I do de Drowning Pool, todos os momentos relevantes têm uma música que encaixa de forma impecável. E um bom exemplo é a missão Crashing the party, que ganha toda uma outra dimensão enquanto se desenrola ao som da Power de Kanye West.
Se sempre tiveste curiosidade em experimentar o Saints Row: The Third, esta versão remasterizada é sem dúvida a oportunidade perfeita para mergulhares neste mundo em constante alta rotação.
Um remaster que fixa uma nova fasquia de exigência e que certamente se estabelecerá como referência para o futuro.
