Zero Parades – For Dead Spies coloca-nos na pele de Hershel, um espião brilhante, mas profundamente atormentado, que atua num mundo de desconfiança, traição e inevitável fracasso. Trata-se de um RPG narrativo que assume as suas raízes cRPG sem receios, evocando títulos como Disco Elysium, Baldur’s Gate ou Pillars of Eternity, mas que introduz mecânicas próprias que reforçam a tensão e o surrealismo da espionagem.
Uma das novidades mais marcantes são os Encontros Dramáticos. Nesses momentos, o tempo abranda e o jogador deve tomar decisões rápidas em situações de vida ou morte, sabendo que nem sempre existe uma resposta certa. A jogabilidade apoia-se em lançamentos de dados, influenciados pelos atributos de Hershel, e as falhas não significam “game over”: a narrativa continua, com consequências inesperadas que podem levar a caminhos alternativos.
A filosofia do “falhar para a frente” é central. Cada insucesso acrescenta camadas à experiência, evitando a tentação de recarregar um save para tentar novamente. Para equilibrar, existe a mecânica do botão Exert, que permite ao jogador arriscar e lançar um dado extra, aumentando a hipótese de sucesso, mas sempre com um custo associado.
Outro pilar inovador é o Condicionamento, uma mecânica que traduz o treino mental e psicológico típico da vida de espião. Inspirado no “Gabinete de Pensamentos” de Disco Elysium, este sistema permite reforçar ou moldar ideias encontradas no jogo, desbloqueando novas formas de agir ou potenciando habilidades. Mas tudo tem um preço: escolhas mal equilibradas podem corroer a mente de Hershel e levá-lo por caminhos mais sombrios.
Com lançamento marcado para 2026 no PS5, Zero Parades – For Dead Spies promete oferecer uma experiência única onde a espionagem, a paranoia e a narrativa se entrelaçam, dando aos jogadores não apenas a possibilidade de viver como um agente secreto, mas também de enfrentar as consequências psicológicas desse papel.