Fechamos este ciclo de primeiras impressões de jogos e funcionalidades da Nintendo Switch com o jogo que usa, da forma mais surpreendente possível, os Joy-Cons com a função de mouse. Estamos a falar de Drag X Ride.
Num mar de shooters e RPGs clonados, a Nintendo volta a surpreender com Drag x Drive, uma carta de amor ao desporto adaptado, servida com a irreverência e engenho que só ela consegue misturar. O jogo, exclusivo da Nintendo Switch 2, traz para o spotlight o basquetebol em cadeira de rodas — e fá-lo com estilo.
A proposta é arrojada: usas os Joy-Con 2 como se estivesses a mover uma cadeira de rodas real, deslizando-os numa superfície lisa para “conduzir” o teu atleta. Parece gimmick? Talvez. Mas quando funciona — e na maioria das vezes, funciona —, a sensação de controlo físico é impressionante.
Basicamente, cada um deles é como se fossem as nossas mãos a fazer girar cada uma das rodas da nossa cadeira de rodas, tendo exactamente as mesmas funções que na realidade: para andar para a frente temos que rodar as duas rodas ao mesmo tempo, portanto empurrar os dois comandos para a frente, para andar para trás, temos que puxar para trás, para fazer uma curva para a direita devemos empurrar do lado direito, do lado esquerdo a mesma coisa, e o mesmo acontece a fazer os mesmos movimentos para trás. Depois ainda podemos travar com os gatilhos e, é claro, como é um jogo de basquetebol em cadeira de rodas, também vamos tentar encestar elevando e fazendo o movimento de lançar com um Joy-Con.
Cada jogada exige técnica. Deslizes mal calculados resultam em viragens lentas, e uma travagem mal cronometrada pode deixar-te a ver a bola passar por cima. A curva de aprendizagem é real, mas também é onde vive o brilho do jogo.
A vertente online é sólida: matchmaking rápido, partidas 3v3 intensas, e até já há clans a formarem-se. No entanto, o conteúdo offline ainda está algo limitado. Espera-se que até ao lançamento final haja um modo carreira mais desenvolvido, desafios diários/semanais e Coop local com split-screen.
O estilo visual apesar da mistura de street culture, grafitis digitais e moda urbana futurista, parece um pouco escuro e acaba por nos levar para uma área mais cinzenta do nosso cérebro em relação à proposta do jogo. É que por um lado pode ser visto como uma carta de amor ao desporto adaptado, à inclusão, mas por outro também pode ser difícil para alguns jogadores mentalizarem-se que estão a simular estar numa cadeira de rodas a jogar basquetebol. Devo confessar que eu tive essa mesma dificuldade, talvez por uma questão pessoal, visto que anda de mota e tenho muito receio que algum dia tenha um acidente e tenha que andar de cadeira de rodas, isso faz-me sentir desconfortável quando estou a simular estar numa cadeira de rodas no jogo. E para mim, o facto de jogo ser muito cinzentão ainda ajudou mais a ficar um pouco “deprimido” com esta interacção.
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