Developer: Squanch Games
Plataforma: PlayStation 4 (PSVR)
Data de Lançamento: 31 de maio de 2019

Mais do que um simples jogo, Trover Saves The Universe parece mais uma série de animação bem divertida ao estilo de Rick And Morty, ou não fosse esta aventura desenhada por um dos seus co-criadores Justin Roiland. Além do conceito (se é que posso chamar conceito a isto), o autor empresta também a sua voz a várias personagens durante esta aventura hilariante que começa quando Glorkon, o mau da fita, rouba os dois cães pequenos de Trover para usar na vista e estes serem os seus olhos. É estranho eu sei, mas o jogo é mesmo assim e com um sentido de humor muito peculiar. Ora o objetivo de Trover, personagem que vamos controlar, é derrubar este tal de Glorkon para salvar o universo.

Para tal vamos viajar através de uma espécie de portal ou nave que nos transporta para mundos diferentes, nos quais há uma série de coisas para fazer. Encontrar pedras valiosas, colecionar “Power Babies” verdes, que são uns 30 por nível e matar os inimigos que nos aparecem são alguns exemplos. Pelo meio e como é habitual em qualquer jogo de plataformas, teremos pequenos puzzles para resolver. Mas não se preocupem se parecem ser complicados. Se estivermos ali muito tempo, e digo muito, para não dizer mais do que 30 segundos, Trover faz questão de nos lembrar que “este não é esse tipo de jogo”, ou seja o de estarmos ali às voltas para passar. Ele mesmo dá-nos outra solução e nós, claro rimos e aceitamos para não matar a cabeça. E é no humor que está o grande trunfo deste Trover Saves The Universe.

 

 

Não há muitos jogos, aliás, não me lembro de um outro jogo que me fizesse rir tanto tempo com o comando na mão. Há muitas asneiras e piadas a pisar aquilo a que o senso comum pode chamar de “limites do humor”, mas para esses, os que acharem isso, há uma opção de censura e que talvez não tenha de ouvir metade das piadas. Digo talvez porque só joguei na opção sem censura, afinal de contas vivemos num mundo livre.

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E é com essa liberdade que Trover, muitas vezes nos questiona se queremos ou não fazer algo que parece ser terrível. Nós vamos ter que responder com a cabeça e acenar que sim ou que não. Uma coisa é certa, vão fazer coisas terríveis, mas o que é que isso importa? Como o Trover muitas vezes refere “isto é um jogo para nos divertirmos”. E podem crer que vão passar um bom bocado.

A jogabilidade está excelente para um jogo de plataformas em VR. Usando um pouco o mesmo método de Astro Bot, onde movemos o boneco através de zonas pré-marcadas e com um toque no R2 somos enviamos para onde ele está. Podemos também andar para cima e para os lados com os analógicos e ter uma perspetiva mais ampla que nos vai permitir descobrir mais coisas e avançar nestes pequenos mundos. Os poderes que temos vão evoluindo, mas basicamente podemos usar como arma um sabre de luz, à boa maneira de Star Wars e um duplo salto.

Trover não se cala, mas não é só ele. São praticamente os outros todos que vamos encontrando pelo caminho. Personagens com personalidade e poder de improviso durante certas situações que se vão passando. Todos gritam uns com os outros e atropelam-se em palavras duvidando muitas vezes uns dos outros. Alguns perguntam-nos até se Trover está a falar a verdade e nós com a cabeça temos de acenar como quem diz sim ou não. Com tudo isto, o jogo torna-se muito vivo e faz-nos até parar para ouvir um ou outro diálogo com mais atenção. É aí que a ligação ao Rick And Moty se revela mais forte. A história nada tem a ver, mas a maneira como eles falam e a maneira como as coisas se desenrolam é típico daquela série de animação.

 

É preciso dizer também que dá para jogar sem VR, mas a diversão e a experiência vão perder-se e transformar Trover Saves The Universe num jogo completamente banal e básico. Então sugiro que joguem mesmo em Realidade Virtual, até porque há “Power Babies” que só conseguimos apanhar com o VR.

Têm pela frente umas boas cinco ou seis horas de jogo aproximadamente. Um tempo até bom para a média dos jogos de VR até agora disponíveis. Vai passar rápido porque nem vão dar por isso. Assim que entramos naquele mundo parece que fazemos parte dele e com tanto humor à mistura é impossível não ficar bem disposto depois de jogar.

Trover Saves The Universe é então uma aventura cómica que nos vai fazer rir do início ao fim. Se não fizer, nem vale a pena jogar porque só vão detestar o jogo e dizer que Trover é isto e aquilo. Não é esse o espírito aqui. Mente aberta e alguma, ou melhor, bastante dose de loucura e certamente vão chorar por mais “episódios” deste jogo, como se tudo isto fosse uma série em que ficamos à espera do que aí vem.

REVER GERAL
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Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-trover-saves-the-universe<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Sentido de humor</li> <li style="text-align: justify;">Os diálogos</li> <li style="text-align: justify;">Uma história nonsense hilariante</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Sem VR perde a piada toda</li> </ul>