Developer: Massive Entertainment, Ubisoft
Plataforma: Xbox Series, PlayStation 5 e PC
Data de Lançamento: 30 de Agosto de 2024

Criar uma nova propriedade intelectual dentro do vasto e adorado domínio de Star Wars é sempre uma tarefa monumental. As expectativas são elevadas, não só pela magnitude do próprio universo, mas também pelos dedicados fãs que esperam ver a magia da galáxia muito, muito distante, capturada de maneira autêntica. Quando se trata de Star Wars Outlaws, a primeira experiência em mundo aberto no universo de Star Wars, essas expectativas foram ainda maiores. Afinal, seria a primeira vez que os jogadores poderiam explorar livremente este universo icónico, criando as suas próprias histórias e interagindo com o ambiente de maneira inédita.

A responsabilidade de trazer essa visão à vida coube à Ubisoft, uma gigante da indústria conhecida pela sua fórmula de jogos em open world, amplamente aplicada em franquias como Assassin’s Creed, Ghost Recon e Far Cry. Na verdade, foi um dos aspectos que maior curiosidade gerou entre os jogadores. Como a tradicional abordagem de mundo aberto da Ubisoft, se encaixaria no rico e narrativamente denso universo de Star Wars? Havia uma grande incerteza sobre como a Ubisoft poderia equilibrar a liberdade de um mundo aberto com a necessidade de contar uma história cativante e fiel dentro de um universo tão reverenciado.

Algum cepticismo teve origem no fato de o estúdio Massive Entertainment – a quem coube a tarefa de desenvolver Star Wars Outlaws – ter estado durante muito tempo simultaneamente dedicado a outro grande projecto: Avatar: Frontiers of Pandora, lançado no final de 2023. Conhecidos pelo seu trabalho na série The Division, a Massive Entertainment já havia provado a sua habilidade em criar mundos detalhados e imersivos, mas a carga de trabalho e a pressão de entregar dois títulos de grande porte ao mesmo tempo fez com que muitos se perguntassem se o estúdio conseguiria cumprir as expectativas elevadas associadas a ambos os títulos.

E o primeiro elogio que tenho de fazer, é que num mundo dos videojogos cada vez menos razoável nas suas apreciações, e cuja a margem de erro neste tipo de produções é hoje praticamente inexistente, a Massive Entertainment foi bastante corajosa. Correu inúmeros riscos, mas manteve-se fiel à sua visão, entregando uma experiência muito original, imersiva e miuto divertida. Em alguns aspectos apresentou mesmo algo único, mostrando um caminho alternativo para jogos dentro deste estilo.

 

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Star Wars Outlaws é um jogo de ação e aventura, e posiciona-se cronologicamente entre os eventos de “The Empire Strikes Back” e “The Return of the Jedi”. O enredo centra-se na história de Kay Vess, uma jovem fora-da-lei que, cansada de viver à margem da sociedade tenta um grande golpe que poderá mudar sua vida para sempre. E se Kay inicialmente pensava que iria ter um trabalho tranquilo, não demora a perceber que as verdadeiras motivações por trás do golpe não lhe foram de todo reveladas. De um momento para o outro, fica com a cabeça a prémio e com a sua vida completamente virada de pernas para o ar, transformando-se numa perigosa viagem ao submundo do crime galáctico, onde precisará de enfrentar inimigos poderosos e lidar com figuras muito duvidosas.

Numa altura em que a luta entre o Império e os Rebeldes está no auge, Kay é uma protagonista com a engenhosidade característica de quem cresceu nas ruas. E embora os seus métodos sejam um pouco questionáveis, conserva uma certa moralidade que, muitas vezes, a colocam perante escolhas difíceis, testando a sua lealdade e os seus princípios. Porém, Kay não está sozinha, e tem a companhia de Nix, o seu inseparável e astuto animal de estimação que não apenas oferece uma preciosa ajuda durante as missões, mas também desempenha um papel crucial nos puzzles e nas mecânicas de stealth. A relação entre Kay e Nix é uma das âncoras emocionais do jogo, destacando a importância da amizade e da confiança num universo onde a traição e o perigo estão sempre à espreita.

Star Wars Outlaws também explora a relação de Kay com figuras do submundo do crime, como o infame Jabba the Hutt, cuja influência chega a grande parte das actividades ilícitas na galáxia. Personagens como Jabba tanto podem representar uma ameaça constante para Kay, como meios para atingir um fim, dependendo das escolhas que faz durante a história. Este tipo de interações vão moldando o carácter de Kay como uma foragida que deve frequentemente tomar decisões arriscadas para evitar ser capturada ou traída, mantendo-se um passo à frente das ameaças que a cercam.

