Depois de toda a euforia do lançamento da PlayStation 4, na qual o Salão de Jogos também se embrulhou com o lançamento da consola na Fnac do Vasco da Gama, como podem ver no nosso podcast, agora é tempo de falarmos com maior pormenor nesta máquina que inicia em Portugal a nova geração de consolas.

Enquanto a concorrente directa ainda não chegou a Portugal e andou para a frente e para trás com algumas decisões, tais como a do DRM, a forma de leitor de cassetes VHS e uma enorme franja de produtores independentes verem uma maior preocupação com os serviços tv do que com os jogos em si.

A PlayStation foi atentamente fazendo as delícias dos jogadores a confirmar a acessibilidade à comunidade para se desenvolver e conviver através do Broadcast, da partilha de vídeos e fotos, das Party Chats ou com a confirmação dessa mesma lógica através da possibilidade de comprar jogos usados ou emprestá-los aos amigos; e as delícias dos programadores, editores , produtores independentes ao receber um grande apoio para o desenvolvimento dos seus jogos.

Partindo deste cenário promissor para o lançamento da PS4, sendo a Sony Computer Entertainment a primeira a anunciar a nova consola e a mostrá-la e com os tais problemas de lançamento da Xbox One surgindo apenas em 13 países numa fase inicial, parece que a PS4 poderá começar a construir o seu reino, uma vez mais em Portugal, mas será mesmo assim na prática. É isso que vamos analisar.

Começamos com o factor preço, a consola surge no lançamento por menos 200 euros do que a sua antecessora, uma quantia muito significativa, especialmente se pensarmos na crise em que estamos, mas também na arquitectura da consola. Isto porque pesa cerca de 3 kg ao contrário da PS3 que o primeiro modelo pesava cerca de 7 kg.  Em comparação a PS4 assemelha-se sim, e bastante em peso e tamanho à PS3 Super Slim.

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Ainda falando do seu aspecto a PS4 assenta num trapézio, mais rectilíneo portanto, com dois tons de preto: um preto mate (jet-black) e o preto brilhante (piano-black), onde aliás está inscrito o logo da PlayStation. Um design adaptado aos tempos modernos onde cada vez mais os aparelhos televisivos e multimédia tendem a ser discretos mas também bonitos. Depois para finalizar existe a tal faixa de luz que divide os dois tons de preto e que nos dá várias indicações: Azul – a ligar; Branca – ligada; Amarela – stand-by; Vermelha – aviso de sobreaquecimento; Preto – desligada.

Quanto às ligações que podemos encontrar na parte de trás da consola, temos uma saída óptica de áudio, uma porta para a câmara da PlayStation outra para Ethernet e a ligação HDMI de que tanto se tem falado por ter dado alguns problemas no lançamento da consola. Já da parte da frente podemos encontrar as mesmas entradas que a PS3 tinha, portanto duas entradas USB 3.0 que servem para carregar os comandos DualShock 4 ou a PS VIta, sendo que no modo “Stand-By” a consola continua a carregar os comandos para além de continuar a transferir actualizações ou a instalar os jogos.

Com o peso de 2.8 kg e a medir 275 x 53 x 305 mm, esta “pequena” consola alberga um processador desenvolvido pela AMD em cooperação com a Sony . Ela combina uma unidade central de processamento (CPU) e os gráficos unidade de processamento (GPU) , bem como outros componentes, tais como um controlador de memória e um descodificador de vídeo. A CPU consiste em dois módulos de quatro núcleos Jaguar totalizando 8 x86 – 64 núcleos.  A GPU é composta por 18 unidades de computação para produzir um desempenho máximo teórico de 1,84 TFLOPS . Quanto à memória GDDR5, a consola possui 8 GB de memória, 16 vezes a quantidade de RAM encontrada no PS3 e também inclui chips personalizados que lidam com tarefas associadas com o download, upload e jogabilidade social.

A PS4 segue a sua antecessora com leitor de Blu-ray mas com uma velocidade até três vezes superior, com um módulo on-the-fly que permite aumentar a velocidade de leitura do disco óptico. Por fim a consola alberga ainda um disco rígido de 500 GB que pode ser trocado pelo utilizador sem perder a garantia.

Mas deixamos de nos armarmos em engenheiros a falar da máquina e passemos à componente visual e de usuário da PS4. Para quem conhece bem a Sony sabe que toda a sua linha a adaptação para um menu mais horizontal tem sido um denominador comum. Assim sendo a nova PS4 deixa o menu XMB, o Cross Media Bar, para o novo Dynamic Menu, onde a preocupação central é a vertente social com duas linhas horizontais, a principal onde recolhe as aplicações e os jogos ordenados por ordem cronológica, isto é, o último jogo que jogámos aparece em primeiro lugar e assim sucessivamente, sendo que o primeiro ícone é o What’s New que mostra todas as novidades da PSN, da Store, dos nossos amigos, dos troféus que ganharam ou os streamings  que fizeram, ou vídeos e fotos que uploadaram.  Na parte superior desta barra encontram outra que organiza a principais definições do nosso sistema, o nosso perfil, os nossos amigos e troféus etc. Para chegarem a este menu principal sempre que quiserem basta clicar no botão PS uma vez e podem mudar de aplicações com dois cliques rápidos neste mesmo botão, um bocado como no iPhone.

