Developer: Artificer
Plataforma: PC
Data de Lançamento: TBA
Tivemos a oportunidade de experimentar os primeiros sete níveis do jogo que junta o combate por turnos, com uma boa dose de exploração e quebra-cabeças.
O jogo foi desenvolvido pela Artificer e será editado pela Good Shepard Entertainment, com uma visão isométrica que acompanha a acção e exploração, numa proposta um pouco diferente do habitual no género, onde acompanhamos algumas personagens num reality show televisivo onde temos de sobreviver a ondas de inimigos em cada um dos episódios da série.
O nome do jogo é também o nome dessa série televisiva, uma espécie de American Ninja Warrior meets American Gladiators, onde assumimos o papel de Scarlett, uma novata que entrou no Homicidal All-Stars para encontrar respostas do seu passado e, possivelmente, a vingança que tanto procura.
Apesar de não ser a única personagem que vamos controlar na componente do combate por turnos, será Scarlett a personagem que controlamos durante a exploração de cada uma das arenas, criando uma certa ligação com a personagem que vive atormentada pela morte do seu maridos e filhos.
O início do jogo, em formato tutorial, dá-nos as indicações das mecânicas que serão utilizadas. Na exploração teremos que ser astutos, olhar bem em redor para não cair em ratoeiras, em armadilhas espalhadas pelo cenário, assim como usar o próprio cenário em si, para criar cobertura para alguns inimigos mais “certeiros”. Para além disso vamos percebendo, com o decorrer do jogo, que há muito mais do que apenas escapar a armadilhas, pois há muitos tesouros para serem recolhidos e, muitos dos quais, com a certa necessidade de resolver puzzles de ambiente para sairmos vitoriosos, ah e vivos também. Isto porque, tanto as armadilhas, como os puzzles de ambiente, vão nos provocar danos severos, ou mesmo a morte, se não os solucionarmos na perfeição.
Nesta primeira parte em que Scarlett tenta sobreviver à arena e ao primeiro episódio, somos também apresentados à componente de combate por turnos que, para os fãs de XCOM, será super simples de dominar. Cada personagem que controlamos pode faer duas acções por turno, geralmente mover-se e atacar, mover-se e defender, ou utilizar items e defender a posição. Isto em traços gerais, porque depois cada uma das personagens tem habilidades específicas que pode utilizar, que vão desde uma maior capacidade ofensiva ou defensiva, a criar distrações ou a ajudar os companheiros.
Scarlett tem a capacidade de assalto, podendo mover-se e atacar os alvos quase que em movimento, Marty com a sua arma consegue atingir vários inimigos num raio de alcance maior, ou Tybolt que consegue projectar um holograma para distrair os inimigos e atrair o seu poder fogo, enquanto flanquearmos os inimigos. A ideia é sempre a mesma, criar a melhor estratégia e colocar as nossas “tropas” em melhor posição perante o adversário para depois usarmos as habilidades disponíveis para alcançar o sucesso.
O combate e o sucesso em cada um deles vai nos dar 3 tipos de currency, pontos de experiência que ao chegar a determinado ponto nos fará aumentar de nível e consequentemente desbloqueando pontos de habilidade, pontos esses que poderão ser usados para desbloquear novas habilidades e perks, o dinheiro propriamente dito para usarmos na compra de novas armas, items ou implantes e, por fim, a fama, que vamos conquistando por assinar autógrafos pelo meio dos níveis e de levarmos de vencida, perante alguns objectivos secundários, as batalhas principais.
Esta fama fará com que, por exemplo, possamos assinar novos contratos de patrocínio para a nossa equipa, dando sempre uma contrapartida para o combate. No entanto cada uma das marcas quer uma personalidade diferente, por isso, as linhas de diálogos com os fãs e com outros NPC’s têm vários tipo de disposição, por assim dizer, o mais cómico, o cordial, o mais brutalhão. Há uma parte gira em que vamos a um programa de televisão, uma espécie de confessionário onde podemos ganhar mais uns pontos extra de personalidade.
Nesta curta experiência nunca houve lugar para ficar minimamente entediado. O jogo parece estar bem balanceado entre as zonas de exploração, de diálogos e de combate, sendo que a diversidade das arenas, onde podemos ter uma batalha contra uma vaga de inimigos enquanto comboios passam a alta velocidade a levar tudo à sua frente, como outros onde temos que desarmar bombas ao mesmo tempo que combatemos. A verdade é que nunca aborrece.
Em termos gráficos, Homicidal All-Stars mistura elementos 3D com o estilo mais Comic art com muito sangue à mistura, chegando mesmo a ser gore. A mistura do Comic Art com os elementos mais sanguinários até acabam por equilibrar as coisas e dar um toque porreiro, mas o problema foi o estado dessas texturas. Neste capítulo notou-se muito que ainda há muito trabalho por fazer, das texturas até às quebras de frame-rate, o jogo cambaliou muito, ao ponto de, em termos técnicos, crashar por completo, fora os glitches e bugs, habituais nesta fase de desenvolvimento. No entanto a Inteligência Artificial parecia bastante apurada, o que é importante num jogo de combate por turnos.
Dito isto, Homicidal All-Stars está num bom caminho porque em termos de proposta está tudo bem ligado. Mistura bem os dois elementos, de exploração e aventura com o combate por turnos, a história de vingança tem uma boa dose de mistério para nos conduzir a cada novo episódio, as mecânicas são boas e a variedade de níveis também. A ideia de uma programação pay per view do jogo pareceu-nos engraçada, só em termos técnicos é que precisa de bastante tempo para se consolidar.