O ciclo de jogabilidade em Star Wars Outlaws é uma mistura de exploração, furtividade, combate, e decisões estratégicas que trilham o caminho da protagonista. No jogo, Kay precisa navegar por um vasto mundo aberto que abrange diversos planetas do universo Star Wars, cada um com ambientes e desafios únicos. O gameplay começa desde logo com Kay a ter de completar missões que muitas vezes envolvem escolhas difíceis, como decidir entre trair ou apoiar diferentes sindicatos criminosos. Essas escolhas, além de influenciarem a narrativa, também afectam as relações de Kay com essas facções, o que pode resultar em benefícios ou novos inimigos ao longo do jogo.

 

 

O stealth é parte central no gameplay, onde Kay utiliza sua sagacidade para evitar o combate ao máximo. Pode infiltrar-se em bases inimigas, hackear sistemas de segurança, e usar o ambiente a seu favor para completar missões sem ser detectada. Nix, o companheiro de Kay, é essencial nesse aspecto, ajudando-a a distrair inimigos e a aceder a áreas restritas. É uma jogabilidade desafiante, e grande parte da sua dificuldade reside em várias situações em que não podermos sequer ser detectados, caso contrário recuamos até ao último checkpoint. Juntando a isso um save automático que muitas vezes tarda em actuar, e podem esperar repetir algumas secções com frequência.

Quando o combate é inevitável, o jogo transforma-se num cover-shooter na terceira pessoa, onde podemos usar a nossa blaster e até utilizar temporariamente armas dos inimigos. Além disso, o jogador pode optar por abordagens mais estratégicas, dependendo da situação e das habilidades desbloqueadas. Tem um sistema de adrenalina que vai carregando durante o combate, e que pode depois ser usado para eliminar os inimigos em slow motion, à semelhança do que temos em Red Dead Redemption.

É onde Kay se sente claramente menos confortável, e, normalmente, é quando o plano vai por água abaixo que nos vemos na necessidade de puxar da blaster. A falta de treino da protagonista sente-se durante o gunplay, e ainda que seja uma escolha de design, considero que afecta a sensação geral do combate. Ainda assim, a lógica de alternar entre os diferentes modos da blaster conforme o inimigo, ajuda ligeiramente e consegue proporcionar momentos de entusiasmo quando a acção aperta.

Todavia, no que realmente Star Wars Outlaws sobressai é na exploração e no sentido de aventura. Diria mesmo que tudo foi pensado para que o jogador se sentisse sempre parte de uma importante jornada, seja nas missões de stealth, nos momentos de acção e nas cenas mais cinematográficas. Para isso, muito contribui a dinâmica de caçadora de túmulos em que Kay se verá com regularidade. Muitos dos locais que visitará serão assim, o que significa que há uma forte componente de escalada e plataformas que são críticas para a jogabilidade, fazendo-nos lembrar de Tomb Raider.

 

 

Visto não existir um leveling system propriamente dito, a progressão em Star Wars Outlaws é cuidadosamente elaborada para refletir a percurso de Kay Vess num enquadramento onde a sobrevivência depende dos conhecimentos adquiridos e das alianças formadas. Diferente de outros jogos onde a evolução da personagem se dá através de pontos de XP tradicionais, Outlaws adopta uma abordagem mais realista e integrada no contexto narrativo.

O progresso de Kay está directamente ligado às suas interações com o mundo e com as personagens que vai conhecendo. À medida que avança no jogo, completando missões e forjando pactos com diferentes facções e figuras, irá desbloquear novas habilidades, ter acesso a equipamento mais poderoso, assim como melhorias para os veículos e o equipamento. E o mais interessante é que as skills não são ganhas de forma automática, mas terão de nos ser ensinadas por determinadas personagens, o que acontecerá ao completarmos certas milestones e micro-missões.

É algo que incentiva o jogador a envolver-se profundamente com o ambiente e com os sistemas de jogo, de maneira a ganharmos acesso a upgrades específicos que melhoram as nossas capacidades de combate, stealth e hacking. E adicionalmente ao equipamento e habilidades, temos ainda as ferramentas, como o Grappling Hook, as Smoke Bombs, o Holotracker e a Fusioncutter, embora estas estejam normalmente dependentes do progresso na história. São tudo aspectos que realmente transformam Star Wars Outlaws numa experiência única, e que nos incita a explorar o mapa naturalmente, sem nunca parecer forçado.

