Developer: Creative Assembly, SEGA
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 17 de Fevereiro de 2022

As adaptações para videojogos dos títulos da Games Workshop têm sido um sucesso, com inúmeros estilos e exemplares a chegarem às mãos dos jogadores. No entanto, provavelmente nenhum ganhou a mesma relevância das versões que a saga Total War tem conquistado. Total War: Warhammer III viu finalmente a luz do dia, com aquele que é possivelmente o melhor de toda a série.

Esta trilogia foi iniciada em 2016, e atinge agora o seu capítulo final. Entrega a conclusão desejada para quem acompanhou os três jogos, mas também uma acessibilidade para quem está a jogar pela primeira vez um jogo da franquia. E um bom exemplo é o prólogo, que funciona como uma pequena campanha e uma retrospectiva da história que ao mesmo tempo aprender de serve de tutorial.

Assim, quem estiver a pensar começar por Total War: Warhammer III não terá qualquer problema em entender a lógica de combate, nem todas as outras mecânicas paralelas que não são menos importantes. As batalhas em larga escala continuam a ser o grande atractivo, mas com tudo muito mais prático e que se estende a muita coisa nova.

Na sua essência, ou naquilo que pode ser definido como uma jogabilidade em três fases (estratégia em tempo real, estratégia por turnos e gestão de recursos e de relações diplomáticas), é um jogo que permanece igual aos anteriores. Resumidamente, o que muda verdadeiramente é o ponto de equilíbrio de forças – mais justo agora – um olhar mais abrangente e responsivo no manuseamento de unidades, assim como no seu sistema de upgrades.

Por esses motivos e mais alguns, tudo se torna mais simples, divertido, e com muitos menos momentos de frustração, dado que a dificuldade e a complexidade vão sendo mostradas gradualmente e sem pressas. É um jogo que ao contrário dos seus antecessores leva mais tempo a desenvolver, tanto na história, como na introdução dos mecanismos de gameplay. E é uma coisa boa, uma vez que a campanha acaba por ser mais coerente com o nosso acompanhamento da aprendizagem, proporcionando um maior envolvimento e emoção. Sem esquecer uma das grandes novidades, ou seja, um novo modo que tem uma dinâmica de tower defense.

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Voltando ao prólogo, a história leva-nos até a um duradouro inverno de Kislev depois do desaparecimento de Ursun. Uma expedição é enviada para descobrir o paradeiro deste Deus, que descobre que este é prisioneiro em Howling Citadel, provocando um desencadeamento de eventos imprevistos como consequência da tentativa da sua libertação.

Após as ocorrências do prólogo, Ursun continua enclausurado, e em Kislev procuram encontrar uma maneira de soltar o seu Deus e colocar um fim a um inverno que não dá mostras de poder terminar. E é aqui que as coisas se complicam, porque conforme a facção que escolhermos, cada uma terá motivações diferentes que teremos de descobrir.

A história é bastante interessante e um óptimo fio condutor que se vai revelando ao longo da campanha. Todas as personagens têm uma importância fundamental e criam um enredo que queremos desvendar a cada nova etapa. Quem gosta do lore de trama e fantasia de Warhammer não sairá desiludido com a narrativa, sendo uma excelente adição às inúmeras histórias que temos neste universo.

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 Ao todo podem contar com oito facções, e embora algumas partilhem da mesma raça, todas têm traços muito distintos, seja no patamar das habilidades, governação, capacidade na batalha, ou mesmo no aspecto físico. E são as seguintes: Kislev, Grand Cathay, Khorne, Tzeenth, Nurgle, Slaanesh, Daemons of Chaos e Ogre Kingdoms. Isto siginifca que duas são humanas (Kislev e Grand Cathay), cinco são raças do Caos (Khorne, Tzeenth, Nurgle, Slaanesh e Dameons of Chaos), e uma de ogres (Ogre Kingdoms).

