Developer: Aerie Digital
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 17 de Março de 2022

Não é novidade alguma que os jogos de cartas transformados em videojogos têm se tornado sobejamente populares. Ainda me lembro dos tempos de um Yu-Gi-Oh ou Magic The Gathering, que foram as minhas referências, mas o estilo continua a agradar a todos os gamers espalhados pelo mundo como se pode ver pela comunidade que joga o Gwent nas plataformas móveis, por exemplo.

No entanto, um jogo que combinasse isso com música e bandas não é nada comum, aliás acho que é caso único. Foi a apostar nesse campo por desbravar que os developers enveredaram. Fizeram Battle Bands, um jogo que junta o deckbuilding com música, com a ideia Rock Band de criar uma banda e andar em Tour por essa estrada fora.

Obviamente é diferente do Rock Band porque não temos instrumentos de plástico para curtir as malhas, mas sim um deck de cartas que partilhamos com os elementos da nossa banda, mas pode ser divertido à mesma.

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A premissa é bastante simples: criamos a nossa personagem, um dos quatro elementos da nossa banda e enfrentamos outra banda. Isto pode acontecer de duas formas, no Modo História em que enfrentamos bandas controladas pela Inteligência Artificial ou no Modo Online, em que enfrentamos outros jogadores humanos.

Assim que começam o jogo, vão ser atirados para o Tutorial em que, de forma obrigatória, são colocados na pele do guitarrista. Aí percebem que as duas bandas precisam de obter um número de pontos específicos de Hype para vencer a batalha. Para ganhar este hype, a banda tem que ter uma carta de uma secção de uma canção ativa e com a combinação com outras cartas criar momentum com riffs, solos, secções rítmicas, entre outros factores que encontram na vida real de uma banda.

Para perceberem melhor, cada banda tem quatro elementos, guitarrista, baixista, teclista e vocalista, e cada um deles tem cartas específicas tanto de secções da canção para o seu instrumento como para a banda em si. Assim que uma secção é colocada, existe um número específico de cartas de perfomance que podem ser utilizadas por cada elemento da banda. Esse número de cartas de performance é delimitado pela energia que cada um dos elementos tem ao seu dispor.

Enquanto cada carta de perfomance gera hype, há cartas que podem ser jogadas para reduzir o hype da banda contrária, ou causar outro tipo de efeitos, como retirar a energia do adversário para não poder usar cartas, etc. Como trabalhamos em equipa numa banda, também teremos ao nosso dispor cartas para dar energia aos elementos da nossa crew ou tentar encadear secções com eles para aumentar o multiplicador do hype.

Quando arrancam uma campanha. podem escolher fazer uma banda de raíz ou juntarem-se a outra banda. Isto faz com que se possam juntar a outros três amigos, a três pessoas desconhecidas ou simplesmente jogarem com bots. A partir daí, é pegar na carrinha e rumar pelo mapa fora a tentar varrer todas as bandas competidoras. A recompensa de ir vencendo os adversários é, como é habitual no género, ganhar novas cartas para ir apetrechando o nosso deck.

Apesar do número de elementos das bandas rivais, controladas pela Inteligência Artificial, ser menor, não se deixem iludir, porque são temáticas e, como tal, vão ter que aprender as manhas de cada uma para darem a volta à situação. Por exemplo, uma das primeiras são os Goo Fighters composta por gosmas, e então têm ataques de nos deixar paralisados, isto é, remover a nossa energia. São várias as bandas e o tipo de ações que podem fazer e existe muita criatividade na composição dos vários adversários, mas nem tanto no jogo em si.

Battle Bands tem um problema. Não é assim tão divertido para jogar sozinho. Se o fizermos o que vai acontecer é que vamos disparar as nossas cartas, ficar à espera que os restantes elementos da nossa banda controlada pela IA faça as escolhas certas ou percebam as nossas jogadas e depois esperar para ver. E a frustração de serem 3 elementos a coordenarem-se e muitas vezes sermos nós, a ir na corrente da vontade da IA, e isso não é muito fun.

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No entanto, se o jogo tiver uma base de fãs muito sólida a jogar, será mais fácil entrarmos numa sessão com outros três jogadores e por chat de voz coordenar a forma de jogar. Aí sim, é muito mais divertido. Como estamos a falar de um jogo que entrou em formato Early Access, a base de fãs ainda está a crescer e a tentar solidificar-se, mas esse “número” de fãs será um factor decisivo no sucesso do jogo, especialmente para os torneios online de 64 bandas em fases a eliminar.

Devo ser honesto e dizer que, como radialista e amante de música, tenho muita pena que em termos de jogabilidade, a utilização das cartas com diferentes secções rítmicas, solos dos vários instrumentos, utilização de power chords, entre outros, não se note na música que está a tocar durante as batalhas. Tira um enorme gozo à coisa, como acontece com jogos de música, do SingStar ao Rock Band, do Dj Hero ao Just Dance, sempre que falhamos ou entramos em secções específicas, a música demonstra isso, e aqui isso não acontece de nenhuma forma, e é uma pena.

Battle Bands tem potencial, especialmente para jogar em formato cooperativo com os amigos, numa noitada à conversa e a curtir umas malhas, mas podia ser muito mais. Numa batalha de bandas, apesar de ser um jogo de cartas, queremos que a música seja o highlight do jogo e aqui é apenas um acessório.

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Pedro Moreira Dias
Fundador do Site - Salão de Jogos, o Commodore Amiga 500 foi o seu melhor amigo durante décadas e ainda hoje sabe de cor a equipa principal do Benfica do Sensible Soccer 94/95. Nos tempos vagos ainda edita as botas dos jogadores do FIFA e do PES.
analise-battle-bands<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Styling engraçado</li> <li style="text-align: justify;">Conceito interessante</li> <li style="text-align: justify;">A mistura de jogo de cartas com jogo de tabuleiro</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">As nossas jogadas não definem a música</li> <li style="text-align: justify;">A musicalidade fica-se pela trilhar de cada adversário</li> <li style="text-align: justify;">Muito mais interessante a jogar com e contra outras pessoas</li> </ul>