Developer: Nintendo
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 26 de setembro de 2024

A convite da Nintendo, tive a oportunidade de testar um dos jogos mais aguardados do ano para a Nintendo Switch: The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom. A sessão, com cerca de uma hora de duração, permitiu-me ter uma visão bastante interessante do que o jogo tem para oferecer. Deu para experimentar um pouco de tudo, desde o vasto mundo de Hyrule ao misterioso mundo Inerte, passando por pequenas dungeons espalhadas pelo mapa, até chegarmos a uma dungeon maior, onde era necessário derrotar um boss. A sessão terminou após derrotarmos este inimigo, deixando-me com um pensamento claro: “Quero jogar mais isto, muito mais!”

Nesta demonstração, Zelda, que é a protagonista do jogo (para os menos familiarizados com a franquia, não confundir com Link, que é habitualmente o protagonista dos jogos The Legend of Zelda), encontrava-se presa numa masmorra, vigiada por soldados que patrulhavam para impedir a sua fuga. Zelda encontra-se acompanhada pela fada Tri, que lhe dá o Cetro de Tri, para Zelda conseguir criar Ecos (réplicas de certos objetos e inimigos que encontramos).

No primeiro momento em que interagimos com esta mecânica, aprendemos a criar uma Eco. O processo é extremamente simples: quando encontramos um objeto a cintilar, basta aproximarmo-nos dele e pressionar ZR. Com o cetro, Zelda ganha a habilidade de replicar esse objeto como uma Eco. Esta funcionalidade é crucial para escapar da masmorra, pois, ao replicarmos um pequeno banco que lá está, conseguimos alcançar um buraco no topo de uma das paredes e fugir. Vale a pena mencionar que Zelda pode andar, correr, saltar e até nadar.

À medida que avançamos e tentamos escapar daquele local, vamos aprendendo a criar outros tipos de Ecos, como caixotes, camas e vasos, todos eles essenciais para distrair os guardas ou para passar por eles discretamente, evitando ser capturados e enviados de volta à cela. Cada Eco tem a sua própria utilidade: os vasos, por exemplo, são ideais para serem atirados e partirem-se, fazendo barulho que atrai a atenção dos guardas; as camas, devido ao seu comprimento, funcionam como pontes improvisadas; já os caixotes, sendo altos, ajudam-nos a alcançar locais inacessíveis. Com um pouco de imaginação, é possível criar soluções muito criativas, sendo fascinante perceber que cada jogador poderá usar uma abordagem diferente para resolver os desafios e quebra-cabeças.

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Outro aspecto interessante é a física presente no jogo. Embora não atinja o nível de complexidade de Breath of the Wild ou Tears of the Kingdom, ainda assim oferece possibilidades interessantes. Podemos, por exemplo, atirar pedras em determinados locais para partir objetos, ou colocar pedras sobre blocos de madeira na água, fazendo com que afundem. Ser criativo e pensar estrategicamente permite realizar ações verdadeiramente engenhosas.

Ao sair da masmorra e finalmente chegar ao mundo exterior de Hyrule, somos imediatamente cativados pela beleza do jogo. Todo o ambiente, desde as vastas áreas verdes aos lagos, é deslumbrante. Embora o jogo tenha um aspeto mais animado, o detalhe gráfico é impressionante e prende rapidamente a atenção de qualquer jogador. Muitos poderão compará-lo a Link’s Awakening, e embora haja algumas semelhanças, parece-me claro que Echoes of Wisdom apresenta gráficos ainda mais refinados e detalhados.

Como é habitual nos jogos da franquia The Legend of Zelda, a exploração é essencial. Já que é a única maneira de desvendar todos os recantos do mapa e de recolher os itens escondidos e espalhados por essas zonas, itens esses que ao longo da jornada se revelam bastante úteis. Além disso, algumas áreas só serão acessíveis com uma boa dose de imaginação, exigindo o uso das Ecos para resolver os quebra-cabeças que surgem no caminho. Muitos dos itens mais valiosos estão guardados em baús, que, embora pareçam inicialmente inalcançáveis, podem ser obtidos com a estratégia certa.

