Developer: Tate Multimedia
Plataforma: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch, PC
Data de Lançamento: 27 de maio de 2022
A franquia Kao The Kangaroo teve início no ano 2000, há 22 anos atrás, quando o primeiro jogo foi lançado para a Windows, Dreamcast e Game Boy Advance. Os mais jovens provavelmente não se lembrarão do jogo, até porque, embora tivessem sido lançados 4 jogos, o último deles foi lançado em 2005. Este novo Kao The Kangaroo é um renascer, um reboot da franquia, já com muitos dos requisitos imprescindíveis para os jogos actualmente.
Estamos a falar de um jogo em 3D de plataformas, ao bom estilo de Crash Bandicoot, Banjo-Kazooie, Yooka-Laylee, entre outros. Por isso esperam-vos alguns cenários que poderão explorar, assim como muitos perigos, e claro, plataformas e saltos sem parar. Além disso, Kao poderá combater os inimigos, já que estará equipado com as suas luvas de boxe.
A história é simples: Kao tem um sonho em que a sua irmã desaparece, e isso leva com que vá ao seu encontro, é aí que inicia a sua jornada e sai da sua pequena aldeia, deixando a sua mãe e os seus amigos e partindo à aventura, na tentativa de procurar a sua irmã e tentar perceber se ela está bem, ou se o seu sonho era mesmo realidade. É na sua procura que começa a perceber que algo não está bem.
Durante a nossa jornada vamos ter diversas coisas para fazer, desde quebra-cabeças para avançar no cenário, combater inimigos que tentam impedir a nossa progressão, e até apanhar itens para avançarmos. Para conseguirmos tudo isso, Kao poderá dar saltos e duplo-saltos, usar as suas luvas quer para combater, como para bater em certas partes do cenário, mas também saltar e bater com força no chão. Tal como a maioria destes jogos, os cenários estão cheios de moedas para apanharmos, sendo que essas servem para adquirirmos diversas coisas, desde melhoramentos para Kao, mas também fatos ou skins, se preferirem. Os melhoramentos servem para aumentar a vida de Kao, assim como aumentar o número de vidas que possuímos.
Além das moedas, ainda mais importante é adquirir runas, e essas servem para abrir as portas para podermos avançar no jogo, já que sem elas é impossível abrir as portas que nos permitem ir para novos níveis. Devo confessar que isso é algo que poderá estragar a experiência do jogador, já que é extremamente chato não termos as runas suficientes para avançar, e termos de andar à procura delas. Algo que consegue ajudar neste aspecto é que em todos os níveis existem três letras que devemos tentar apanhar, um K, um A e um O, e ao completarmos a palavra KAO, iremos ganhar uma runa.
Os cenários são variados, com muita cor, e muitas vezes com água, mas que na maioria das vezes não é um problema, já que Kao pode andar dentro de água. Vamos ter também aqueles jogos de tempo, em que temos de acertar em algo, e depois aparecem algumas plataformas por tempo limitado que nos permitem chegar a algum lado. O jogo está repleto de características já encontradas noutros jogos, mas que funcionam muito bem em Kao The Kangaroo.
Além do avançar nos níveis, temos também alguns bosses – como é comum nestes casos – e cada um terá os seus movimentos, ataques e maneira de os vencermos. Como é fácil perceber pela descrição feita, Kao não oferece nada de novo a este tipo de jogos, mas consegue trazer várias mecânicas de muitos jogos conhecidos deste género.
A jogabilidade, embora simples, devo confessar que por vezes não funciona com a fluidez que gostamos neste tipo de jogos. Se existem jogos em que sentimos que a culpa foi nossa para levarmos dano ou algo do género, este não é claramente esse caso. Não foram poucas as vezes que simplesmente a saltar para cima de uma plataforma levei dano de uma planta ou de um inimigo, simplesmente porque o jogo não me permitiu desviar a tempo, e isso por vezes é frustrante. Felizmente, isso não é impeditivo da nossa progressão, já que o jogo até é simples, e o grau de dificuldade não é muito grande, logo não é isso que nos impede de continuar a nossa jornada.
O que achei interessante foi não sentir aquela repetição nos vários níveis do jogo, e isso acontece porque é quase sempre adicionada uma novidade, ou uma nova mecânica conforme vamos avançando nos locais. Obviamente que algumas mecânicas anteriores continuam a ter de existir, mas aparecer sempre algo novo ajuda o jogador a não ter aquela sensação de repetição que muitas vezes fazem qualquer um fartar-se deste tipo de jogos.
A nível gráfico confesso que Kao não impressiona, e embora o jogo apresente uns gráficos aceitáveis, jogado numa consola de nova geração deixa-nos com aquela ideia que poderia e deveria estar bastante melhor. Ainda assim, as suas cores, os inimigos, e os cenários envolventes chamam sempre a atenção, principalmente dos mais pequenos, apesar de, para estes, o jogo já tenha um nível de dificuldade ligeiramente elevado, especialmente nos níveis mais avançados.
Kao The Kangaroo é um interessante reboot da franquia, e para aqueles que nunca jogaram os jogos originais poderá ser uma boa maneira de conhecer a franquia, seja como for, em alguns aspectos, poderia estar um pouco mais refinado, até porque foi um jogo que teve um adiamento no seu lançamento, logo eram de esperar alguns melhoramentos.