Finalmente com a Xbox One em Portugal e nas nossas mãos, tivemos a oportunidade de testar o Forza Horizon 2, o novo exclusivo para a consola da Microsoft. Por aquilo que o franchise Forza significa para a Xbox, seja o Motorsport com um comportamento mais de simulador, quer seja pelo Horizon num estilo mais arcade, a expectativa era elevada, mas não falhou.

Devo dizer que eu, pessoalmente, sou mais um arcade driver, mas do tipo que gosta de sentir que cada carro tem a sua resposta, os seus pontos fortes e fracos, mas que não seja preciso estudar engenharia mecânica para ganhar uma corrida por um milésimo de segundo na terceira curva de Nürburgring.

Dito isto, Forza Horizon 2 cumpre rapidamente esse meu desejo, num pequeno tutorial introdutório onde dentro de um Lamborgini Huracan amarelo somos convidados a entregar esse carro no Festival Horizon. É aqui também que sentimos a força que o nosso carro exerce no comando. É que nos “triggers” que correspondem ao acelerador e travar vamos sentir o “force Feedback” do nosso carro e da sua resposta, assim como a vibração, é quase como se tivéssemos o motor do nosso carro nas mãos, e devo dizer que isso continua a fazer-me sentir bem!

Tal como dizia Forza Horizon 2, traz de volta o festival de alta velocidade que estreou na Xbox 360 em 2012. Na estreia na Xbox One, o festival leva-nos para o sul da Europa, num passeio por várias cidades, campos e estradas de Itália e do Sul de França.

O mapa é 4 vezes maior do que o Horizon original, mais de 200 carros para comprarmos e desbloquearmos e cerca de 168 eventos, cada um composto por várias corridas.

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É neste ponto do número de carros disponíveis, e os carros que foram escolhidos para incorporar este jogo que encontramos o seu grande trunfo. Temos carros de todo o mundo, de todo o tipo de estrada e um grande número de carros clássicos que farão as maravilhas dos coleccionadores. No meu caso, rapidamente senti-me perdido no catálogo da feira de carros, a escolher os carros que marcaram a minha vida.

O Nissan Datsun, o Fiat 500, o Mini, o Renault Clio Williams, e depois os carros que fazem parte do meu imaginário, como é o caso do Pontiac Firebird com a pintura e detalhe criado pela comunidade na recriação do KITT. Sim é a própria comunidade que partilha os seus desenhos, pinturas dos carros que estão disponíveis, tal como nós podemos fazer o mesmo. E digo-vos que as possbilidades são imensas e que dá para recriar qualquer pintura que imagine. Facilmente vão encontrar o Dodge Charger com a pintura dos 3 Duques ou o Ford Focus de Collin Mcrae.

Mas já que falei da quantidade quase absurda de possibilidades de estilizar os vossos carros, devo ainda referir que dentro da garagem poderão “tunar” o vosso carro a belo prazer. Desde aerodinâmica, passando pelas alterações de motor, escape ou pneus, tudo pode ser alterado e tudo pode ser trabalhado.

A verdade é que por mais belo que seja o carro, o que interessa é como se comporta na estrada e nas corridas, e para isso para além dos eventos e das corridas subsequentes, temos também uma lista de experiências. Provas especiais que são cumpridas quando entramos em certos carros deixados em locais específicos do mapa. São desafios de velocidade e habilidade que podem inclusive serem feitos em duplas online. É possível apostar na corrida com qualquer outro piloto, seja ao passar por um deles na estrada ou a ir directo ao modo Rivais para tentar marcar um tempo menor do que os dos amigos numa prova específica.

Mas para mim o ponto alto da diversidade das provas e corridas que vamos encontrar, são as corridas de exibição. Desafios em que vamos correr contra o tempo e contra aviões, helicópteros ou comboios. Para além de visualmente atractivo, ao ponto da Xbox gravar os “finais épicos” das corridas, é a prova que ainda há ideias novas e interessantes para implementar em jogos de corrida.

Outro ponto que considero importante é o sistema de experiência e vantagens. Não só pelo facto de consoante as manobras que fazes e até mesmo movimentos mais “show off” vais ganhando mais XP, mas por não te descontarem pontos por colidires, por abalroares os adversários ou por saíres fora da estrada. Aqui a ideia é mesmo a inversa, é utilizares todos os recursos para ser o rei do asfalto e isso faz com que seja um jogo muito mais divertido e electrizante, do que pensado e meticuloso.

Ao ganharem experiência, ganham pontos de Vantagem, uma espécie de “skill tree” onde podemos escolher as vantagens que pretendemos, como o dobro de pontos de experiência, ganhar mais pontos for fazer mais drifts, etc. Quando completamos um nível, há o Wheelspin, espécie de slot-machine onde podemos ganhar créditos ou até mesmo carros.

Graficamente Forza Horizon 2 é lindo. Não é lindo de morrer, porque corre a 1080p a 30fps. Ainda não há um jogo de carros nesta nova geração, lançado este ano, que consiga trazer o frame rate até aos 60 e continuamos a não perceber o porquê. No entanto não deixa de ser lindo. Os reflexos, o efeito da chuva, da luz, da neblina, as condições metereológicas, o ciclo dia/noite, tudo isso está incrível. Mas o mais importante são os carros, e as suas recriações tanto no aspecto exterior, como no interior estão impecáveis. No interior apenas gostava que o nosso “avatar” fosse mais “humano” e menos robótico no seu movimento. Por vezes senti que os seus braços eram de ferro…

Para ajudar a superioridade gráfica de Forza Horizon 2, ajuda também os planos escolhidos para acompanharem os momentos do jogo, mas também o facto deste jogo ter uma “pequena história” para seguirmos. Não são apenas corridas para desbloquear carros ou pinturas, mas há um objectivo, há uma final para tentar disputar, há algumas personagens que nos acompanham ao longo do jogo. Isso faz com que o “andamento” do jogo seja mais agradável, mais cinemático e que exista um aproveitamento gráfico nesses momentos.

Por fim destacar o modo multiplayer. Aqui reinam os drivatars, isto é, modelos dos jogadores que estão online ou que estiveram online, vão surgir ao longo da vossa sessão de jogo. Para além disso, todos os tempos, radares, desafios são partilhados na comunidade e para os vossos amigos, de forma a que se desafiem uns aos outros. Dizer ainda que apesar de não estarem a jogar, o vosso drivatar está a invadir o jogo de outras pessoas e a ganhar créditos para vocês, não é bom?!

Tudo isto é embalado por sete rádios (contra as três estações do primeiro jogo) com estilos bem variados. Uma palavra para o trabalho feito na localização em brasileiro, visto não existir em português (infelizmente), mas é um facto que está muito bem feita, com radialistas a passsarem músicas e a darem informações úteis durante o jogo.

Forza Horizon 2 é o melhor jogo de carros deste ano na nova geração e é o melhor jogo arcade de carros que joguei nos últimos anos. Tudo depende dos gostos pessoais de cada um, mas preenche os meus requisitos. Não tenho qualquer dúvida que este será um dos jogos que fará vender muitas mais consolas da Xbox One.