Developer: Daisy Games
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 1 de Abril de 2022

Podia ser uma tragédia grega – e alguns dos desafios conseguem testar esse argumento – mas é mais um interessante e divertido jogo de puzzles a chegar ao Steam. Para quem não sabe, foi criado no início da década de 80 um jogo que iniciou um estilo. Sokoban tinha uma proposta simples, mas a sua lógica provocadora colocou várias cabeças a pensar na altura, tornando-se uma importante referência dos videojogos.

Quarenta anos depois, continua a ser uma fonte de inspiração para outras obras, como é o caso de SOKOBOS, que não se limita a seguir a linha dos seus antecessores, e acrescenta mesmo algumas novidades ao género. Utilizando a mitologia grega como cenário narrativo, é um jogo que nos atira para inúmeros níveis que vão ficando cada vez mais complicados, contextualizando os puzzles com uma história.

Em SOKOBOS teremos a hercúlea tarefa de ajudar Aeschylus a construir um templo para Zeus. Uma vez que estamos a falar do pai de todos os deuses gregos, somos avisados pelo Oráculo que, caso falhemos, a nossa cidade ficará condenada a nunca prosperar. Por isso mesmo, deixamos para trás todos aqueles que são importantes para nós, de maneira a nos podermos focar na missão que temos à frente. Mas nem tudo são más notícias, visto que fomos abençoados com uma força sobre-humana para conseguirmos corresponder às dificuldades de tamanha incumbência.

É notório como a história torna o nosso percurso mais intrigante, especialmente porque novos detalhes vão sendo revelados à medida que vamos ultrapassando os 60 níveis que temos à nossa espera. E para quem não está familiarizado com o género Sokoban, o conceito é muito simples. Em mapas que nos são apresentados como labirintos, teremos de mover blocos de forma a encaixá-los nos locais correctos e recriar os exemplos desenhados. Vamos ter de usar da lógica e entender de que lado teremos de empurrar para que blocos não fiquem encalhados, ou calcular quais os que temos de mover primeiro para que outros possam passar.

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Claro que, para complicar as coisas, outros elementos vão sendo adicionados, como cores, obstáculos, e a rotação correcta dos objectos, levando a um maior e mais cuidadoso planeamento. E não se preocupem, porque para além das teclas dos cursores (que servirão para nos movimentarmos), temos ainda uma tecla para o undo, que nos permitirá voltar atrás quantas vezes desejarmos. E acreditem, vão usar esta função mais vezes do que imaginam.

Inicialmente os quebra-cabeças parecem fáceis de resolver, mas rapidamente perceberemos como a complexidade de cada puzzle aumenta exponencialmente a cada nível superado. Os membros do estúdio Daisy Games capricharam na originalidade de cada nível, oferecendo desafios verdadeiramente excêntricos e que nos deixam frequentemente a coçar a cabeça. É talvez o grande ponto forte de SOKOBOS, e olhando para a proposta do jogo, é o que realmente mais importa.

Há também uma componente competitiva que foi integrada usando as características do jogo de uma maneira muito inteligente. Quando terminamos um nível ficamos a saber em quantos passos o conseguimos, o nosso recorde de passos naquele nível, mas também o melhor resultado global para a aquele puzzle. O leaderboard encaixa aqui que nem uma luva, nem que seja para nos deixar completamente perplexos em como alguém foi capaz de resolver certo puzzle em tão poucos passos.

Visualmente há que dizer é um tanto rudimentar – demasiado rudimentar para os jogos de hoje em dia, na verdade. Sinto que justificava um maior esforço do ponto de vista gráfico, dado que por mais que estejamos entretidos nos quebra-cabeças, é difícil de nos distrairmos do estilo arcaico que podíamos encontrar em jogos do tempo do Atari, tanto graficamente, como sonoramente. Eu sei que se trata de um jogo inspirado num clássico dos anos 80, mas também não era preciso exagerar.

SOKOBOS é um interessante jogo de puzzles. Embora não possamos encará-lo como inovador para o género, traz, ainda assim, algumas novidades que o tornam especial, nomeadamente a história, que torna todo o progresso mais orgânico. Podia estar melhor visualmente, mas não será isso que certamente afastará quem gosta de um bom quebra-cabeças.

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Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.
analise-sokobos<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Puzzles bem pensados</li> <li style="text-align: justify;">60 níveis</li> <li style="text-align: justify;">Uma forma de integrar a narrativa</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Graficamente desapontante</li> </ul>