O sistema de missões em Star Wars Outlaws está também interligado com a progressão e as suas facções criminosas. As escolhas que efectuamos ao longo das missões e contratos afectam directamente as recompensas obtidas, e o jogador precisa equilibrar essas relações, considerando os benefícios imediatos e as consequências a longo prazo. Aliar-se a uma facção pode resultar em ter acesso a missões exclusivas, equipamentos especiais e outros benefícios, mas também pode atrair a ira de facções rivais, complicando as coisas. Dessa forma, cada história é ímpar para cada jogador, sendo fortemente influenciada pelas suas escolhas e interacções dentro do universo do jogo.

 

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No início, a combinação entre os sistemas de progressão e de facções em Star Wars Outlaws pode parecer um pouco confusa. Em particular, devido à quantidade de elementos que se entrelaçam, como as várias escolhas que influenciam diferentes facções, além das recompensas e habilidades desbloqueadas. Contudo, à medida que nos aprofundamos no jogo e entendemos melhor as mecânicas, tudo começa a fazer mais sentido. Com o tempo, torna-se uma parte essencial e agradável do gameplay, e essa complexidade inicial acaba por transformar-se numa das características mais cativantes do jogo.

E, claro, não nos podíamos esquecer do Galactic Empir1e, que tem um papel fundamental na narrativa. Como a força dominante na galáxia, o Império influencia praticamente todos os aspectos da vida de Kay Vess, desde as missões que ela aceita, até aos obstáculos que enfrenta. A presença do Império é sentida de forma quase onipresente, simbolizando uma constante opressão e controlo. O Império impõe as suas leis e políticas por toda a galáxia, afetando as facções e as cidades que Kay visita.

Muitas das missões em que Kay embarca são, directa ou indirectamente, influenciadas pelo Império. Por exemplo, algumas missões podem levar-nos a sabotar instalações imperiais, a resgatar prisioneiros políticos ou a obter de informações secretas. O grau de envolvimento do Império em certas áreas pode até determinar o tipo de adversários que Kay enfrentará, desde stormtroopers, ou veículos blindados que requerem estratégias específicas para serem derrotados.

A importância do Império também se reflete nas decisões e alianças que Kay precisa formar ao longo do jogo. Ela frequentemente se depara com dilemas morais que envolvem o Império, como decidir se deve colaborar com facções que têm acordos ilícitos com as autoridades imperiais ou se deve lutar contra essas injustiças. As suas escolhas podem atrair a atenção indesejada do Império, resultando em perseguições intensas e aumentando o nível de dificuldade das missões subsequentes.

 

 

Além disso, a constante vigilância e interferência do Império forçam Kay a ser mais estratégica e cuidadosa nos seus movimentos. O jogo implementa mecânicas onde a notoriedade de Kay pode aumentar dependendo de suas acções contra o Império. Quanto mais notoriedade ela ganha, mais difícil se tornam as suas deslocações, com o Império a intensificar as suas operações para capturá-la, o que pode afetar não só o combate, mas também as interações com outras facções e personagens que podem preferir se afastar de alguém perseguido tão ferozmente pelas autoridades.

Isso tanto pode acontecer em terra, como no espaço, sendo que em Star Wars Outlaws, a navegação em mundo aberto é um dos elementos mais fascinantes do jogo, proporcionando aos jogadores a liberdade para explorar tanto os diversos planetas quanto o espaço. No solo, a experiência de exploração é rica e imersiva, com cada planeta oferecendo paisagens únicas, que variam desde os desertos escaldantes de Tatooine, até às florestas densas de Akiva.

Estes mundos e as suas cidades estão repletos de vida e detalhes, onde Kay pode interagir com personagens, aceitar missões, enfrentar inimigos e descobrir segredos ocultos. A transição entre diferentes áreas dentro de um planeta é fluída, tornando a exploração contínua e livre de interrupções. Além disso, as mecânicas de escalada foram integradas de modo a permitir que Kay consiga chegar a áreas de difícil alcance, o que adiciona uma dimensão vertical à exploração, seja para encontrar rotas alternativas ou escapar de perigos iminentes.

Quando se trata da navegação no espaço, a experiência expande-se. Kay pilota a sua nave, a Trailblazer, através dos sistemas de Toshara, Tatooine e Kijimi e Akiva, onde pode entrar em combates espaciais, explorar destroços de naves antigas ou evitar patrulhas imperiais. O espaço, com a sua vastidão e mistérios, é um ambiente aberto por si só, oferecendo encontros aleatórios e oportunidades de exploração que mantêm a jogabilidade dinâmica e emocionante. A combinação da exploração terrestre e espacial, juntamente com a fluidez das transições entre esses ambientes, eleva a experiência de mundo aberto em Star Wars Outlaws, proporcionando aos jogadores uma sensação incomparável de descoberta.

