Developer: Madlight Studios / Leonardo Interactive
Plataforma: PC/Mac
Data de Lançamento: 11 agosto de 2021

Seed of Life é um jogo ambicioso da Madlight Studio, que nos coloca na pele de Cora, uma rapariga que tem nas suas mãos a dura tarefa de salvar o Mundo. A história pode parecer clássica, e é, mas faz-nos lembrar um pouco do ambiente de um jogo de culto para mim, o Heart of Darkness, pelo seu jogo de luz, da luta entre as forças da escuridão e a a luz que carregamos.

Cora vive em Lumia, um planeta cujo seu Sol está a ser sugado por forças alienígenas e que vão acabar por retirar qualquer rasto de vida do nosso planeta e deixá-lo a ser devorado pela escuridão. No entanto o avô de Cora falou-lhe sobre uma sementes que poderiam devolver a vida ao planeta e iluminá-lo para sempre através de um Sol restbelecido por elas, e portanto é nessa aventura em que embarcamos. Ironicamente, o plano passa por ativar um engenho alienígena chamado The Seed, que pode regenerar a vida do nosso planeta, e ainda mais curioso é que um Namuriano, a tal raça que sugou a vida de Lumia, nos vai ajudar, mas será que Nar tem a resposta?! É isso que vamos ter que descobrir nesta aventura que mistura puzzles, com plataformas e jogabilidade em modo mais stealth.

Lumia está repleto de quebra-cabeças mecânicos e ambientais, e verdade seja dita, vamos passar a maior parte do nosso tempo a explorar e a aprender a sobreviver aos perigos do planeta hostil enquanto nos movemos em direção ao objetivo. Cora tem uma barra de saúde e de magia. No início, ir para algumas áreas irá drenar a sua saúde, e ao início pode ser extremamente frustrante, mas depois teremos acesso a outras habilidades que nos vão facilitar essa sobrevivência. Já a barra de magia serve para utilizar algumas habilidades de Cora, nomeadamente conseguir ver plataformas invisíveis ao comum dos mortais, ver pontos de interesse no mapa, assim como outras habilidades que vamos adquirir mais lá para a frente, como por exemplo, curar-se, correr ou usar uma espécie de força eletromagnética, e puxar-se como um íman. Também será essa barra de magia que vamos utilizar para abrir portas que assim o exigem, criando mais puzzles de ambiente, tendo que, na pele de Cora, procurar por árvores de fruto de magia que possamos sugar para alimentarmos essa barra.

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Parece bastante simples, e tecnicamente é, torna-se mais complicado de gerir ao início com a barra da nossa vida a esvaziar-se sem percebermos muito bem porquê e o que fazer, muito menos saber que quantidade de energia temos na nossa barra para que corresponda ao valor das portas exigido, mas este será um problema recorrente em Seed of Life, isto é, a falta de orientação, de indicações do que fazer e para onde ir, mas mais do que tudo, a razão de tantas coisas acontecerem. A única ajuda que vamos ter será do pequeno alien chamado Nar, que nos vai explicando alguma coisa sobre as habilidades e para que servem, mas existe sempre um sensação linear ao vaguearmos pelo mapa, ao mesmo tempo que um sentimento de estarmos perdidos no que estamos a fazer.

Podemos dizer que o jogo se divide por várias áreas com alguns pedestais pelo caminho que funcionaram como checkpoints, restabelecendo a vida e a magia, e alguns dando a possibilidade de usarmos pequenas peças que recolhemos dos escudos que dividem as áreas, par debloquearmos novas habilidades. Quando reunimos as peças colocamos num pedestal, resolvemos um pequeno puzzle e acedemos a uma nova magia ou habilidade concedida em forma de talismã.

Eu costumo dizer que existem dois tipos de jogos de plataforma: aqueles que são construídos para isso, fluídos, em que todas as mecânicas funcionam na perfeição, e são divertidos, e depois há aqueles como este Seed of Life, em que se torna doloroso saltar por cima de 3 plataformas porque a personagem não reage bem, a câmera anda aos saltos, em que a nossa personagem não salta por cima de pequena pedra, mas salta por cima de um pedregulho, e que se tornam frustrantes. Infelizmente isso vai acontecer bastante no jogo, por vezes achei que estava num Assassin’s Creed a subir tudo, para perceber que é claramente um bug, e depois quando tentava descer ou morria, ou milagrosamente ficava só com o corpo todo dobrado mas vivo. Diria mesmo que este é o maior problema do jogo, a falta de consistência ou de realidade na forma de mover a nossa personagem.

O que compensa, e muito, algumas destas frustrações prende-se com os gráficos do jogo. Um estúdio tão pequeno, dirigido por duas pessoas apenas, com mais uma dezena de colaboradores, é efetivamente espantoso. Tanto a nível de ambientes, texturas, pormenores, o efeito da luz preponderante na história em si, estão acima da média. Devo mesmo dizer que já vi estúdios bastante mais reputados e muito mais capacitados a fazerem bastante pior. O jogo foi construído em Unity, e talvez isso explique algumas falhas técnicas físicas que já falámos anteriormente, mas a nível gráfico a equipa da Madlight Studios não deixou nada ao acaso.

Seed of Life fica apenas a dever-se a si mesmo, tem alguns problemas em como nos dá a informação sobre o que devemos fazer ou como solucionar os puzzles de ambiente, falta-lhe um pouco de sumo na narrativa, mas é graficamente encantador e especialmente impressionante pelo trabalho desenvolvido por uma eequipa tão pequena. Em termos de jogabilidade consegue em vários momentos ser entusiasmante pelos seus puzzles de ambiente e puzzles interactivos, mas também gera alguma frustração com os problemas de mecânica e da física da nossa personagem. Pode, e eventualmente será trabalhado em futuras atualizações, pois precisa mesmo desse limar de arestas.

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Fundador do Site - Salão de Jogos, o Commodore Amiga 500 foi o seu melhor amigo durante décadas e ainda hoje sabe de cor a equipa principal do Benfica do Sensible Soccer 94/95. Nos tempos vagos ainda edita as botas dos jogadores do FIFA e do PES.
analise-seed-of-life<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Graficamente muito interessante</li> <li style="text-align: justify;">Mistura bem a ação de plataformas com puzzles</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Tem alguns problemas nas mecânicas e física da personagem</li> <li style="text-align: justify;">Faltam elementos de contexto e orientação</li> </ul>