Developer: Guerrila Games e Studio Gobo
Plataforma: PS4, PS5, PC e Nintendo Switch
Data de Lançamento: 14 de novembro de 2024

Fomos até aos escritórios da PlayStation em Lisboa para jogar, em primeira mão, o LEGO Horizon Adventures. Tivemos a oportunidade de jogar cerca de uma hora, a fase inicial do jogo, o seu prólogo e mais uma par de missões. E quando digo tivemos, é mesmo tivemos, porque fui com o Élio para experimentarmos o co-op do jogo, que terá também co-op online quando o jogo for lançado a 14 de novembro.

Para contextualizar, para quem ainda não conhece o jogo, este LEGO Horizon Adventures acontece num futuro distante, seguindo Aloy, uma agora jovem guerreira que foi encontrado abandonada numa caverna quando era bebé e criada por um caçador chamado Rost. Rost ensinou-a todas as artes de sobrevivência, mas Aloy quer saber mais. Mais sobre o seu passado, de quem era filha e qual é o seu verdadeiro destino. Nessa sua busca vai encontrar um foco que lhe vai abrir os olhos e o horizonte e, guiada por um holograma milenar de uma cientista chamada Elisabet, Aloy deve confrontar Helis, o líder de um grupo de adoradores do sol que se curvam a um Mal Antigo envolto em mistério. Há muito mais reservado para Aloy e os seus amigos, já que a sua aventura os envia pelas montanhas mais altas e caldeirões mais profundos – tudo lindamente recriado em elementos LEGO.

E quando pegamos no comando existe uma luz diferente dos tradicionais jogos da LEGO, a recriação das peças em todas as estruturas, personagens, texturas e construções, está muito mais perto daquilo que encontramos nos filmes da LEGO, do que propriamente dos jogos da LEGO onde existe uma visão mais cartoonesca. Outro dos detalhes prende-se com as perspectivas e acompanhamento da câmara, aqui bastante mais próxima da acção, alargando o plano quando as duas personagens jogáveis se afastam. Sentimos que é um jogo mais perto da experiência cinematográfica dos jogos PlayStation, tal como acontece em Horizon Zero Dawn ou Forbidden West, existe uma cadência nos planos, nas transições entre as zonas e uma aproximação a uma vista de terceira pessoa do que estamos habituados nos diversos jogos de diversas franquias que a LEGO costuma apresentar através do desenvolvimento conjunto com a TT Games.

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No prólogo aprendemos as primeiras mecânicas, normais e recorrentes, onde se destaca o facto de Aloy só poder usar o seu arco e flecha e não uma lança também, como é habitual na sua versão “real”. Isso faz com que o combate tenha que ser controlado um pouco à distância, sendo que quando queremos atingir pontos específicos, nomeadamente das criaturas robóticas, carregamos no quadrado sem largar, aparecendo uma seta que indica a direcção para a qual vamos disparar. Ao longo desta jornada de cerca de uma hora, percebemos que depois podemos tornar as nossas setas, em setas flamejantes se no meio do seu trajecto tivermos, por exemplo uma fogueira. Isso vai fazer com que o dano seja maior, mas também vale para queimar determinadas zonas para alcançar outras.

Percebemos também que há um conjunto de acessórios, alguns deles mais mirabolantes que vamos poder usar ao longo da nossa aventura. Para nós foram as botas a jato, com uso limitado, que nos faz dar saltos enormes, ao mesmo tempo que queima a zona, e também um carrinho de um vendedor de cachorros quentes, sim leram bem, cujo vendedor atira os seus cachorros quentes que são bombas. É no mínimo, hilariante.

Como é habitual nos jogos da LEGO, o humor está presente a cada esquina, não só nos diálogos entre as personagens, que vale a pena referir que são em português de Portugal, com o mesmo elenco que deu voz à versão portuguesa de Zero Dawn e Forbidden West, mas também em tantos outros momentos de jogabilidade e cutscenes. Se, por exemplo, atirarem umas flechas ao vosso amigo, ele vai-se queixar, ou se se atirarem ao rio, vai surgir um comentário de como a água está gelada, ou estavam mesmo a precisar de um banho.

O jogo está claramente feito para os miúdos e graúdos, com uma dificuldade dividida em 5, do mais fácil ao mais exigente, para pais jogarem com os seus filhos, ou para uma boa sessão entre amigos, como foi o nosso caso. Rapidamente se passou aquela norinha de experimentação e ficou a vontade de explorar muito mais. No fundo fizemos 3 missões, encontrámos um Pescoçudo e resgatámos 3 amigos, mas precisaríamos do dobro para fechar a zona e o capítulo, pelo que percebemos.

Essa evolução, primeiramente é medida também pelo acampamento no Coração da Mãe, onde vamos tendo acesso ao alfaiate para modificarmos a roupa das nossas personagens, depois o acesso ao desbloquear habilidades para as mesmas, construindo e decorando, se quisermos, uma loja para o efeito. Do que pudemos ver, vamos poder costumar as construções com elementos, não só do universo Horizon, mas também de outras franquias da LEGO, como o City, o Village ou o Amusement, mas é possível que existam ainda mais.

É claro que haverá mais construções possíveis que darão acesso a outro tipo de lojas ou da própria reconstrução do acampamento, mas para isso terão que passar os vários níveis e recolher a Peça Dourada de cada um deles.

Nesta curta experimentação, houve apenas dois elementos que nos pareceram menos conseguidos. Um deles é um problema antigo dos jogos LEGO, a questão de quando o jogador 1 vai em sentido contrário do jogador 2, este último será sempre arrastado para perto do jogador 1, mesmo que não queira. A tal velha problemática de não fazer split screen e deixar cada jogador a explorar o que quiser, sem ter que ir “amarrado” ao outro, o que por vezes é algo incoveniente, especialmente se encontrarem um baú e forem sugados para ao pé do jogador 1, porque este se afastou demasiado. Houve ainda algumas situações, que, até por isso mesmo, queríamos voltar atrás e já não o conseguimos fazer. E isso encaixa no segundo aspecto que tem a ver com alguma quebra da dinâmica de jogo devido às transições entre zonas que acontecem com a tela a ir a negro para passar para a zona seguinte. Percebo a razão pela qual acontece, porque geralmente o plano em que a acção decorre na zona seguinte muda drasticamente da zona anterior, mas sentimos que era pouco natural.

Ainda só jogámos perto de uma hora de LEGO Horizon Adventures, mas uma coisa é certa, será certamente divertido, será um dos jogos de destaque para a PlayStation, e vai marcar também a chegada de uma franquia PlayStation à Nintendo Switch. Para além disso, parece que já estou a ver uma carrada de novos sets da LEGO a chegar ao mercado, se calhar, mesmo a tempo do Natal.

LEGO Horizon Adventures, que foi desenvolvido pela Guerrilla e pelo Studio Gobo, chega à PlayStation 5, PC e Nintendo Switch a 14 de novembro de 2024.