Foi sem dúvida um dos momentos da noite no PlayStation Showcase desta quinta-feira, 24 de maio de 2023, a apresentação do remake de Metal Gear Solid 3 (MGS 3), que foi re-batizado de Metal Gear Solid Delta: Snake Eater.

Depois de anos e anos de rumores “nunca mais chegava” o momento de Snake regressar às aventuras. Tantos e tantos remakes já se fizeram, mas continuava a faltar “aquele”, de uma das franquia que marcou várias gerações e ficou para sempre no coração de muitos jogadores.

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É fácil perceber que Metal Gear arrasta multidões pelas reações ao trailer de apresentação. A criação, em grande parte, da mente de Hideo Kojima que em conjunto com a Konami formaram uma equipa de grande sucesso ao longo de muitos anos, até à separação em 2015 deu os seus frutos.. A partir daí apenas vimos uma tentativa da Konami com Metal Gear Survive, do qual não se guarda grande memória. Pensava-se então que “nunca mais” ia haver um novo Metal Gear, mas, na verdade, um renovado já chegava e foi isso que apareceu no PlayStation Showcase com alguma surpresa e camuflado de referências ao jogo original: aquela cara de Snake, o Naked Snake para ser mais preciso, mais conhecido como Big Boss nos restantes jogos da franquia.

Aí está o trailer de de Metal Gear Solid Delta: Snake Eater que está previsto chegar para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC no futuro. A seguir já olhamos para alguns dos seus segredos.

As imagens do vídeo começam com “selva”, formigas gigantes e um sapo que parece envenenado. É claro que a ver em direto ninguém, ou quase ninguém ia associar a este jogo, mas visto, revisto e bem analisado esta revelação está cheia de referências. Olhamos para as formigas gigantes que nos acompanham no jogo ao longo da selva e que a certa altura, a meio de uma conversa com Mei Ling, nos famosos codecs, na frequência 140.96, falou de um filme chamado Them – O Mundo em Perigo, de 1954, bem perto dos acontecimentos de Metal Gear Solid 3, e que nos mostrava que os primeiros testes atómicos no Novo México tariam feito com que formigas comuns se transformassem em monstros capazes de comer gente tornando-se uma ameaça civilizacional.

O sapo envenenado também não aprece por acaso. Em MGS 3 é preciso comer e os elementos de sobrevivência também estão bem representados no trailer. Às vezes cozinhávamos sapos para nos dar força, mas alguns retiravam-na constantemente porque, lá está, eram venenosos. Ainda assim eram os nossos melhores amigos quando lutamos com The Fury, um dos bosses do jogo que deitava fogo e ia-se cansado. Mais ainda graças aos sapos que largávamos, ele comia e era envenenado, perdendo a resistência e dando-nos a oportunidade certa para o atacar.

Metal Gear Solid 3 The Fear
The Fear – Metal Gear Solid 3: Snake Eater

O factor sobrevivência era mais que evidente em todo o jogo e não havia limite para as chamadas leis da selva. O trailer mostra isso mesmo quando a sequência mostra os animais a comerem-se uns aos outros. A cobra a tentar comer o pássaro verde, que por sua vez está a ser atacada por um crocodilo é um exemplo disso. Esse pássaro verde é também familiar de um dos outros bosses do jogo. The End, um velhote com os seus 100 anos que ataca à sniper, e ex-membro do Cobra Unit, uma das entidades em que se fala no jogo. Ele tem sempre um pássaro verde ao ombro e aqui está ele como referência.

Este pássaro passa ainda uma cerca electrificada que se pode encontrar no jogo original na região de Bolshaya Past South. O seu realismo parece absurdo, embora saibamos que isto é apenas um trailer.

The End – Metal Gear Solid 3: Snake Eater

A água poluída, e depois a apoteótica aparição de Snake que estava camuflado, outro dos factores importantes do jogo para passarmos despercebidos entre os diferentes tipos de vegetação, terminam o trailer em beleza. Este é Naked Snake, que na verdade é Big Boss nos outros jogos da franquia, mas sobre isto conto-vos noutra altura. Aqui o personagem ainda não usa a pala num dos olhos, porque ainda não tinha sido torturado em mais um grande momento do jogo.

A imagem passa para o ar, onde no meio de árvores e relâmpagos, surge um triângulo solarengo, que se transforma no símbolo Delta que é na verdade o nome dado a este remake. Há referências na franquia à Delta Force, mas a equipa de desenvolvimento, que desta vez não conta com Kojima (que se saiba) já justificou o nome através de um post no Twitter, revelando que Delta significa “mudança” ou “diferença” sem mudar a estrutura. Oxalá que sim.

O que irrompe também quase no final do trailer é a música que servia de tema principal do jogo, “Snake Eater” que além de aparecer com os créditos no jogo original, como se de um verdadeiro filme se tratasse, nunca mais me esqueço de a certa altura ter de subir umas escadas que nos levam até às montanhas durante uns 2 minutos, que pareceram 10 e em que toca partes dessa mesma música. Outro dos momentos que espero que esteja em Metal Gear Solid Delta: Snake Eater.

Metal Gear Solid 3 saiu em 2004, e espero jogar o remake na festa dos 20 anos de lançamento. Se calhar é otimista, mas venha ele. Já tinha saudades de “Snake, Snake, Snaaaaaake”.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.