Developer: Flazm Interactive Entertainment
Plataforma: Nintendo Switch, Xbox One, PlayStation 4
Data de Lançamento: 27 de julho de 2022
Devo confessar que foi com algum entusiasmo que vi chegar Train Valley às consolas, com Train Valley: Console Edition. O jogo que no PC tinha uma crítica extremamente positiva – embora já tivesse sido lançado há alguns anos – teria agora a sua chegada às consolas e possivelmente diversas alterações para tudo isso funcionar que nem uma luva.
Train Valley: Console Edition está dividido em 2 modos de jogos, o modo clássico e o modo livre. O modo clássico será onde vamos ter os diversos níveis para completar, sendo que teremos 5 capítulos em que teremos de completar 6 níveis em cada um, isto é, ao todo temos um total de 30 níveis. Já o modo livre funciona tal como o nome indica, onde os jogadores podem percorrer os mapas dos 30 níveis fazendo as abordagens que quiserem, seja para treinar ou mesmo apenas para se divertirem.
Para quem não faz ideia do que esperar deste jogo, Train Valley é um jogo onde, ao longo da história, seremos gestores de uma companhia ferroviária ao longa, isto é, o jogo não se agarra à nossa época actual, mas sim a diversos locais históricos e onde as ferrovias foram muitas vezes um meio extremamente imprescindível para o desenvolvimento e muitas vezes para o desenrolar do mundo que hoje conhecemos.
Mas não se aflijam, não estamos a falar de um jogo super pormenorizado no que toca à simulação de gestão. Teremos, claro, de ter alguns cuidados respectivamente à economia do jogo, e na construção das ferrovias, mas sem aqueles detalhes muitas vezes demasiado chatos que estragam a experiência para o jogador mais comum. Aqui a finalidade é simples: conseguir que os nossos comboios cheguem ao seu destino sem problemas, ou seja, que vão do ponto A ao ponto B sem choques, acidentes ou problemas.
Obviamente que não existem apenas duas estações, senão não existia grande ciência no jogo. O desafio que a Flazm Interactive Entertainment decidiu trazer aos jogadores é diversos comboios partirem das suas estações e chegarem a outras estações sem problemas; e muitas vezes usando as mesmas linhas, ou tendo de ir para as mesmas estações, e que no fim o jogador consiga que tudo corra perfeitamente bem e sem desastres.
Como estamos a falar de um jogo de gestão, a questão financeira também é importante, por isso, para o desafio se tornar ainda maior, quanto mais depressa os comboios chegarem aos seus destinos, mais dinheiro os jogadores conseguem angariar para a sua empresa. E como todos sabemos, velocidade e perfeição é coisa que não combina muito bem, logo, será importante estudarem muito bem todas as vossas linhas ferroviárias para tudo correr bem.
Felizmente, o jogo começa de uma maneira calma, onde nos vão apresentando as nossas opções e desafios de uma maneira pausada, e de maneira a tentarmos perceber todas as nossas opções e recursos que vamos tendo à disposição conforme vamos avançando no jogo.
Além dos objectivos principais que servem para finalizar os níveis, teremos também objectivos secundários, que não são necessários fazer, mas que ao completarmos ganhamos selos. Esses objectivos vão desde termos diversos comboios a andar ao mesmo tempo nas nossas linhas, não acontecerem acidentes, entre outras coisas.
Como em qualquer jogo de gestão, o encerramento da nossa companhia ferroviária está sempre ao virar da esquina, e neste caso, quando o nosso dinheiro acaba e não cumprimos todos os objectivos principais a companhia declara falência, e nesse momento teremos de recomeçar o nível em questão.
Mas vamos à jogabilidade, e como comecei por referir, o jogo foi criado primeiramente para PC, e depois recebeu o port para as consolas. E na verdade posso dizer que nem tudo ficou devidamente facilitado, porque se por um lado é fácil alterar coisas num PC com o rato, já nas consolas nem tudo é assim tão simples, já que construir as linhas férreas, destruir, e alterar percursos não é propriamente fácil com os analógicos, ainda para mais a parte de alterar os sentidos das linhas férreas em tempo real, enquanto os comboios andam de um lado para o outro, visto que muitas vezes se torna complicado. O que vai acontecer, e foi o que tive de fazer em grande parte dos tempos, foi colocar o tempo parado, para fazer as alterações que queria, e seguidamente avançar com o jogo. Não é certamente a maneira mais correcta de o jogar, mas é a maneira possível com os comandos.
No caso da Nintendo Switch – que foi onde testamos o jogo – estes problemas até poderiam ter sido facilmente postos de lado, já que os developers poderiam ter metido com alguma facilidade a opção de touch screen, e tornar o jogo provavelmente ainda mais divertido do que no PC, mas isso não aconteceu, e assim a Nintendo Switch funcional tal como a Xbox One ou PlayStation 4, onde teremos de fazer tudo com o comando, ou neste caso com os joy-cons.
Não pensem com isto que o jogo é impossível de jogar, nada disso, requer mais tempo e habituação, isso é certo, como tantos outros jogos que levam ports do PC para consolas e muitas vezes jogos que funcionam apenas com rato – como é a maioria dos casos dos jogos de gestão. Os jogadores que estão habituados a simuladores/gestores que foram lançados no PC e posteriormente nas consolas certamente que não terão qualquer dificuldade com Train Valley: Console Edition.
A nível gráfico, devo confessar que achei o jogo bastante interessante. Não estamos a falar de paisagens belas e grafismos do outro mundo, mas de um jogo com um aspecto mais simples, porém, com bons detalhes, e que pelas suas cores consegue chamar a atenção de qualquer jogador. Além disso, o jogo passa por diversas épocas importantes, chamando sempre a atenção de qualquer jogador, e chega ainda com o DLC da Alemanha. Já no aspecto sonoro, não é competente nos efeitos, e as músicas poderiam ser um pouco mais interessantes.
Train Valley: Console Edition é um jogo interessante para quem gosta de gestores/simuladores. Consegue ser desafiante, com uma proposta divertida e que é um excelente passa-tempo. Infelizmente, peca pela jogabilidade com os comandos, que poderia ser um pouco melhor.