 

 

Quanto ao combate espacial, a versatilidade da Trailblazer faz toda a diferença. Os combates são intensos, divertidos e num estilo puramente arcade, onde armas como os canhões-laser e os torpedos serão o nosso principal poder de fogo. A nave também possui escudos de energia que absorvem danos, mas precisam ser geridas com cuidado, sobretudo nas batalhas mais prolongadas.  Outro aspecto importante da Trailblazer é sua manobrabilidade, nomeadamente a sua capacidade para efectuar manobras evasivas, como o barrel role e o dodge – essenciais para evitar os ataques inimigos.

Nesse sentido, os veículos têm uma enorme importância na navegação e no transporte, sendo essenciais para a exploração tanto nos planetas quanto no espaço, principalmente para investigar pontos de interesse. Além da Trailblazer, temos igualmente o speedster – o veículo terrestre utilizado por Kay para se deslocar rapidamente pelas superfícies dos planetas. Este veículo é ideal para atravessar vastas distâncias em terrenos variados, como desertos e planícies. É ágil e rápido, permitindo a Kay escapar de confrontos, perseguir alvos ou simplesmente explorar o terreno de forma eficiente. Tal como a Trailblazer, é similarmente personalizável, o que significa que os jogadores podem adaptá-lo às suas preferências, melhorando seu desempenho ou ajustando seu visual.

Mas em Star Wars Outlaws temos muito por onde nos perder, e além da exploração destes incríveis mundos, o jogo oferece uma série de actividades e mini-jogos que acrescentam variedade e diversão à experiência. Entre as actividades que mais se destacam estão o Kessel Sabacc, as corridas de cavalos e as máquinas de árcade, que podem ser encontradas nas diversas cidades. O Kessel Sabacc é uma versão do famoso jogo de cartas do universo Star Wars e podemos participar em partidas desse jogo que tanto tem de sorte como de estratégia. É uma representação fiel da atmosfera dos bares e salões de Star Wars, onde o risco e a recompensa andam de mãos dadas.

Star Wars Outlaws impressiona não apenas pelo seu enredo e mecânicas, mas também pela sua apresentação gráfica. Utiliza o Snowdrop como motor de jogo, proporcionando visuais que capturam a grandiosidade e a diversidade do universo de Star Wars. Os cenários são bastante diversificados, com cada um meticulosamente detalhado para criar uma atmosfera imersiva e autêntica. As texturas, iluminação e sombras são todas de alta qualidade, dando um ar de realismo que se reflete tanto nos ambientes quanto nas personagens.

 

 

Os modelos das personagens estão bastante sólidos, com expressões faciais e animações detalhadas que contribuem para a imersão narrativa. Os detalhes nas roupas, equipamentos e até nos veículos foram cuidadosamente projectados, oferecendo uma fidelidade visual que é característica das produções da Ubisoft. As condições climatéricas dinâmicas e os ciclos diurnos e noturnos também adicionam profundidade ao mundo aberto, condicionando a visibilidade e a jogabilidade, além de tornar cada visita a um local numa experiência singular.

As secções espaciais do jogo são igualmente impressionantes, com a vastidão do espaço a ser representada por meio de visuais de tirar o fôlego. Estrelas, nebulosas e planetas são renderizados com grande atenção aos detalhes, criando um cenário cósmico vasto e majestoso. As batalhas espaciais, em particular, beneficiam-se desses gráficos, oferecendo explosões vibrantes e efeitos de luz que aumentam a sensação de escala e intensidade.

A parte sonora é capital na imersão e no impacto emocional da experiência de jogo, capturando a grandiosidade e a intensidade que são características em Star Wars. A banda sonora é um dos elementos que mais se destacam, cuja música épica – que é uma assinatura da saga – está presente em momentos-chave do jogo. O voice acting também é excelente, e cada personagem é trazida à vida através de performances vocais convincentes que adicionam profundidade e credibilidade à narrativa. Os diálogos são entregues com emoção e clareza, garantindo que os jogadores sintam o peso das decisões e das situações enfrentadas ao longo da história.

Star Wars Outlaws é um jogo que combina qualidade narrativa, um mundo aberto imersivo, mecânicas de gameplay originais e diversos pormenores que capturam o lore a essência do franchise. Com uma protagonista carismática, e um mundo rico em histórias e actividades paralelas, é uma viagem obrigatória para qualquer fã de Star Wars.

REVER GERAL
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Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.
analise-star-wars-outlaws<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Excelente narrativa com óptimas personagens</li> <li style="text-align: justify;">Um universo realmente imersivo</li> <li style="text-align: justify;">Sistema de progressão super original</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Podia ser mais intuitivo inicialmente</li> </ul>