Vamos começar pelo mais polémico dos assuntos acerca deste “novo” Tomb Raider, o jogo já saiu há mais de um ano para a Xbox One e para PC, se me perguntarem se vale a pena o investimento tendo já jogado o jogo há um ano a resposta é um redondíssimo não. No entanto, se nunca pegaram nesta sequela do sucesso de 2013 não sabem o que estão a perder. Se quiserem saber mais sobre versão Xbox não deixem de ler a critica do nosso Pedro Moreira Dias aqui .
Começando pouco tempo depois dos eventos da ilha do primeiro capítulo, regressando ao mundo civilizado, Lara vê-se confrontada a realizar um legado maligno deixado pelo seu pai na busca da vida eterna.
O grande inimigo desta vez é uma sociedade secreta chamada Trinity, que rapidamente se descobre que teve influência nos eventos mais traumáticos da vida de Lara e da sua família. Isto é matéria para ter um sindicato do crime ao nível da Spectre do James Bond e ainda vamos ouvir falar mais sobre este assunto em futuros jogos neste universo, dando assim um nível de continuidade cinematográfica a esta história.
Como não podia deixar de ser num jogo blockbuster como este, iniciamos o jogo numa subida a uma montanha que desafia os limites da resistência humana e, claro, acontece uma avalanche deixando a pobre Lara sozinha de novo sem nada a não ser a roupa do corpo e um machado de alpinista. E, acreditem, que a Lara Croft é vítima dos maiores abusos e acidentes na natureza de Síria, local onde esta aventura é passada, desde quedas de montanhas a destruições de palácios inteiros que a nossa protagonista se safa sempre, o que lhe dá um poder quase sobre-humano, mas nunca deixamos de torcer pela nossa salteadora de túmulos.
Ao jogar este jogo, não se pode ignorar o facto que já está em pré produção a versão de Hollywood da primeira parte e será protagonizado pela belíssima Alicia Vikander (suspiro) e as semelhanças com a sua contraparte virtual não podem ser ignoradas, esperemos que façam um bom trabalho, pois as últimas adaptações foram atrozes! Coff coff Angelina Jolie coff coff!
Voltando ao jogo, o grande foco é a narrativa e, meus caros amigos e leitores, é uma história incrível que nos deixa sempre atentos ao que se passa e a pensar no que irá acontecer a seguir, a tensão criada sublimemente deixa o comando da ps4 completamente molhado de suor tal são os nervos criados pelos desafios da natureza e pelos vilões. A claustrofobia deste mapa está muito bem conseguida contrabalançando com as áreas vastas e paisagens que nos tiram o fôlego.
Em termos de rejogabilidade, têm muito que procurar e muito que explorar, chega a ser ridículo as vezes que carregamos no R3 para encontrar itens escondidos, este jogo claramente não foi feito para quem sofre de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, se assim for preparem-se para perder um bom par de horas à procura da pele de um jaguar para fazer uma bolsa de munição, por exemplo.
Virando para os aspectos negativos, a Crystal Dynamics focou-se bastante ao realismo, mas tendo em conta que a nossa heroína tem poderes quase sobrenaturais na escalada e nas lutas de corpo-a-corpo podiam ter tornado as coisas um pouco mais difíceis, as animações das personagens secundárias são um pouco fracas comparando-as às personagens principais, assim como o respectivo AI dos inimigos. Outro factor impossível de ignorar é os paralelismos à saga de Nathan Drake nos jogos Uncharted, sim eles existem e sim há muita inspiração de lá tirada. A nível de história este Tomb Raider: Rise of the Tomb Raider 20 Years Celebration ganha, mas a nível gráfico o último Uncharted dá 10-0 a este Tomb Raider.
Quanto às novidades nesta edição para PS4, não é mais que um game of the year edition, com um DLC de mais um capítulo na história de Lara Croft onde a encontramos na Croft Manor à procura do testamento de seu pai para não perder tudo às mãos de seu tio (que podem comprar no marketplace da Xbox) . Há a opção para jogar com o novo VR, lançado em Setembro passado, mas segundo o que dizem está um pouco mal conseguido causando náuseas aos seus utilizadores. Outro extra incluído neste pacote é o survival mode onde a mesma Croft Manor é inundada por zombies, não esperem nada de extraordinário ao nível dos DLC Zombies de Call of Duty. Há, também, um modo multiplayer onde dois jogadores podem ir à caça juntos.
Resumindo e concluindo, é um jogo belíssimo que deve ser jogado por todos nem que seja pela experiência cinematográfica da narrativa.