O jogo também conta com diversas dungeons, um elemento já familiar nos jogos de The Legend of Zelda. Existem dungeons menores, onde a recompensa por explorá-las é quase sempre um baú no final da mesma, e também dungeons maiores, que por vezes são essenciais para avançar na história. Um aspeto interessante são as diferentes perspetivas que o jogo oferece. A maior parte do tempo, o jogo apresenta uma visão isométrica em 3D, vista de cima, em homenagem aos clássicos da série. No entanto, também encontramos zonas em 2D, muitas das quais dedicadas à resolução de quebra-cabeças. Esta novidade foi extremamente bem implementada e adiciona uma “camada de frescura” ao jogo.

Outro elemento que merece destaque é a capacidade de Zelda nadar e mergulhar, tanto nas zonas 2D como nas 3D. Ela tem um tempo limitado debaixo de água, já que a personagem precisa de subir à superfície antes de ficar sem ar. Isso significa que a exploração subaquática também se torna essencial, com itens importantes escondidos no fundo dos lagos. Esta mecânica torna a exploração ainda mais envolvente, permitindo explorar praticamente tudo o que vemos no jogo.

Quanto às Ecos de combate, sempre que derrotamos um inimigo, ele fica numa forma-miniatura e começa a cintilar. É nesse momento que podemos aprender a criar a sua Eco e, posteriormente, utilizá-la. Durante a hora que joguei, consegui aprender mais de 20 Ecos, entre objetos e inimigos, cada uma com a sua própria utilidade. Colocar inimigos a lutar contra as nossas Ecos é uma experiência verdadeiramente satisfatória.

No entanto, as Ecos têm um custo associado, o chamado Tri Power. Este custo varia conforme a Eco que desejamos criar. Nesta demonstração, tínhamos 3 unidades de Tri Power disponíveis. Acredito que, mais adiante, este número aumente. Para explicar como funciona: com 3 Tri Power, podem ser criadas 3 Ecos com custo 1 cada uma. No caso de uma Eco com custo 2, só poderão criar 1 Eco de custo 2 e outra de custo 1.

Sobre o mundo Inerte, podemos dizer que este se encontra dentro das fendas. Tive apenas a oportunidade de explorar uma pequena área deste mundo, onde encontramos zonas praticamente destruídas, engolidas pelo caos. São locais onde precisamos de saltar de plataforma em plataforma até chegarmos ao nosso destino. É possível ver as pessoas que foram engolidas, completamente petreficadas nesses locais. Esta breve passagem pelo mundo Inerte serviu de prelúdio à dungeon final desta demonstração.

Esta dungeon, além de ser bastante extensa, apresentava um mapa que podia ser apanhado logo numa das zonas iniciais, revelando a sua complexidade, com dois andares. Posso afirmar que era uma dungeon repleta de quebra-cabeças, inimigos para derrotar e as tradicionais chaves necessárias para abrir portas e progredir. Foi aqui que adquiri uma habilidade crucial para Zelda: a possibilidade de usar a espada de Link. No entanto, há uma ressalva — a espada não pode ser utilizada o tempo todo. Para usá-la, é necessário apagar alguns fragmentos espalhados pelo mundo Inerte, o que permite empunhar a espada por alguns segundos, sendo essencial para derrotar inimigos. Como mencionei anteriormente, também é possível e recomendável usar as Ecos para enfrentar os inimigos.

Outra habilidade muito útil que se aprende a usar nesta dungeon é a capacidade de agarrar objetos com a ajuda da fada Tri e movê-los. Para isso, Zelda precisa de se deslocar na direção que deseja que o objeto seja movimentado, e, quando o objeto estiver na posição desejada, a habilidade pode ser cancelada. Esta mecânica não só traz uma novidade interessante ao jogo, como também adiciona uma nova camada de desafios, criando quebra-cabeças divertidos e engenhosos. Ainda na dungeon, existe o boss final e também mini-bosses, neste caso o mini-boss até foi uma cópia de link. Quer, o boss como o mini-boss, apresentam a sua própria mecânica para ser ultrapassado, proporcionando uma sensação de satisfação e superação ao serem derrotados.

Por tudo isto, e pela jogabilidade verdadeiramente incrível, The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom conseguiu superar as minhas expectativas. A sensação de satisfação ao completar a demo foi imensa, e, se já estava entusiasmado ao ver os trailers, depois de o jogar fiquei completamente rendido. Tenho a certeza de que, se o resto do jogo mantiver a mesma qualidade que experimentei nesta pequena sessão, tem tudo para ser um dos melhores jogos do ano para a Nintendo Switch.