Desde que vimos as primeiras imagens, Between me and the Night deixou-nos expectantes. Apesar de sabermos muito pouco sobre o jogo, apenas que estaria a ser desenvolvido por uma jovem equipa de developers em Portugal, pouco mais de uma mão cheia de screenshots levantava ligeiramente o véu e que prometia-nos um outro mundo, um limbo entre o sonho e a realidade. Mesmo com a entrada do jogo em Early Access no Steam, a mística do jogo perdurou. Mas nem sempre os sonhos seguem o rumo que desejamos.

20160411224341_1

Visualmente, Between Me and the Night é tudo aquilo que nos fez apaixonar à primeira vista. Colorido mas no entanto sombrio, com linhas fortes e um mundo verdadeiramente interessante. Desde da personagem principal até às entidades que vamos encontrando ao longo do jogo, estas são memoráveis e nunca nos deixam indiferentes. Seja pela forma como nos atacam ou abordam, cada intereração é única e colocada de forma cuidada. Vagueamos por entre sonhos e a realidade sem nunca perceber bem onde acaba um e começa o outro, existindo sempre um sentimento de perigo iminente, seja pelas sombras de monstros projetadas pela parede ou pelo ranger do soalho sobre o peso de outras criaturas. Sem dúvida o ponto forte do titulo, a forma como se apresenta visualmente e como manipula todos os seus elementos para nos fazer sentir algo.

20160411224245_1

No entanto, após a entrada neste mundo, há algo que nos retira a imersão vezes sem conta, os controlos. Não são de todo intuitivos, e apesar podermos facilmente catalogar o jogo como uma aventura point n’ click, este não adopta uma mecânica mais clássica. Controlamos a nossa personagem para trás e para a frente com o teclado (ou comando) e vamos clicando em objectos, podendo retirar informações sobre estes ou coloca-los no nosso inventório. Este que apenas tem lugar para 6 itens. O problema é que qualquer objecto espalhado pode ser guardado, o que torna o jogo numa incessante troca de itens entre o inventario e o chão e onde é possível deixar uma peça fundamental para a progressão do jogo num canto qualquer e não nos lembrar-nos onde o deixamos. Adiciona à frustração o modo como o jogo “pausa” quando carregamos num objecto. Não é uma mecânica terrível, longe disso, mas quebra o ritmo de jogo.

20160411224316_1

Publicidade - Continue a ler a seguir

Algo que também nos interrompeu este ritmo, foi a falta de checkpoints no jogo. Visto que Between me and the Night só grava ao fim de cada capitulo. Não que cada nivel seja gigante, mas tratando-se de um jogo em que por vezes a solução a um puzzle pode não ser tão evidente, é possível ficar-se preso num ponto durante algum tempo, e se por ventura a vida real nos chamar e tivermos que fechar o jogo, teremos que voltar a fazer tudo desde do principio do jogo.
Between me and the Night é um jogo com carisma, com uma direcção de arte que se destaca comparativamente a outros jogos do género. Uma história surreal que nos leva a outros mundos e toca em temas como a depressão e aceitação social mas limitado pela sua curta duração e por uma mecânica de jogo lenta. No entanto, uma experiência memorável e com preciosos detalhes que nos fazem esquecer grande parte dos seus defeitos.

BETWEEN ME AND THE NIGHT recomenda

Artigo anteriorNovos conteúdos de Tom Clancy’s The Division!
Próximo artigoNovidades em Attack on Titan