Developer: Nintendo
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 7 de Dezembro de 2018
“Amor, competitividade e paixão” são palavras fortes que nos transmitem sentimentos poderosos, e por estranho que pareça, todas conseguem – de certa forma – estar ligados à franquia da Nintendo que vamos analisar, ou não estaríamos a falar de Super Smash Bros; um jogo que consegue transmitir todos esses sentimentos, tantos aos novos jogadores, como aos mais fanáticos. Quantos de vocês, mesmo sem nunca terem jogado Super Smash Bros. Ultimate, ficaram com um hype enorme? Quantos de vocês ficaram loucos por querer que chegasse dia 7 de Dezembro e conseguirem ter o jogo na mão? Este é um daqueles jogos que provavelmente todos desejávamos ver anunciado para a Nintendo Switch, e quando aconteceu, o que provocou em muitos de nós, é algo que não se consegue expressar, apenas sentir. O anúncio do jogo foi algo que todos os fãs da Nintendo, mas principalmente os amantes de Super Smash Bros., sentiram como mais ninguém. Foi incrível, e isto só consegue ser expresso por uma única palavra, paixão. Já a competitividade pode vir depois, principalmente quando entramos na parte online, na parte que queremos ser cada vez melhores, mas que por incrível que nos possa parecer, existe sempre alguém que nos ultrapassa, que tem aquela sorte, que tem aquela táctica ou estratégia que nos trama. Aí chega aquela obsessão competitiva, e por muito que queiramos largar o jogo e não tocar mais nele, o amor é mais forte e voltamos sempre atrás; é mais forte que nós; é um jogo para a vida, é um jogo que consegue ser tudo e nada, é Super Smash Bros. Ultimate.
Bem depois de desabafar tudo o que estava cá dentro no que toca a Super Smash Bros. Ultimate, podemos então de forma bastante mais calma analisar o que este tem para oferecer. Super Smash Bros. Ultimate chega depois de Masahiro Sakurai, e de toda a equipa de desenvolvimento terem feito um trabalho fenomenal. Custou-nos imenso esperar tanto tempo (7 de Dezembro parecia que nunca mais chegava). Era como quanto tínhamos 5 anos e em Janeiro já estamos a perguntar quando é novamente Natal. Pois bem, finalmente chegou. Não diria para já que esta é a última versão da franquia, já que queremos que esta nunca acabe, mas na realidade oferece tudo e muito mais do que um jogador pode querer: o conteúdo é enorme, os lutadores são imensos, as arenas de combate ainda mais, e cada minuto jogado é vivido de forma intensa. E estragando já a surpresa da pontuação, fiquem já a saber que dei pontuação máxima. É o jogo do ano da Nintendo Switch.
Como disse anteriormente, em relação aos lutadores, a variedade é enorme; 8 para abrir o apetite no início do jogo (Mario, Link, Yoshi, Pikachu, Fox, Donkey Kong, Samus e Kirby), e 74 depois de todos desbloqueados. Acreditem que se a quantidade de lutadores é impressionante, ainda mais impressionante é a quantidade de outros jogos que conseguem estar representados no jogo. É até nostálgico ver certos lutadores a serem desbloqueados, porque nos obriga a recordar do jogo ao qual pertence, e dos diversos momentos de felicidade que com ele passámos. Ice Climbers, Mr. Game & Watch, Pit e Duck Hunt, são apenas exemplos dos personagens que nos fazem viajar para outros tempos, para não falar dos tão conhecidos Cloud, Sonic, Pac-Man, Snake, tudo personagens icónicas dos videojogos. A maneira de desbloquear personagens é bastante rápida e simples, principalmente se estiverem a jogar no modo Smash: depois de alguns combates, um aviso aparece que chegou um novo lutador, nesse momento combatem contra ele, e caso vençam o combate, ficam com o lutador desbloqueado, caso contrário, terão de tentar numa próxima vez.
Depois temos as arenas (mais de 100), e todas elas com cenários facilmente reconhecíveis: passamos pelo Pokémon Stadium com um pitstop em Dream Land de Kirby, sem esquecer o Green Hill Zone de Sonic, ou mesmo o New Donk City Hall de Super Mario Odyssey. Fica difícil falar de algum sem falar de todos, e mais impossível é falar de todos e não nos esquecermos de algum. São muitos. Mesmo!
