Developer: Rebellion
Plataforma: Xbox Series X|S, PlayStation 5, Xbox One, PlayStation 4 e PC
Data de Lançamento: 26 de maio de 2022
Numa altura em que o Mundo parece estar virado ao contrário é sempre bom recordar que um homem pode mudar o curso da História. É isso mesmo que Sniper Elite 5 se propõe. Na pele de Karl Fairburne recuamos até 1944, um pouco antes do famoso Dia D da Segunda Guerra Mundial. A nossa missão é derrubar os nazis e um plano misterioso apelidado de Kraken, criando a brecha necessária para os Aliados conseguirem desembarcar na Normandia e fazer História.
Como já perceberam, apesar do protagonista voltar a ser o conhecido, reconhecido e temido, Shadow, o mapa é totalmente inédito, por entre as praias costeiras e as pequenas vilas de França em 1944. E se o território é novo, a ambição da Rebellion foi ainda maior ao dar uma proporção dos mapas para as cerca de 8 missões e o Prólogo bastante maiores do que estamos habituados na série. Para além disso a liberdade de movimentos perante o mapa é ainda maior, com várias missões secundárias e objectivos espalhados pelo mapa, assim como, os já habituais coleccionáveis.
Os mapas são maiores e mais diversificados do que outros jogos da série e a razão principal disso acontecer prende-se com as mecânicas deste Sniper Elite 5, que agora não se foca, apenas e só, a dar tiros de longa e média distância com o nosso rifle de precisão, mas num equilíbrio entre essa mecânica e algo que estará mais perto de Hitman ou de um Splinter Cell, isto é, a furtividade.
Focando-se bastante nesta componente, o jogo tem mais edíficios que temos que explorar, o uso maior da nossa pistola ou metralhadora com silenciador e, outra das novidades, esconder os corpos para que não alertarmos o inimigo. Com isso em mente a forma como jogamos tornou-se obviamente diferente do habitual, onde já não podemos correr agachados e temos mesmo que ser silenciosos e usar muitas vezes a nossa “faquinha” para varrer sorrateiramente todos os nazis.
Ora se temos que ser sorrateiros e furtivos, o barulho que fazemos tornou-se ainda mais importante em todas as acções que fazemos. E por isso as modificações que podemos fazer nas nossas armas tornaram-se super importantes para reduzir o barulho que produzimos a disparar qualquer uma das nossas armas. No entanto, para desbloquear algumas dessas customizações vamos ter que avançar na campanha e encontrar as chamadas “worbench’s” espalhadas pelo mapa.
Isto faz com que, para além das missões secundárias e os coleccionáveis, tenham ainda mais uma razão para desbravar todos os cantos do mapa de cada missão. E vão ver como isso vai ser útil ao longo da campanha e não só. Ter acesso a silenciadores, mira telescópicas mais avançadas e com maior alcance ou as chamadas balas subsónicas, são artíficios indispensáveis para a vossa eficiência ao longo da campanha.
Se a vossa postura for um pouco mais “Rambo”, também vão encontrar algumas modificações à vossa medida, com as balas de perfuração, por exemplo, mas também com as várias armas pesadas que podemos encontrar espalhadas pelo mapa. Existe uma boa dose de variedade na forma como podemos abordar o jogo, com os resultados de cada missão a darem conta disso mesmo, se somos mais letais e “stealth” ou mais de combate e barulhento.
Há uma coisa que achei muito interessante, é que para conseguirmos desbloquear novas armas, teremos sempre que, durante as missões, abater um alvo específico de uma forma específica. Seja colocar veneno no café de um general, colocar uma bomba dentro de um rato mecânico ou deixar cair um míssil em cima da cabeça de um cientista nazi, há sempre mais um desafio em cada uma das missões e com uma proposta diferente.
É claro que o jogo em termos de jogabilidade também se foca muito no uso do rifle de precisão e, como tal, continuamos a ter que calcular a distância a que estamos do alvo, a direcção do vento e a controlar os batimentos cardíacos e a respiração de Karl. Conforme a dificuldade que escolherem para jogar, terão, mais ou menos ajudas neste capítulo. Certo é que continuamos a ver a nossa bala a viajar pelo tempo e espaço enquanto destrói os órgãos dos “pobres” nazis que não têm a mínima hipótese. A chamada visão raio-X está presente não só quando disparamos o nosso rifle de precisão, mas também as restantes armas, até quando usamos a nossa faca.
Como é habitual na série podem jogar toda a campanha na companhia de um amigo em formato cooperativo, sendo que, desta vez, vão poder escolher outra personagem que não só e apenas Karl, o que faz bastante mais sentido. Algumas delas terão que ser desbloqueadas. Jogar em formato cooperativo torna tudo ligeiramente mais fácil e como o jogo agora tem mais este lado de furitividade até o torna ainda mais engraçado e divertido de jogar com um amigo. Assim podemos atrair atenção de um inimigo por um lado e outro matá-lo do outro, como podemos evitar que um deslize faça accionar um alarme porque temos o nosso companheiro a olhar por nós.
A novidade deste Sniper Elite 5 é o Modo Invasão, um modo que vimos, por exemplo, em Deathloop. Neste modo o que acontece é que outro jogador online poderá entrar na nossa missão e tentar de tudo para que não consigamos atingir os nossos objectivos. Desde alertar os guardas, ativar um alarme, ordenar rondas ou usar o telefone para tentar revelar a vossa localização. Este Modo Invasão pode ser ativado ou desativado, sendo que se estiver ativado e permitirem que outro jogador invada o vosso, os pontos de experiência por todos os objectivos que conseguirem concretizar serão muitos mais.
Para além do Modo Campanha vão ter à vossa disposição um Modo Online bastante robusto. Temos o tradicional mata-mata com 16 jogadores, que nos permite criar o nosso atirador de elite como quisermos e eliminar outros jogadores. Também é possível fazer partes de disputas cooperativas, dividindo as equipas em duas de 8, ou de 4 jogadores. . Também é possível fazer disputas de sniper, em que os jogadores são colocados em partes separadas do mapa, e têm que eliminar os inimigos, quem conseguir fazer melhor, ganha. Relembro que o jogo tem crossplay opcional com outras plataformas.
Na componente audiovisual, nota-se claramente o trabalho da Rebellion nos mapas, utilizando a fotometria e o scan de locais reais para serem replicados no jogo. Isso deu ao jogo um realismo que ainda não tínhamos visto na série, mas já as personagens do jogo e nomeadamente os nazis, não estão assim tão bem replicados, o que é uma pena. Até mesmo o nosso Karl às vezes parece um pouco robótico, mesmo numa Xbox Series X.
No entanto, o ponto alto do jogo em termos gráficos são as kill cams. Estas passaram por melhorias consideráveis em relação ao antecessor, com toda a brutalidade que queremos ver. Ossos partidos, músculos rasgados, órgãos estraçalhados, testículos esmagados… Tudo isto controlando a velocidade de cada cena.
Sniper Elite 5 é a demonstração que a Rebellion é capaz de fazer muito mais do que apenas e só um jogo de um atirador furtivo. Atira-se aos jogos de estratégia e furtividade na terceira pessoa e fá-lo de uma forma muito competente. Traz-nos inovação nas propostas online com o Modo Invasão e continua a dar-nos a excelência das kills cams. Estando o jogo disponível através do Game Pass, é simplesmente obrigatório.