Developer: PlatinumGames
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 28 de outubro de 2022
OMG! – A expressão não é para menos, posso dizer-vos que acabei de finalizar Bayonetta 3 e a verdade é que ainda estou a assimilar tudo o que se passou durante o jogo. E que jogo! Que obra mais incrível da PlatinumGames. Custou esperar 5 anos. É verdade, parecia uma eternidade, parecia mesmo que Bayonetta 3 nunca mais chegava ao mercado; parecia até que poderia ter sido cancelado, mas no final, a espera valeu cada minuto. É sem dúvida o melhor dos 3 jogos da franquia. E se os outros 2 já entram incríveis, então imaginem este!
Caso sejam fãs da franquia, não vale a pena lerem o resto da análise, e usem esse tempo para reservarem o jogo. Aqueles que ainda não estão convencidos, podem e devem continuar a ler, até porque, caso vos passe pela cabeça não jogar, então provavelmente estão a perder a possibilidade de jogar o melhor jogo de 2022! Dito isto, vamos lá prosseguir!
Bayonetta – Cerezita para os mais próximos – é uma daquelas figuras imperiais do mundo dos videojogos. Não precisou de muito para ganhar uma boa legião de fãs, até porque deve ser das poucas personagens que consegue ser várias coisas num único jogo. Uma assassina de anjos e demónios, ao mesmo tempo que é pura sensualidade, com um toque de provocação à mistura; e no meio disso ainda tem sempre tempo para um pezinho de dança. Aliada a tudo isso, ainda existe a amiga, a compreensiva, a diabólica, a assertiva, e a apaixonada por tudo o que faz, são apenas alguns dos adjectivos que podemos colocar em Bayonetta, mas poderiam ser muitos mais.
Tal como prometi na antevisão, hoje vamos falar sobre a história do jogo. Vou continuar sem desvendar muita coisa, porque no meio de tanto combate, consegue existir uma história. E é bastante interessante, por sinal. Até porque começa em grande, e logo com um choque para todos! Como é habitual nos jogos de Bayonetta, está dividido por capítulos, tendo um prólogo que serve para nos enquadrar no jogo. Diria que esse prólogo é o primeiro de vários impactos que vamos ter ao longo da nossa aventura, e sem mais demoras, o jogo inicia-se de uma forma brutal e incrível, e o que acontece é tão importante que nem vos vou spoilar, para não estragar surpresas.
Posso apenas dizer-vos que é devido a esses acontecimentos que aparece Viola, a nova personagem de jogo, e crucial na história de Bayonetta 3. Esta irá pedir ajuda a Bayonetta, à qual se junta Jeanne, e os oponentes destas três personagens serão Homunculi, seres que nunca apareceram na franquia, mas que são extremamente poderosos. Ao longo dos vários capítulos que temos de jogo, vamos ter a possibilidade de jogar com estas personagens, cada um com um objectivo específico.
Além destas personagens, teremos também outras conhecidas da franquia a fazerem parte da festa, não são personagens jogáveis, mas como sempre, serão imprescindíveis para mais esta aventura. Por exemplo, preparem-se para ir ao bar de Rodin, e comprar acessórios e materiais úteis, Enzo também aparece, sempre despassarado e a mandar vir por tudo e por nada, assim como Luka Redgrave – o famoso jornalista –, entre outros.
Se no caso de Bayonetta e Viola os objectivos serão diferentes, já a jogabilidade e o mundo como o vemos será igual, isto é, o 3D habitual da franquia. Quanto a Jeanne, a PlatinumGames decidiu trazer algo totalmente diferente, e ainda bem que o fez. Jeanne será jogável nuns capítulos secundários, ou, se preferirem, side chapters, e estes serão jogados num side scrolling 2D, mas sem nunca deixarmos de sentir como Jeanne é também ela uma bruxa bastante poderosa. Obviamente que, para os fãs do jogo, não tem o impacto que Bayonetta, mas a verdade é que é uma personagem também bastante carismática.
Já os outros capítulos serão a grande maioria jogados por Bayonetta, porém, em alguns deles teremos o controlo de Viola. Não esperem controlar as duas personagens ao mesmo tempo, isso não irá acontecer. Os capítulos são muito variados, pelo menos nos locais por onde vamos andar, e iremos percorrer locais bastante importantes do nosso planeta com estas personagens, como por exemplo New York, uma zona do Egipto, mais propriamente Zamalek, no Cairo, entre outros locais de grande relevância. Além de o jogo nos indicar o nome dos locais, a verdade é que muitas vezes olhando para certos monumentos conseguimos perceber logo onde estamos, e isso é incrível.
Algo que me fascinou foi também a qualidade de Homunculi diferentes que aparecem no jogo. Durante os vários capítulos vamos tendo diversos inimigos para derrotar, e se por vezes podem pensar que são apenas seres minúsculos ou “minions” de bosses estão muito enganados. Sinceramente nem consigo contar a qualidade de bosses que vamos ter de lutar, além de serem imensos, são quase todos eles diferentes, tento o jogador sempre algo novo para descobrir, e lutas verdadeiramente incríveis.
