Developer: Bandai Namco
Plataforma: PlayStation 4, Xbox One, PC
Data de Lançamento: 19 de outubro de 2018

A franquia SoulCalibur carrega em si uma boa responsabilidade. A qualidade dos jogos que nos foram trazendo ao longo dos anos faz com que a fasquia esteja sempre lá em cima quando sabemos que vai haver um novo jogo da série. Depois de jogar SoulCalibur IV na Playstation 3, há dez anos atrás, pensei que dificilmente seria feito um jogo tão bom ou melhor que aquele. Exemplo disso foi SoulCalibur V, lançado em 2012, que não me convenceu muito e acabou por passar quase ao lado. Poderíamos pensar que a franquia tinha morrido ali, mas não. Nem era um final digno para um dos melhores jogos de luta e como se costuma dizer: depois da tempestade, vem bonança, e lá veio ela disfarçada de SoulCalibur VI.

Na primeira luta podemos rapidamente verificar que foram feitos ajustes na mecânica de jogo em relação aos últimos títulos. O desejo quase inquietante de carregar nos botões todos e ver no que dá, só valeu nos primeiros três combates. Depois percebi que era melhor saber o que estava a fazer e recorri a um tutorial de treino onde nos explica as novas técnicas de combate. Há o básico de atacar e defender e depois há truques mais complexos que dão uma nova dinâmica e diferença a cada luta.

Temos o ataque especial designado de “Critical Edge”, onde com um simples toque no R2, no caso de estarem a jogar na PS4, o nosso personagem faz o seu especial que pode ser mais forte conforme o nível da barra de força que temos acomulada. Também com um toque para trás e depois R2, ganhamos o que chamam de “Soul Charge” que dá mais poder e chega a tirar energia, mesmo que o nosso adversário esteja a defender. E também podemos usar o L2 para agarrar o nosso oponente. Mas a grande novidade, que dá ao jogo uma nova vida, é a “Reversal Edge” onde com apenas um toque no R1, a luta fica em câmera lenta e onde se aplica um mini jogo do género pedra, papel, tesoura. Aqui, quem ganha causa bastante dano ao adversário.

Isto transforma SoulCalibur VI num jogo também técnico e ao mesmo tempo mental. O equilíbrio dos combates é o ponto mais forte deste SoulCalibur VI. Cada personagem tem a sua arma específica e isso faz com que cada luta seja diferente. Uns têm mais força e provocam mais dano, como é o caso de Nightmare ou Cervantes, mas por outro lado são mais vulneráveis a ataques de miúdas como são os casos de Talim ou de Sophitia que embora pareçam mais frágeis com uma arma menos ameaçadora, são capazes de tirar energia muito mais rápidamente. Este equilíbrio é crucial para os novos jogadores da série. Vão sentir que é fácil jogar e que não é preciso carregar nos botões todos “à tonta” para vencer o adversário. Visualmente, SoulCalibur VI está bem conseguido. Não só na caracterização das personagens, mas também no detalhe das arenas de combate. As personagens existentes no jogo são 20, o leque podia alargar mais, mas nada que não possa ser feito com o lançamento de DLC’s, gratuitos de preferência. Destaque também para Geralt, o bruxo de The Witcher está aqui bem representado. As arenas são 11 as que temos ao nosso dispor.

SoulCalibur VI tem vários modos de jogo para um jogador, desde o tradicional arcade mode, onde pegamos numa personagem e vamos ultrapassando vários inimigos tentando bater o mais rápido possível os nossos adversários.

Publicidade - Continue a ler a seguir

O modo história que decorre no século XVI, antes da história original e onde vamos jogando com várias personagens à medida que vamos avançando. Se tiverem paciência para ler todas as caixas de diálogo, este modo torna-se ainda mais apelativo, no entanto, a falta de cutscenes quebra o jogo entre combates e quando damos por nós já passámos mais tempo em loadings e a ler do que a jogar.

Há outro modo que é o “Libra Of Soul” onde fazemos a nossa personagem e vamos passando lutas com a história também da época semelhante ao outro modo, mas aqui com algumas opções de escolha nas conversas. Esta aventura tem alguns elementos de RPG’s, mas acabam por ser olhados de lado porque não é muito intuitivo. Lembro-me de no SoulCalibur IV andar a passar níveis como se fosse um jogo de estratégia. Isso daria outra profundidade a este modo que acaba por se tornar um pouco secante para quem quiser lutar e nada mais.

O modo online é estável e lutamos para um ranking de pontos onde quanto mais ganhamos, melhor classificados ficamos. O mal deste modo é às vezes ter de ficar à espera de um adversário. Por isso o ideal é jogar localmente com amigos. Não há melhor sensação que essa. Podem fazer torneios, simples amigáveis ou jogar ao “quem perde sai”. Não, estes modos não vêm incluídos no jogo, mas nada que não o possam fazer com mais três ou quatro amigos na mesma sala.

Há ainda o modo de criação, que é excelente para quem gosta de personalizar e fazer novos personagens. O leque de opções é muito vasto e dá para recriar jogadores de outros jogos passados ou novos lutadores com várias identidades. Desde o tipo de figura, à arma utilizada, dá para fazer múltiplas combinações e criar as figuras que vocês idealizaram. SoulCalibur VI apresenta-se então em boa forma depois de ter andado desaparecido durante os últimos anos.

O resultado final é totalmente recompensador com a introdução das novas mecânicas de combate. Dentro dos jogos do género, é um dos melhores hoje em dia. É ideal para multiplayer, mas também se faz a festa sozinho se assim tiver de ser.

REVER GERAL
Geral
Artigo anteriorAnálise: Just Cause 4
Próximo artigoConhecidas as datas dos períodos de teste de Anthem
Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-soulcalibur-vi<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Equilibrio dos combates</li> <li style="text-align: justify;">Um dos melhores jogos de luta</li> <li style="text-align: justify;">Nova mecânica “Reversal Edge”</li> <li style="text-align: justify;">Ideal para jogar com amigos</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Pode tornar-se repetitivo passado algum tempo a jogar sozinho</li> </ul>