Passemos ao DualShock 4, comando que desde 1997 não sofria grandes alterações. Se bem se recordam foram adicionando funcionalidades mas a estrutura do comando foi quase sempre a mesma. Primeiro o Dual Shock com vibração e depois com sensor de movimentos e agora a união disso tudo e muito mais.

Apesar de ser um pouco mais pesado este comando incorpora muitas mais funcionalidades, para além da vibração e do sensor de movimentos agora integrado com a câmara, ao estilo do move; o DualShock 4 tem também uma entrada para headphones (a consola traz já um conjunto) e também uma pequena coluna de som integrada que apenas serve para avisos e notificações e algumas informações sonoras consoante o jogo, visto ser mono.

Quanto à ergonomia, vão notar desde logo os analógicos e os gatilhos côncavos. Finalmente os R’s e L’s são verdadeiros gatilhos e agora faz toda a diferença sem escorregarem os dedos ou a causar desconforto. Com os analógicos um pouco mais pequenos mas com mais “grip” sente-se uma maior precisão.

Depois há as verdadeiras novidades num DualShock, um painel táctil e clicável no centro que serve de touchpad, se bem que ainda não me parece que tenha sido muito explorado, para já nota-se a sua funcionalidade nos menus e na escrita rápida em chats.

Depois há é claro os dois novos botões, o Share que basicamente define toda a estratégia da PS4, o botão que permite partilhar aquilo que estão a fazer seja num menu, num jogo ou qualquer coisa que queiram mostrar ao vizinho do lado, ou do outro lado do mundo. E para isso a PS4 tem um microprocessador dedicado a gravar os últimos 15 minutos do que estão a fazer, ele está sempre a gravar e apagar para que possamos em qualquer momento, simplesmente carregar nesse botão editar esse vídeo de 15 minutos ou mostrá-lo por inteiro à comunidade. Podem partilhar ainda através do Facebook ou Twitter. Podem também partilhar uma captura de ecrã ou ainda transmitir em directo, através de streaming e usando o serviço Twitch ou UStream, aqui o ecrã adapta-se e para dar uma barra inferior e lateral direita para mostrar as pessoas que estão a seguir o teu streaming sendo que na barra inferior aparecem os comentários que vão sendo feitos pelas pessoas que estão a seguir esse teu streaming.

O outro botão chama-se agora Options e basicamente substitui o Start, permite aceder ao menu do jogo e mostra as opções secundárias no menu da PS4.

Ainda em relação ao DualShock 4 apenas dar conta de mais um pormenor, já tínhamos dito que existia um sensor de movimentos baseado no move, pois bem a Light Pad identifica os jogadores pela cor se estiverem a jogar ao mesmo tempo, pode também em alguns jogos ser usado como o PlayStation Move, capturando os movimentos, até agora ainda não tivemos a oportunidade de testar estas funcionalidades visto que ainda não tivemos acesso à PlayStation Camera, mas contamos dar conta disso mesmo e em pormenor num futuro artigo. Para finalizar esta questão do Light Pad dizer apenas que em alguns jogos como o Killzone Shadow Fall ficamos com a Luz Verde quando temos a nossa vida completa, amarela quando está a meio ou vermelha quanto está quase a acabar.

Para finalizarmos esta review à máquina em si, tenho que falar do Remote Play, uma das coisas que mais me impressionou, e especialmente porque tinha ficado extremamente desiludido com a forma como foi tratado na PS3 e como realmente não tinha grande utilidade.

Agora as coisas mudaram radicalmente de figura, todos os jogos funcionam na PS Vita, e a qualidade que consegue obter é realmente impressionante, experimentámos com o Knack e depois com o Assassins Creed IV Blackflag e a qualidade era enorme. Para além disso no ACIV a PS4 reconheceu que estava em Remote Play e adaptou os comandos à PS Vita, não só alocou os botões para uma melhor experiência como os adaptou para os painéis tácteis. Podem muito bem até utilizar a PS Vita como comando se preferirem porque a sua reacção é instantânea.

A PlayStation 4 entra da melhor forma na nova geração de consolas, aqui em Portugal sem concorrência directa, é um facto, mas talvez seja um dos melhores lançamentos por parte da Sony tendo em conta as capacidades que oferece na sua consola e por um preço reduzido comparado por exemplo ao da PS3.

Uma rede social, mas também de componentes através da câmera, do DualShock 4 e da PS Vita, tudo em funcionamento desde já, sem promessas futuras a não ser os jogos que prometem ser mais e melhores com o passar do tempo.

É verdade que ainda há pequenos bugs e ajustes a serem feitos, como a actualização que se espera para breve para podermos ouvirmos cd’s ou mp3’s, ou com a potencialidade do Gaikai que ao que tudo indica começará a funcionar a partir de 2015. Um futuro próspero para a PlayStation 4, numa época também ela próspera.

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Pedro Moreira Dias
Fundador do Site - Salão de Jogos, o Commodore Amiga 500 foi o seu melhor amigo durante décadas e ainda hoje sabe de cor a equipa principal do Benfica do Sensible Soccer 94/95. Nos tempos vagos ainda edita as botas dos jogadores do FIFA e do PES.