Metroid Prime 4: Beyond foi talvez a prova mais delicada de todas para a Nintendo Switch 2 na Nintendo Switch 2 Experience em Paris. Um First Person Shooter, que por si só, coloca uma enorme exigência com a necessidade de ser altamente responsivo, ao mesmo tempo que preciso. É o teste mais duro porque coloca a consola no patamar dos PC’s, algo que as consolas quase nunca se atreveram a fazer, e quando o fazem é com enormes ressalvas e adaptações.

É claro que a Nintendo não o fez num Call of Duty, mas atirou-se de cabeça num dos seus jogos proprietários. Posso dizer que acertou em cheio porque o Metroid 4: Prime acaba por não colocar uma velocidade estonteante como outros títulos do género, com áreas mais reduzidas e circunscritas para que nos possamos ir habituando à jogabilidade com um Joy-Con na sua posição normal para nos movermos, fazermos lock ao inimigo, saltarmos e usarmos um scanner, e o outro em modo mouse para apontarmos, mirarmos e usarmos o gatilho de disparo.

Fiquei impressionado com a velocidade de resposta e precisão, até porque no final da demo, encontramos uma Boss Fight com mecânicas em que temos que apontar para locais específicos e foi super acertivo, o que me fez gostar imenso da experiência do jogo e desta funcionalidade neste género. Destaque ainda por ser o único jogo que testei que está a funcionar a 120fps, ou seja, no Modo Performance do jogo, em formato dock, a usar a resolução 1080p com HDR. Surpreendeu mesmo e muito.

O jogo mantém a perspetiva em primeira pessoa característica da série, permitindo aos jogadores explorar ambientes alienígenas e enfrentar inimigos com o icónico canhão de braço de Samus. Elementos clássicos, como o Morph Ball e o Scan Visor, retornam, possibilitando a exploração de áreas de difícil acesso e a análise de objetos e criaturas para obter informações valiosas.

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Apesar de não termos tido oportunidade de os ver, a verdade é que já sabemos que Samus tem novos poderes psíquicos que lhe permitem manipular objetos metálicos, portas e até alterar a trajetória dos seus disparos. Estas habilidades oferecem novas oportunidades para resolver puzzles e enfrentar inimigos de maneiras inovadoras. 

A narrativa desenrola-se no planeta Viewros, um mundo selvagem repleto de vegetação densa, onde Samus investiga uma misteriosa chamada. Durante a sua missão, ela adquire os mencionados poderes psíquicos, cuja origem e propósito constituem um dos principais mistérios do jogo. Mensagens enigmáticas, como “Escolhida, damos-te as boas-vindas”, sugerem uma ligação profunda entre Samus e estes novos poderes.

O antagonista principal é Sylux, um caçador de recompensas com um ódio profundo pela Federação Galáctica e por Samus, devido à sua associação com a organização. Sylux lidera um grupo de Space Pirates numa incursão a uma instalação de pesquisa da Federação, acompanhado por duas criaturas semelhantes a Metroids domesticados, conhecidas como Mochtroids. Esta aliança e os seus objetivos obscuros adicionam camadas de complexidade à trama.

Devo confessar que com estes elementos de história, os gráficos surpreendentes, mas sobretudo, o facto de estar tão bem conseguido para a funcionalidade de mouse dos Joy-Con, Metroid 4 Prime: Beyond, pode muito bem ser a carta de condução que a Nintendo precisava para enveredar pelos First Person Shooter’s na sua consola.