Os Kislev representam a típica civilização nórdica e uma facção bastante balanceada entre o corpo-corpo e um combate mais à distância, com boas habilidades mágicas. É uma boa escolha para quem está a começar. Os Grand Cathay são a versão do império oriental, com valorosos guerreiros que nunca se dão por vencidos e que fazem da união o seu maior atributo.

Passando para as facções do Caos, os Khorne são temíveis pelo fanatismo dedicado ao Deus do trono de bronze, cuja resistência ao dano físico e à magia os tornam quase imparável no corpo-a-corpo. Tzeentch é o Deus do Caos e da magia, e os seus seguidores são mestres da manipulação do poder do fogo num fortíssimo ataque à distância. Nurgle é o Deus da peste, e tal como ele, os seus súbditos aproveitam-se das pragas e das doenças para enfraquecerem os seus inimigos, em desgastantes lutas corpo-a-corpo. Slaanesh personifica a vaidade e o luxo, um Deus que influencia os seus seguidores a entregarem-se aos seus desejos e ambições mais sombrias que resultam em lutadores com uma agilidade impressionante. Já os Daemon of Chaos seguem o principe do caos, numa natureza que mistura todas as formas de combate dos outros Deuses do caos.

Por fim, os Ogre Kingdoms, a raça e facção que não podia faltar. Como em qualquer cenário de um universo de fantasia, os ogres são temidos pelo seu poder físico, praticamente animal e quase impossível de contrariar em situações iguais. A honra não é e os princípios morais não são propriamente uma prioridade, e têm um estilo de combate à base da força bruta.

Como é comum em jogos Total War, o líder é a figura central, e de onde tudo parte. O grande objectivo será sempre o crescimento de cada exército, e a parte do recrutamento é fundamental, assim como a sua sustentabilidade imediata e a médio e longo prazo. As características das tropas mudam de facção para facção, tal como a maneira como vão resistindo e evoluindo durante as batalhas. Os Legendary Lords e os Heroes de cada facção fazem toda a diferença na forma como se reflecte na jogabilidade e no combate, portanto, decidam bem, porque poderá ser crucial no plano estratégico mais global. Os Lords têm um pormenor curioso, é que além de terem um papel importante nas construções e na gestão das cidades ocupadas, podem ser bastante personalizáveis, até no sentido estético, proporciona um enorme toque mais pessoal à história.

Não podíamos deixar de referir a componente multiplayer, e em particular o modo de campanha cooperativa que pode ser jogado por até 8 jogadores. É quase um jogo diferente, e diria mesmo que a experiência ainda se torna melhor e muito mais excitante. Foi um modo concebido de maneira a ser uma campanha mais curta, em que podemos terminá-la muito mais rapidamente e onde partimos rapidamente para a acção. Há ainda um modo mais clássico de 1v1, para quem preferir desafiar um amigo numa guerra mais demorada e planeada.

Graficamente está óptimo para um jogo de estratégia, e é sem dúvida o mais avançado de toda a franquia desse ponto de vista. Os modelos, animações, menus e mapas foram todos muito bem desenhados, e com aqueles tipos de detalhes que acabam por trazer uma atmosfera acrescida à jogabilidade. Quanto à optimização, podia ser realmente melhor, com ocasionais quebras de frames que podem causar alguma frustração-

A parte componente sonora também está bem conseguida, tanto na música, como nos efeitos sonoros. Seja durante a navegação dos menus, como durante as batalhas, a música sabe sempre acompanhar a ocasião, naquele tom épico que nos transportam para dentro da experiência.

Total War: Warhammer III é um excepcional RTS, e um fantástico jogo de gestão de guerra. Quem gosta do género da estratégia em tempo real e é apaixonado pela temática de Warhammer terá aqui um prato cheio, e certamente não sairá desapontado. Claramente, um dos melhores títulos da franquia até à data.

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Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.
analise-total-war-warhammer-iii<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Uma campanha fantástica</li> <li style="text-align: justify;">O multiplayer traz várias novidades</li> <li style="text-align: justify;">Uma jogabilidade mais acessível para novatos</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Poderá exigir um pouco da máquina</li> </ul>