Developer: Marvelous
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 10 de Julho de 2020
Provavelmente muitos jogadores ainda tratam Story of Seasons como Harvest Moon, sendo que foi com este nome que a franquia ganhou fama e atrevo-me a dizer que foi com Harvest Moon: Friends of Mineral Town, lançado em 2003 para o Game Boy Advance, que a franquia atingiu o seu pico de popularidade. Mais tarde, devido a problemas com licenças, a Marvelous foi obrigada a largar o nome Harvest Moon, passando os restantes jogos da franquia a chamarem-se Story of Seasons.
Story of Seasons: Friends of Mineral Town é um remake do jogo de 2003, e diria mesmo que o pensamento da Marvelous foi dar a conhecer o seu trabalho aos novos jogadores da Nintendo, devido à enorme popularidade que a Nintendo Switch alcançou em pouco mais de 3 anos de existência. Quase é possível fazer a analogia com Pokémon Let’s Go, que preferiu lançar um jogo simples mas que desse a conhecer a série aos novos jogadores da Nintendo Switch, tendo mais tarde lançado Pokémon Shield e Sword já com todas as características mais comuns dos últimos jogos.
A história deste jogo é bastante simples:
O nosso personagem – que pode ser masculino ou feminino –, herdou uma quinta que era do seu avô e onde passavas férias quando era mais novo. A quinta encontra-se bastante degradada, sem grandes condições, e é aí que seremos convidados pelo presidente do município a tentar colocar a quinta onde ela merece, isto é, a dar-lhe vida novamente com culturas, animais e claro, a conseguirmos fazer um bom dinheiro.
No início teremos de nos contentar com uma árvore que vai dando um ou dois frutos por dia; ou um pouco de mel, quando aparece uma colmeia nessa árvore, e alguns nabos que estão semeados. Nos primeiros momentos acredito que vão passar muito tempo a regar os nabos, cortar erva, cortar troncos de madeira que estão na terra onde devemos semear e até arrancar e partir pedra.
Tudo pode ser vendido, até mesmo as ervas daninhas que apanhamos, embora por preços quase irrisórios. As pedras que partimos, e a madeira que recolhemos também podem ser vendidos, porém, também serão úteis mais tarde para o melhoramento da quinta, por isso fica um pouco ao critério do jogador o que deverá fazer. Provavelmente vender inicialmente para ter algum dinheiro, e para comprar uns animais e sementes para cultivar.
A verdade é que quanto mais cresce a quinta, mais trabalho vocês vão tendo, como regar as culturas, tratar das vacas e das ovelhas, apanhar ovos das galinhas e alimentá-las, apanhar frutas e hortaliças, e claro, voltar a semear tudo novamente. Sim, todo o trabalho está incluído, como cavar a terra, o que na verdade é exactamente o que se faz nas quintas, porém, de uma maneira mais simples e menos custosa.
O jogo também tem um sistema de tempo, como os dias e a época do ano. O nosso personagem também sente fome e cansaço (barra de energia), e quanto mais trabalha, mais cansaço vai ter. As horas do dia também são importantes devido aos horários das lojas da cidade e até na hora que temos para colocar nos nossos produtos no cesto para serem vendidos.
O sistema de cansaço é algo que não posso deixar de criticar – não por ele existir porque faz todo o sentido – mas porque o nosso personagem se cansa de uma maneira demasiado rápida. O nosso personagem acorda sempre bastante cedo, e se começar logo a trabalhar, por vezes, às 9h da manhã, já estão exaustos. A maneira de voltarem a ter energia passa por irem até às termas para a barra de energia voltar a subir. Acredito sinceramente que se as tarefas causassem apenas metade do cansaço tudo seria muito mais interessante.
A nossa quinta, com o passar do tempo, pode e deve ser melhorada. Temos opções para aumentar o estábulo, melhorar as ferramentas, e até novas opções para culturas; entre outras opções. Além de tratarmos da quinta, ainda é possível minar – se preferirmos ganhar algum dinheiro extra. Existe uma mina e podemos fazer de mineiros e ganhar algum extra com o que extraímos de lá.
Outra das possibilidades do jogo é explorar a cidade, assim como conhecer pessoas, ir a festas da cidade e entrar em algumas competições, que caso as ganhemos ficamos bastante bem vistos pelos moradores. E falando em moradores, é bastante interessante falar com eles e conhece-los, saber os seus gostos e até as suas personalidades (que são bastante diferentes). O romance também pode acontecer e até criar uma família, mas para isso, como devem imaginar, têm de investir no vosso relacionamento, e isso leva tempo, tempo esse que vão perder para cuidar da quinta e de todo o trabalho que existe para fazer.
Na verdade, com o avançar do jogo, existe tanta coisa para fazer que deixamos de ter tempo para explorar e para nos divertir. É só trabalhar na quinta para tudo funcionar correctamente, e deixa de ser divertimento e sim trabalho, trabalho, trabalho, tornando-se algo estranho.
Graficamente o jogo está bonito, com um estilo todo ele cartoon. Obviamente não vão encontrar texturas incríveis, mas a ideia não é essa, e é mais oferecer ao jogador algo bonito e com um aspecto “fofinho”. Vão encontrar muita cor, muita luz, quase um jogo com aspecto de bonecos da marca Pinipon. O jogo apresenta uma visão isométrica e para o jogo em questão apresenta um mapa de tamanho razoável para o jogador explorar.
Infelizmente o jogo não apresenta opção de Português, nem Português de Portugal, nem em Português do Brasil. Para a maioria dos jogadores que o queiram jogar, o Inglês será a melhor opção.
Story of Seasons: Friends of Mineral Town não oferece a diversidade como outros jogos deste tipo, mas é um excelente jogo para se iniciarem nas andanças da quinta e todos os seus afazeres. Acredito que este será apenas o primeiro de muitos jogos da franquia Story of Seasons que chegarão à Nintendo Switch.