Deadlight, o Horror Survivor 2D de relativo sucesso desenvolvido pela Tequila Works e lançado em 2012 voltou com uma edição remasterizada. Deadlight Directors Cut, como é agora o nome da nova versão, traz-nos um novo Modo de Jogo e pequenas actualizações, nomeadamente no aspecto gráfico e especialmente nos controlos que tantas queixas causou há 4 anos. Fica todavia por explicar o porquê de um novo lançamento quando o conteúdo acrescentado é tão curto relativamente à versão original.

A história é maioritariamente aborrecida, com todo o enredo a decorrer em Seattle, num cenário pós-apocaliptico e infestado de zombies, onde Wayne Randal desesperadamente tenta sobreviver enquanto procura por todos os meios encontrar o rasto da sua família. Sente-se que os autores tentaram dar alguma profundidade à história através de uma narrativa que a dado momento até esquecemos que existe. O personagem não é propriamente interessante, sendo que apenas podemos esperar alguns murmúrios como reacção às pistas que vai encontrando nos locais mais absurdos, sem nunca esboçar qualquer emoção ou conseguir causar empatia connosco. Só as cutscenes conseguem por momentos lembrar-nos que há mais para além do que aquilo que a jogabilidade nos oferece, mas mesmo aí ficamos com a noção da falta de substância que foi oferecida à história.

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A jogabilidade de Deadlight é familiar, seguindo o mesmo caminho de outros títulos, no entanto, não é isso que o torna menos original. Oferece tudo o que é esperado no género, alternando percursos cuja coordenação e rapidez de movimentos vão pedir o máximo da concentração de cada jogador e puzzles de uma complexidade geralmente simples e com uma tensão muito especial, sendo que os zombies e algumas perseguições ajudam muito nesse sentido. A variedade de armas é razoável e a situação em que encontramos cada uma delas está normalmente relacionada com a utilidade que terá no local em questão, o mesmo se pode dizer dos obstáculos que são quase sempre fáceis de distinguir e muito parecidos uns com os outros. O confronto com os Zombies acaba por ter um papel secundário, apenas constituindo real perigo quando o número é elevado, sozinhos não é difícil evitá-los, uma vez que o grande desafio está nas plataformas, e é nesse particular que nos concentramos na maior parte do jogo.

Os controlos foram melhorados, contudo ainda longe da perfeição, provocando por vezes momentos de verdadeiro desespero, principalmente quando temos de executar um movimento de forma rápida e em zonas muito específicas. Mas são também intuitivos o suficiente para após 10 minutos de jogo já estarmos completamente familiarizados com cada acção.

A novidade desta edição está no novo Modo de Jogo, com o nome Survival, que consiste em sobreviver o máximo de tempo que conseguirmos. No entanto, preparem-se, porque aqui sim, os Zombies ganham um papel central, aparecendo sempre em grandes grupos, obrigando-nos a escolher cuidadosamente o local e a circunstância em que iremos enfrentá-los, tornando-se fatal qualquer hesitação. Em suma, algo já habitual e praticamente obrigatório em títulos que partilham o mesmo tema.

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Deadlight Director’s Cut é um bom jogo, tem as suas falhas, alguns bugs (frustrantes até), mas acaba por compensar com outras virtudes e se nos conseguirmos abstrair de todos os problemas é mesmo agradável de se jogar, ocupando-nos o tempo com naturalidade e satisfação.

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Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.