Voltando agulhas para os modos de jogo, podemos começar directamente pela grande novidade, isto é, o modo Adventure, ou se preferirem: World of Light. Este modo está inserido na categoria dos Spirits, e é uma espécie de modo história do jogo. O início começa com o conhecido vídeo, visto e revisto num trailer que mostra quase todas as personagens do jogo a serem apanhadas por raios e a serem transformadas em algo similar a clones, onde alguns spirits irão dar-lhes vida, características, e claro, tornando-os em vossos inimigos. Neste modo começamos com Kirby, o único que se salvou deste ataque massivo, e como é de esperar teremos de derrotar estes inimigos, sendo que por vezes, ao derrotá-los, conseguimos desbloquear spirits.
Esses spirits que desbloqueamos são de extrema utilidade, tanto neste modo, como nos outros, isto porque podemos melhorar o nosso personagem ao usá-los, sendo que existem diversos tipos de spirits: uns que diminuem o dano que levamos, outros que melhoram o nosso ataque físico, outros que melhoram o nosso ataque mágico, e até existem spirits de suporte, que nos fornecem armas para começarmos os combates, ou que nos oferecem uma protecção em determinadas arenas, onde o cenário é maioritariamente de fogo, por exemplo. Os spirits que não são de suporte podem subir de nível, e quanto maior o número de combates, mais sobem; mas também existem itens de XP que os fazem subir de nível, e muitos deles, quando chegam a nível máximo (99), podem sofrer uma transformação. É um conceito bastante interessante e que faz com que o mesmo lutador consiga variar consoante o spirit que está a usar.
Obviamente que o modo que dá nome ao jogo não podia ser esquecido, ou seja: o modo Smash; que começa com os 8 personagens que referi acima, e a partir daí temos diversas opções que podemos alterar: desde aumentar o tempo de cada batalha, escolher a arena que queremos jogar, escolher a quantidade de personagens que queremos no ecrã (vai desde 2 a 8); e é até possível escolher combates cujos vencedores são definidos ao fim de X tempo, ou quando um inimigo sai do ecrã um determinado número de vezes. Caso não saibam, embora Super Smash Bros. Ultimate seja um jogo de luta, o objectivo é bem diferente dos habituais jogos, já que aqui, o objectivo é fazer com que o adversário saia do ecrã. Para isso, é preciso ir-lhe dando dano, que será representado por um valor representado percentualmente na parte inferior do ecrã, e essa percentagem é ao mesmo tempo a distância que o personagem irá percorrer depois de um golpe certeiro que o fará sair disparado do ecrã. Quando o personagem não consegue voltar, significará um KO, e quem conseguir mais KO nos adversários obviamente ganhará o jogo.
Podem igualmente encontrar outros modos: o Squad Strike, onde terão batalhas de 1 vs 1, e terão de escolher uma equipa de 3 ou 5 personagens, sendo que quando uma perde, entra outra na arena, até uma equipa ser derrotada; o Tourney, que como o nome indica serve para fazer torneios até 32 jogadores; e por último o Special Smash, que está dividido em três modos: um extremamente rápido e divertido com o nome de 300% Super Sudden Death, onde apenas precisam de acertar uma vez no adversário para este saltar do ecrã; o Smashdown, onde a grande diferença em relação aos outros é escolhermos o número de combates que queremos fazer, e no fim, quem tiver mais vitórias é o vencedor; e para finalizar, o Custom Smash, onde vos é oferecida uma enorme quantidade de opções dos personagens: tamanho, peso, tipo de corpo, velocidade, entre muitas outras.
Estes modos de jogo são os que podem encontrar do lado esquerdo do ecrã, e saltando agora para o lado direito, terão novos modos e ainda mais opções. Para começar, podemos falar dos amiibos, já que a franquia de Super Smash Bros. é aquela que mais amiibos tem. Funcionam tal como nos jogos anteriores, no entanto, existe um senão, porque caso os usem no jogo, vão perder toda a informação dos jogos anteriores, isto é, passa a ser um amiibo unicamente para o Super Smash Bros. Ultimate. Devo confessar que perder alguns dos personagens que tinha e já estavam bastante evoluídos, apenas para usá-los aqui custou-me bastante, mas ao fazê-lo, passei a poder evolui-los em batalhas juntamente com os spirits.
É ainda no Games & More que podem criar os vossos Mii Fighters, escolher o nome, a aparência, o estilo (Brawler, Swordfighter e Gunner), a voz e até os quatro ataques. É no mesmo menu que encontram a opção de Training que não precisa de explicação e o Mob Smash que consiste em três tipos de desafios, o primeiro chamado Century Smash em que o objectivo é derrotar 100 inimigos o mais rápido possível, com lutas de 1 vs 7 onde a maioria dos lutadores são Mii Fighters. O segundo é o All-Star Smash onde teremos lutas de 1 vs 4 e estão sempre a aparecer novos lutadores até sermos derrotados. Por últimos o Cruel Smash que é provavelmente dos três o desafio mais desafiante, onde lutamos contra diversos Mii Fighters com uma dificuldade bastante acima da média.
