Developer: Hooded Horse
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 18 de Julho de 2023

Esta foi a minha primeira vez a experimentar um jogo de Xenonauts, apesar de saber que este já é o segundo que saiu. Logo quando entrei no jogo tinha apenas uma vaga ideia do que ele poderia ser. À primeira vista parecia-me ter vibes de “Red Alert” misturado com um combate ao estilo de Rabbids, e fiquei contente por saber que não estava assim tão longe disso.

Embora eu nunca tenha jogado a primeira entrada deste jogo, parece ser consenso comum que Xenonauts 2 apresenta uma melhoria sólida desse primeiro jogo (ao qual eu sou capaz de dar uma vista de olhos depois de acabar Xenonauts 2).

Xenonauts 2 é um jogo de estratégia que ocorre no ano de 2009 onde a guerra fria continua, onde ainda temos o mítico muro de Berlim e onde, cada vez mais, se tem avistado movimentos de objetos voadores não identificados. Neste jogo controlamos uma organização militar multinacional que tem como principal objetivo eliminar ameaças extraterrestres da face da terra. É a nossa função procurar e enfrentar a constante e crescente ameaça de extraterrestres. Para isso temos que expandir e gerir uma organização militar secreta com bases espalhadas pelo mundo. 

É nossa função pesquisar e desenvolver um arsenal militar para diminuir a lacuna de desenvolvimento tecnológico entre nós e esta ameaça. Também temos de fazer o treino de pessoal militar, e a escolha de equipamento militar adequado para enfrentar esta ameaça. Parece muito, eu sei, e realmente este jogo, para além do combate estratégico, prima por ser influenciado por todas estas pequenas decisões para a derrota dos alienígenas.

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A vertente de estratégia deste jogo é muito vincada e intensa. Não se resume simplesmente a um campo de batalha, mas também a todos os outros elementos como: armamento, treino, etc. 

Para começar, a organização não tem apenas uma base, mas sim várias, e todas essas bases têm que ser monitorizadas e geridas. As bases em si podem ser manualmente construídas para se adequarem às exigências do jogo. Consoante a nossa necessidade, como, por exemplo, se precisamos de mais recrutas, ou se é preciso focar mais na proteção aérea. Tudo isto é baseado pelo desenvolvimento de investigações de novas tecnologias, maioritariamente através de interrogatórios aos aliens para estudar os materiais que utilizam.

Sempre que uma missão termina, estaremos de volta ao mapa global onde nos será permitido apostar no desenvolvimento tecnológico, ou no desenvolvimento de armamento mais eficaz, ou até mesmo de melhores equipamentos que nos vai permitir desenvolver as nossas bases e melhor monitorizar e defender o espaço aéreo dos alienígenas. 

E depois temos a parte das batalhas que se dão após abater as naves de aliens, isto porque tropas têm que ser mandadas à localização do ataque para assegurar que fica tudo resolvido. 

Antes de cada batalha começar temos que fazer a gestão de tropas, sendo que cada militar tem status diferentes que influenciam o jogo de maneira diferente. Este parâmetro vai jogar perfeitamente com o equipamento de armas. Determinada arma equipada num militar com características específicas vá ter mais efeito do que outra. Tudo são aspetos que se devem ter em conta para uma maior eficácia no campo de batalha. Temos, ainda, itens que podem ser equipados e usados durante as batalhas, como armas extra, coletes de proteção, granadas, etc. 

Ainda antes de começarmos as batalhas, temos que equipar os aviões com o equipamento necessário à exploração e ao interrogatório dos aliens. E após eliminarmos os objetos voadores não identificados, aí sim entramos na batalha terrestre, onde teremos que usar a melhor estratégia possível para conseguir aniquilar os aliens. 

Em Xenonauts 2, a batalha em si fez-me lembrar muito os jogos mais antigos de estratégia militar, não consigo dizer bem o porquê, pois tudo é efetivamente diferente e melhorado, mas mesmo assim a vibe está lá, talvez seja devido ao mapa ser isométrico. O mapa em si é muito elaborado, com vários elementos que ajudam ao fator estratégia, como paredes, barris, barricadas e outros pormenores com os quais podemos jogar para melhor atacar o inimigo.

Cada militar vai ter uma maneira diferente de atacar dependendo de todas as escolhas feitas anteriormente, o que torna o ataque extremamente diversificado. Os aliens, por sua vez, têm habilidades diferentes que os tornam muito fortes e difíceis de derrotar (estamos a falar de, por exemplo, controlo de fogo, mover objetos, etc.). Sempre que aparecem novas espécies de aliens, é bastante interessante pensar numa estratégia para melhor os enfrentar.

Os gráficos do jogo ficam aquém do desejado e deu-me constantemente a sensação de estar a jogar um jogo que foi lançado há 10 anos em vez de estar a jogar algo atual. Isto não tira o charme ao jogo de todo, mas apenas sinto que, com a tecnologia que há hoje em dia, e considerando os jogos que estão a sair, este poderia ter sido um departamento mais bem pensado e cuidado. Por sua vez, os comandos do jogo são extremamente intuitivos e fáceis de usar depois de um pequeno período de habituação, como é normal ocorrer, afinal de contas, as mecânicas do jogo são imensas.

Não poderia deixar de comentar o ambiente sonoro extremamente envolvente deste jogo. Desde o momento em que abrimos o menu de jogo, somos envolvidos por uma música ambiente intensa que traduz muito bem o sentimento de urgência e de perigo e que faz um trabalho fenomenal em consolidar todos os elementos do jogo. Os próprios sons atribuídos às armas, personagens e tudo o resto são extremamente bem enquadrados.

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O peso imenso de todos os elementos de estratégia envolvidos é brutal para todos os apaixonados por estratégia e faz-nos efetivamente pensar e queimar bons pedaços de cérebro. No entanto, é este mesmo fator que me parece tornar este jogo muito nicho, pois pessoas que querem simplesmente “divertir-se e passar um bom tempo” poderão facilmente sentir-se intimidados com o jogo.

Independentemente disto tudo, este jogo é sem dúvida um “must play” para todos os que adoram jogos de estratégia como eu. 

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Ana Pereira
No recreio da primária passava a vida a ver o seu amigo de infância jogar Pokémon Blue no seu Gameboy Color, e não descansou enquanto não teve a sua própria consola. Os primeros jogos que teve foram o Kirby Dreamland 2 e o Pokémon Yellow e desde aí tornou-se grande fã da Nintendo e de videojogos em geral. Apaixonada por arte, música e jogosssss. Fã de JRPGs, farming sims e os chamados "cozy games" mas na verdade é caso para dizer que marcha de tudo, porque todos os jogos sao bons e sao experiencias unicas.
analise-xenonauts-2<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Estratégia levada ao extremo</li> <li style="text-align: justify;">Missões muito variadas </li> <li style="text-align: justify;">Controlo de tudo até ao mais pequeno pormenor</li> <li style="text-align: justify;">Aliens contra humanos</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Gráficos limitados</li> <li style="text-align: justify;">Mapa de combate isométrico </li> <li style="text-align: justify;">Feeling de jogo mais antigo </li> </ul>