Foi na sétima época, que Pep Guardiola conseguiu, finalmente, a tão desejada Liga dos Campeões pelo Manchester City. O domínio tem sido evidente internamente, mas na Europa a história tem sido outra, ficando sempre a faltar qualquer coisa para que o clube inglês conseguisse levantar o troféu. E uma das principais razões para o sucesso foi a implementação do seu novo modelo, que tem tanto de inovador, como de eficaz.

À entrada para a temporada 2023/2024, a tendência parece manter-se, sendo o mais forte candidato a ganhar a Premier League, mas também a revalidar o título europeu. Agora, com uma cultura de vitória reforçada igualmente fora de portas, o treinador espanhol pretende iniciar uma dinastia inédita no clube, consolidando o Manchester City como uma das equipas mais poderosas do mundo.

 

 

Ederson – Guarda-Redes Líbero (Atacar)

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Gvardiol – Lateral Invertido (Defender)

Ruben Dias – Defesa Com Bola (Defender)

Stones – Líbero Avançado (Apoiar)

Walker – Lateral Invertido (Defender)

Rodri – Construtor de Jogo Recuado (Apoiar)

De Bruyne – Construtor de Jogo Recuado (Apoiar)

Bernardo Silva – Construtor de Jogo Recuado (Apoiar)

Grealish – Avançado Interior (Atacar)

Foden – Avançado Interior (Atacar)

Haaland – Ponta-de-Lança (Atacar)

 

Com Posse de Bola

Com uma Mentalidade Atacante, a filosofia de posse mantém-se, mas o sistema apenas funciona graças à versatilidade de alguns jogadores. Os laterais e o central do lado direito têm papéis diferentes conforme a tarefa seja defender ou atacar. Os laterais defendem e atacam como centrais ou laterais consoante o que exige a situação. Já no caso do dito central, ganha a função de segundo pivot no momento ofensivo. No campo, estas dinâmicas, juntamente com todas as outras, causam uma avalanche em organização ofensiva muito difícil de contrariar.

 

Em Transição

Outro dos princípios do modelo de jogo de Pep é a forte reacção à perda, e isso não mudou. Na verdade, neste esquema, a equipa é muito mais sólida na altura de transição defensiva, especialmente no corredor central. Isto, claro, não seria possível sem a enorme qualidade e inteligência dos jogadores envolvidos, mas não me parece que a qualidade individual seja um problema para um clube como o Manchester City.

 

Sem Posse de Bola

Em organização defensiva esta nova versão do City conquistou uma flexibilidade como nunca antes teve. Foi uma mutação que o seu técnico foi idealizando ao longo dos anos, e que sempre visou responder à velocidade e caos da Premier League. Pode não ser a sua obra prima em termos de futebol jogado – isso continua a pertencer ao Barcelona (2008 a 2012) –, mas é a sua criação mais completa se considerarmos todos os momentos do jogo.

 

Notas:

– Uma pressão alta fortíssima

– Excelente em organização ofensiva

– Jogadores de topo para todas as posições e mais algumas

Foi um dos modelos mais originais a chegar ao futebol nos últimos anos, principalmente se considerarmos estes papeis híbridos dos jogadores. Guardiola mostra mais uma vez porque é considerado um dos melhores treinadores de sempre, e isso pode ver-se neste Manchester City, agora também demolidor nas competições internacionais.

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Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.