Developer: Chibig
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 15 de abril de 2021
Com a chegada da primavera são muitos os estúdios que começam a lançar os seus jogos relacionados com o campo, a agricultura e a pecuária. São jogos regularmente simples que oferecem uma sensação de calma e de liberdade ao jogador; um pouco aquilo que sentimos com a chegada da primavera, já que nesta altura é altura do crescimento de flores, folhas e de vermos a força da natureza no terreno.
Foi exactamente isso que a Chibig fez, com o lançamento de Deiland: Pocket Planet para a Nintendo Switch. Trouxe aos jogadores algo diferente do habitual, mas com todos os requisitos que um jogo deste género precisa de ter. Este é o segundo jogo da companhia a chegar este ano, já que foram os mesmos criadores de Summer in Mara, e neste jogo vão encontrar alguns personagens bem conhecidos do jogo.
Em Deiland: Pocket Planet o protagonista é Arco, um rapaz que tem como missão cuidar do seu pequeno planeta. Ao começarem a jogar e a percorrer o vosso planeta, é difícil não fazer logo uma ligação ao livro Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry. Embora neste caso, seremos um rapaz mais virado para a agricultura, e algumas pequenas batalhas que dão vida ao jogo, fazendo com que seja uma experiência diferente de outros jogos do género.
O primeiro impacto que o jogo oferece ao jogador é a maneira como se apresenta, isto é, nós caminhamos sobre o planeta, mas a perspectiva do mesmo é exactamente a de uma esfera. É como se caminhassem em cima de uma bola de futebol, oferecendo algo diferente do que estamos habituados, e provavelmente só comparado ao que podemos encontrar nos níveis de Mario Galaxy. Acredito que, tal como eu, uma das primeiras coisas que vão fazer é dar a volta ao vosso pequeno planeta e perceber que embora pareça minúsculo devido à perspectiva, até é maior do que parece, oferecendo muita diversidade para o jogador.
A liberdade do jogo é tão grande que vocês terão esse pequeno planeta todo por vossa conta. Podem semear onde quiserem, construir onde quiserem, assim como partir pedra para conseguirem minérios, entre outras coisas. Algo bastante bem conseguido é a maneira como este se inicia, onde teremos logo uma visitante, Mün, e ela servirá de tutorial nos nossos primeiros dias, dando-nos tarefas, “obrigando-nos” a fazer as primeiras ferramentas, criar fogueiras, entre pequenas outras coisas para iniciarmos a nossa capacidade de craftar itens.
Todo o jogo vai funcionando por sistema de tarefas, e conforme as vamos completando desbloquearemos novas opções, desde actividades a outras tarefas. Mas descansem, as tarefas variam bastante, não dando a sensação de repetição, até porque embora o nosso planeta seja pequeno, o que não faltarão são visitantes que aparecem por vezes, cada um com a sua história e também eles nos dão tarefas para fazermos. É uma maneira diferente de irmos tendo objectivos durante o jogo, e que ao mesmo tempo levam o jogador a divertir-se sem nunca sentir nenhuma pressão por ter de completar seja qual for a tarefa.
Continuando nas tarefas, estas vão gastando a energia do jogador, e para combatermos isso, Arco terá de se alimentar e dormir, de modo a restabelecer a sua energia. Tudo o que fazemos dá-nos XP, seja minar, semear, cortar árvores, construir itens, entre outras coisas. Além de tudo o que já falámos, teremos de adicionar o clima que está inerente ao nosso planeta, além das estações do ano que fazem bastante diferença no que podemos semear ou não. Temos também o ciclo dia-noite e ainda diversos elementos que diferenciam este jogo, como chuvas de meteoritos, ventos fortes, estrelas cadentes, entre outras coisas.
Infelizmente, nem tudo é perfeito, e algo que pode frustrar são tarefas que para serem completadas não têm influência directa nas acções do jogador, mas sim em aleatoriedades do jogo. Um desses exemplos é quando nos pedem algo que para craftarmos e é necessário um itens que apenas inimigos nos fornecem, e nunca sabemos quando esses vão aparecer ou se nos vão fornecer o material necessário. Isso pode trazer um sentimento desagradável de não estar a concluir uma tarefa por algo que não temos controle.
Em termos de jogabilidade o jogo é bastante simples, quer na navegação de menus, como a passear pelo nosso planeta, fazer tarefas, ou mesmo manipular a nossa câmera. Tudo é fácil e bastante intuitivo.
No aspecto gráfico, o jogo está muito bem conseguido, e apresenta gráficos muito bonitos que encaixam na perfeição no jogo – sendo todos eles em 3D, com texturas bem conseguidas. Algo que salta à vista é a diversidade de cores, muitas delas bastante vivas, e que dão um ar chamativo e alegre ao jogo. Com uma vista de cima, onde podemos rodar a câmera e ver todos os detalhes que estão à nossa volta, desde as estrelas a brilhar e a movimentarem-se; o anoitecer e o amanhecer; a diferença entre as várias estações do ano; e as pequenas animações da água e do fogo com os seus pequenos brilhos, que fazem com que aquele pequeno planeta pareça vivo.
Quanto à banda sonora, o jogo apresenta músicas bastante calmas como é pretendido neste tipo de jogos, e que servem para serem jogados de forma relaxada e sem pressas. E não pensem que vão apenas ter uma ou duas músicas, já que existe uma enorme variedade de faixas, o que faz com que não nos fartemos das músicas ou as achemos aborrecidas. Já os efeitos sonoros que podemos encontrar no jogo, quer a executar as nossas tarefas, como barulhos inerentes da exploração do planeta, também estão bem conseguidos.
Outro pormenor que poderá não agradar a alguns jogadores é a ausência da língua portuguesa, sendo apenas possível escolher entre alemão, inglês, espanhol, francês, russo e chinês.
Deiland: Pocket Planet é um jogo bastante interessante e que os fãs deste género certamente vão gostar. Graficamente bastante apelativo, com diversas tarefas, mas sem criar nenhuma pressão para o jogador as concluir rapidamente. É um jogo que oferece uma progressão que vai satisfazendo o jogador ao mesmo tempo que vai melhorando o seu planeta no seu ritmo.