Para finalizar o Games & More temos o Classic Mode, um modo bastante particular já que somos nós que escolhemos a intensidade/dificuldade que queremos começar os combates. Depois disso escolhido e do nosso personagem teremos cerca de 6 combates, um nível bónus e por fim um Boss para derrotarmos. Outra das particularidades deste modo é que conforme forem ultrapassando os adversários a dificuldade vai aumentado, caso sejam derrotados podem usar moedas para continuar a combater, mas serão penalizados sendo diminuída a dificuldade, reduzindo o vosso prémio final.
Continuando do lado direito do menu principal temos o Vault onde encontramos as repetições dos combates que gravámos, podemos ouvir todas as musicas do jogo (cerca de 24h de musicas), e até fazer e ouvir as nossas playlists. Também encontramos os nossos registos de jogo no Records, ver os diversos Challenges que desbloqueamos, e até ajudas com explicações sobre todo o conteúdo do jogo.
Durante todos estes modos, além de podermos usar os spirits que já enunciei, também vamos sendo prendados por diversos itens que vão aparecendo, como espadas, pistolas, bombas, pokéballs (que fazem aparecer pokémon que se juntarão a nós para derrotar os nossos adversários), itens que fazem aparecer novos lutadores (e que se tornarão nossos aliados), e claro, a tão desejada e incrível smashball, e esta, se a conseguirmos destruir, irá permitir fazermos o nosso golpe especial que muitas vezes fará a diferença entre ganhar ou perder um combate.
Por fim chegamos ao Online que provavelmente é o local que muitos vão gastar a maioria do seu tempo, aqui encontramos a opção de ser espectadores de combates que estão a acontecer online, ou entrar no modo Smash, neste modo temos três opções o Quickplay onde podemos jogar a solo ou em Co-op contra outros jogadores online; o Battle Arenas onde podemos nos juntar a combates online contra outros jogadores, contra amigos, ou criar os nossos próprios combates para se juntarem a nós; e por fim uma opção bastante útil que é o Background Matchmaking onde basicamente podemos escolher as opções que queremos e depois continuar a usufruir de Super Smash Bros. Ultimate à nossa vontade até o jogo encontrarmos um oponente para combatermos.
A minha experiência no online teve altos e baixos, apanhei jogos sem lag, e em que tudo corria na perfeição, e outros em que se notava que existiam jogadores que ou estavam muito distraídos ou estavam com um lag notório. Provavelmente por culpa própria, isto é, ou estavam a jogar por wireless ou com uma ligação à internet não muito estável. Seja como for, se jogarem com o adaptador de rede ligado à dock e em modo TV, as probabilidades de terem excelentes combates online será grande. Devo confessar que embora tenha feito apenas uns 10 a 15 combates nos diversos modos online, foquei-me bastante mais nas opções offline do jogo.
Com a sua jogabilidade simples e divertida, Super Smash Bros. Ultimate consegue ser um jogo para todos. É composto basicamente por dois botões de ataque, um de defesa e um para agarrar. Esta é a base, simples, intuitiva e divertida. Porém, embora seja para todos, a verdade é que também é preciso dedicação, isto porque as combinações de ataque, derivado ao movimento do personagem e as direcções, conseguem trazer uma enorme panóplia de golpes, e até os mais viciados terão de se aplicar a fundo, dedicando-se a 4 ou 5 personagens para conseguirem dominar todos os seus golpes na perfeição. É excelente, tanto para torneios extremamente competitivos, como para torneios familiares.
Graficamente está imaculado. Todos os cenários estão incríveis, e mesmo nas arenas onde o cenário vai-se partindo e movendo, nunca tivemos problemas de fluidez. É impressionante mesmo como tudo está tratado ao pormenor, com efeitos que nos deixam por vezes boquiabertos, mas que ao mesmo tempo, não podemos dar-lhes a atenção devida pois perder o foco no nosso personagem será provavelmente a nossa derrota.
Por fim, dizer que Super Smash Bros. Ultimate é o melhor de Smash sempre, é sem sombra de duvidas um jogo que coloca a Nintendo Switch num patamar ainda mais alto. É claramente o jogo do ano da Nintendo Switch, e é um jogo que não consigo largar! É também uma análise de amor, mas as verdades têm de ser ditas, e quando são escritas com amor, tornam-se mais verdadeiras.