Developer: DRAGO Entertainment
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 14 de setembro de 2022
Vivemos numa era em que tudo tem direito a um simulador, ao ponto de já nem acharmos estranho quando outro é inventado e lançado no mercado. Desta vez, temos um simulador de venda ambulante de comida e é claro que o seu nome é Food Truck Simulator.
A premissa é simples, herdámos uma carrinha de venda ambulante de comida que pertencia ao nosso pai e vamos tentar manter a chama viva da sua memória, dando continuidade ao seu legado. Temos uma pequena garagem, que serve também de dormitório e que vai ser a nossa sede de operações. Aqui, vamos ter um pequeno computador à nossa disposição para fazer as encomendas de alimentos à amiga do nosso falecido pai e vamos poder comprar equipamentos novos para a nossa carrinha assim como a possibilidade de decorá-la ao nosso gosto. Temos ainda um álbum de fotos onde vamos recordar alguns dos momentos vividos e que nos vão guiando também nesta vida ambulante.
O jogo divide-se assim em partes: a da gestão dos alimentos que necessitamos interagindo na primeira pessoa com o computador, a condução da carrinha para os locais de entrega de alimentos ou para as zonas “quentes” de venda ambulante, aqui numa visão na terceira pessoa e a confecção dos pratos de fast food na nossa carrinha para os clientes mais exigentes que vamos encontrando em cada um dos locais da cidade, tarefa essa realizada também na visão de primeira pessoa.
Não existe monotonia neste jogo. Andamos sempre de um lado para o outro a tentar executar as várias tarefas. Geralmente, encomendamos a comida à nossa amiga e produtora local, pegamos na carrinha e recolhemos a encomenda e é aí que gerimos o espaço e o local onde guardamos os nossos alimentos. Os produtos frescos devem ir para o frigorífico, os produtos não perecíveis podem ir para as prateleiras e os congelados para o congelador.
Depois disso, dirigimo-nos para um local onde tradicionalmente circule muita gente e, já agora, com muita “fomeca”. Pode ser um parque à hora de almoço onde vamos tentar fazer um belos hambúrgueres, pode ser a porta de uma discoteca à noite para servir umas belas batatas fritas e por aí adiante. Nem sempre vamos trabalhar apenas e só na nossa carrinha, até porque a concorrência é feroz e, no desenrolar do jogo, as coisas nem sempre vão correr da melhor forma e vamos ter que trabalhar para terceiros, quer seja a fazer pizzas ou sushi, mas, como diz o outro, vivendo e aprendendo, não é?!
Obviamente que o maior desafio será cozinhar e servir os clientes. É também a parte mais divertida, mas também desafiadora do jogo. Para terem uma noção: vão ter que comprar uma bilha de gás para usar o fogão, controlar a grelha para não cozinhar a carne no ponto que o cliente quer, cortar o pão no ângulo certo, assim como o tomate e colocar todos os ingrediente na ordem certa na caixinha do hambúrguer. E atenção que isto tudo é o básico.
Se for um menu com batatas fritas, vão ter que colocar o óleo na frigideira, as batatas a fritar, os molhos de acompanhamento e se fritarem muitas batatas ao mesmo tempo também vão ter que trocar o óleo, deitando fora o antigo, lavando a máquina e colocando um novo óleo. Ah pois! Não vá a ASAE aparecer… Bem, não vai aparecer, mas temos que dar o exemplo, certo?!
Conforme vamos avançando no jogo mais opções vão surgindo, como a possibilidade de fazer pizzas num forno próprio, com a logística da sua concepção mais complicada tendo que esticar a massa, colocar o molho de tomate com uma colher e cortar vários ingredientes para levar a pizza ao forno com a pá própria. Também vamos aprender a fazer sushi, por exemplo, que também é bastante complicado e, ainda mais, já que os nossos clientes tanto podem pedir um hambúrguer, como a seguir uma pizza ou sushi. É o completo caos na nossa bancada! Bancada essa que também temos que limpar, assim como a grelha e tudo o que utilizarmos.
Em termos gráficos ainda há muito a fazer neste Food Truck Simulator. Nesta versão de antevisão há muitas texturas cujo detalhe ainda não é o desejado, notando-se um maior cuidado na acção dentro da carrinha para percebermos o que estamos a fazer, mas com os clientes a parecerem todos iguais. Quando conduzimos pela cidade também notamos que algumas texturas demoram a aparecer e que o jogo se engasga para tentar colocar tudo no campo de visão do jogador.
Em termos de jogabilidade a condução é a bastante real, fora quando nos espetamos contra um semáforo e a carrinha não sai do sítio e temos que carregar num botão para a reiniciar no meio da estrada. Quando cozinhamos é quando sentimos uma aproximação maior à realidade. Apesar de muitas das acções ser de “point and click”, cortar os legumes obriga a colocarmos a faca na posição correcta para cortar e depois movê-la para cortar a próxima fatia e por aí adiante; usar a colher para espalhar o molho de tomate na pizza também nos obriga a mover o mouse em círculos, ou esfregar a grelha com movimentos rápidos para cima e para baixo. Dá sempre a sensação que estamos lá, dando essa imersão que um simulador precisa dar ao jogador.
Food Truck Simulator ainda tem um mês para afinar algumas arestas, nomeadamente as questões gráficas e os vários bugs que vão ocorrendo. Certo é que oferece uma experiência divertida, desafiante e bastante real. Devo confessar que gostava de poder fazer farturas no jogo, senti falta dessa componente, e se calhar de um pão com chouriço. Isso ou já estou com demasiadas saudades da Feira da Luz…