A saga de One Piece ganhou mais um episódio nas consolas. Se tínhamos tido até aqui jogos virados mais para um ambiente de Dinasty Warriors, ou até uma componente mais RPG, agora temos um jogo de combate puro e duro ao bom estilo da saga Ultimate Ninja Storm de Naruto.
É verdade que em Portugal One Piece não teve honras de passar na televisão portuguesa com a saga Naruto, ou até o seu destaque mas no Japão a coisa anda ela por ela. Talvez até mesmo por isso a aposta nesta nova componente em One Piece Burning Blood. Nós já tínhamos experimentado o jogo e até feito um vídeo de gameplay para mostrar alguns combates, mas agora fica aqui a nossa review em relação a todo o seu conteúdo.
Para vos situar, a história deste jogo segue os acontecimentos do arco Marineford que no Anime começou no episódio 457 da série anime e é o 22º arco do manga de Eiichiro Oda. Se não seguem a série poderão se sentir um pouco perdidos, mas para se divertirem garanto que isso não é fundamental. No tradicional modo História vão acompanhar os desenvolvimentos deste arco mas também as várias perspectivas dos seus principais intervenientes como por exemplo, Luffy, Whitebeard, Ace e Akainu.
Se seguirem este modo e mais uma vez tendo em conta que nem todos acompanharam a história até aqui, até porque são apenas 15 anos de One Piece, dizer que a História começa na luta épica em que Luffy mais o seu bando de piratas chega a Marineford, a base da marinha que detém o seu irmão Ace D. Portgras e que está prestes a ser executado. A partir daqui meus amigos é sempre a aviar cartuchos como costumo dizer.
Ora e se vamos rapidamente entrar em combate para tentar salvar Ace, precisamos de saber como o combate se desenrola, ora pois bem, podemos construir uma equipa de 3 personagens e suportes, onde podemos alternar em tempo real, o que dá espaço para verdadeiros combos infernais e várias combinações, até porque vamos ter à nossa disposição um total de 40 personagens jogáveis e 60 de suporte. Dizer que as personagens de suporte podem aparecer activadas por nós ou automaticamente.
O jogo é muito recompensador de jogar, isto é, os combos podem não “colar” como em NUNS, mas se conseguirmos aplicar uma série de ataques e depois culminar com algum ataque especial da nossa personagem ou até mesmo um Ultimate, a fluidez e as próprias animações fazem-nos sorrir naquele sentido de “toma lá vai buscar”.
A variedade também impera nos estilos de cada personagem, ataques mais próximos, ataques à distância, os próprios ataques especiais e os ultimates são muitos e faz com que possamos dominar um estilo, ou mesmo uma personagem e dedicarmo-nos a isso, nunca criando dificuldades aos mais rookies neste estilo, mas apenas recompensando os mais dedicados.
Graficamente One Piece Burning Blood bebe da técnica de cellshading de outros jogos Bandai, com extrema fluidez, imprimindo a mesma velocidade que os combates no Anime têm, assim como o próprio estilo Anime que a série tem, com o lettering igual, os menus com vários pormenores que os fãs vão reconhecer, nos combates os ataques e até os ataques especiais estão iguais. Apesar de tanta velocidade e de neste combate em 3D muito do cenário ter movimento e coisas a acontecer nunca sentimos qualquer perda de frame rate ou que perdesse qualidade por isso. E já que falámos de ser fiel à série de referir que todas as vozes estão em japonês, até os letterings dos ataques, assim como algumas imagens que vão surgindo em várias cutscenes que acompanham o modo História.
Apesar de One Piece Burning Blood se focar muito no Modo História e neste arco de Marineford, dizer que vamos explorar algumas ramificações desse mesmo arco, mas também que temos outros modos de jogos, como por exemplo o tradicional Versus, um modo de combate livre onde defrontamos uma lista de adversários pré-definidos e um modo online onde podemos jogar contra outros adversário em modo “amigável” ou em modo ranking. No modo online destaque para podermos jogar em 1 contra 1, em co-op ou apenas sermos espectadores de outras partidas. O equilíbrio das partidas online está garantido por aquilo que é apelidado de Pirate Grade, isto é, apenas vamos competir contra adversários do mesmo nível, mas também o equilíbrio é alcançado com a limitação que existe na escolha das personagens. Se escolhermos o Luffy, por exemplo, vão existir algumas personagens de suporte que vão estar bloqueadas, e por aí adiante, sempre na tentativa de o equilíbrio seja mantido. De referir ainda no modo online temos o Pirate Flag Battle Mode, onde na verdade vamos tentar conquistar zonas do nosso mapa pirata a outros jogadores de todo o mundo, é uma espécie de “Risco”, mas em que para ganharmos uma zona temos de ganhar o combate, é bastante interessante o conceito e a forma como se desenrola.
Apesar de ter gostado dos vários jogos de One Piece que já saíram, este é definitivamente aquele que mais faz o meu estilo, o combate puro e puro, o modo mais Street Fighter se quiserem. Com a sua fluidez, o grau de fidelidade à série, a facilidade nos controlos, mas a recompensar os que mais se dedicam ao jogo, até o próprio momento onde se situa o modo história, One Piece Burning Blood acaba por ser obrigatório para os fãs da saga, e uma excelente alternativa àqueles que estão familiarizados com NUNS e que procuram um novo conjunto de personagens e uma nova história para interagir.