Na verdade, acho que depois dos 4 capítulos iniciais, o jogo começa a ter diversos bosses por capítulos, todos eles de um poder imenso, e que obrigam o jogador a estar concentrado e a perceber as suas mecânicas a todos os momentos. É importante perceberem que Bayonetta 3 não é um daqueles jogos que vão conseguir superar tudo à primeira, longe disso, a não ser que estejam a jogar na dificuldade mais baixa.
O jogo oferece três tipos de dificuldade, a Casual que se foca imenso na história, deixando a jogabilidade das batalhas completamente de lado, já que tudo é tão facilitado que até exagera; depois temos a jogabilidade standard, que confesso que se no início faz-se bem, depois começa a obrigar-nos a alguma superação e muitas vezes a ter de repetir alguns bosses 2 e 3 vezes (outras vezes até mais); depois temos o Expert, e este não aconselho a muitos jogadores, a não ser àqueles que são mesmo veteranos neste género de jogo, até porque, jogar alguns bosses nesta dificuldade consegue colocar muitos souls a parecerem brincadeiras de criança. Seja como for, numa coisa pode ficar descansados, ou seja, podem andar durante todo o jogo a trocar de dificuldade sem grandes problemas – uma opção excelente por parte da PlatinumGames.
Algo que também nos prende ao jogo de maneira a não o querer largar é a junção de gameplay e cutscenes, estes dois elementos misturam-se de uma maneira única, em que estamos a meio de uma batalha, e do nada surge uma cutscene que nos deixa completamente de boca aberta. E após esse acontecimento podemos retornar à luta onde esta ficou na cutscene, quero com isto dizer que o jogador se sente sempre como fazendo parte desta história, deste filme. O grafismo do jogo também ajuda a isto acontecer, não estamos a falar de gráficos altamente realistas, mas gráficos com uma qualidade muito elevada, principalmente se pensarmos que o estamos a jogar na Nintendo Switch, e não numa consola next-gen.
Obviamente que em alguns locais, nota-se que teve de existir uma diminuição das texturas quer de edifícios, ou do solo, em prol da velocidade e performance do jogo, mas até essa decisão foi acertada, já que num jogo destes, não podem acontecer paragens, breaks, ou perda de velocidade, porque esses são elementos essenciais. Já as personagens estão sempre 5 estrelas, com excelentes texturas, e uma estilização ao nível de uma New York Fashion Week.
Quanto ao combate, a essência de qualquer Bayonetta, acredito que não estejam preparados para o que vos espera. Está simplesmente incrível, levando o jogador a sentir-se extremamente poderoso, a isso muito se deve todas as armas e Demons que vamos ter à nossa disposição. Falando em Demons, tenho de referir grande novidade no que toca ao combate, que é a invocação dos Demon Slaves a qualquer altura. Agora temos uma barra de magia que vai sendo preenchida conforme vamos dando dano nos inimigos, e essa barra permite a qualquer altura invocar do Demon Slave seleccionado e este ficar activo até a barra ficar vazia.
Essa invocação pode ser cancelada a qualquer momento, ou caso Bayonetta receba algum dano, a invocação também é cancelada. Isto acontece, pois Bayonetta fica a dançar enquanto o Demon é invocado, e seremos nós a comandar o Demon. No caso de estarmos a comandar Viola, aí tudo se processa de maneira um pouco diferente, já que o seu Demon é invocado e fica a lutar ao seu lado, nunca deixando o jogador de comandar Viola.
Durante todo o jogo vamos igualmente recebendo novos Demons Slaves que podemos comandar com Bayonetta, Gomorrah, Madama Butterfly, Phantasmaraneae, Wartrain Gouon, Baal e Malphas. São apenas alguns deles, e além da sua importância no que toca ao seu poder, é também uma maneira de Bayonetta receber novas armas, já que as armas que usa para lutar estão directamente ligadas a cada Demon Slave. Para terem um exemplo, as armas tão conhecidas de Bayonetta, estão ligadas a Madama Butterfly.
Depois temos também os Demon Masquerade, que são a fusão entre Bayonetta e um Demon Slave, dando-lhe poderes únicos, e também ficando com um aspecto totalmente diferente. Todas estas opções oferecem ao jogador uma escolha única, permitindo que cada um use os Demons e as armas que melhor se ajustem.
Algo também interessante é a possibilidade de melhoramento das habilidades de Bayonetta, de Viola e até dos Demons Slaves. Podemos melhorar a barra de vida, a barra de magia e os ataques que temos à nossa disposição. Além de auxiliar nos capítulos que faltam ser jogados, também ajuda se quiserem repetir os capítulos anteriores para melhorar as vossas performances nas lutas.
Se já falamos da parte gráfica do jogo falta falar ainda da parte sonora que está absolutamente divinal. A banda sonora é incrível e cria uma atmosfera única, que poucos jogos conseguem oferecer ao jogador. O voice acting também está muito bom, e com ou sem polémicas, a atriz escolhida para voz de Bayonetta faz uma excelente actuação, assim como os outros actores, que estão brilhantes!
Bayonetta 3 é absolutamente incrível. E se na antevisão já estava com essa ideia, depois de finalizar o jogo fiquei absolutamente convencido. É provavelmente um dos melhores trabalhos da PlatinumGames, e certamente o melhor jogo de Bayonetta que vão ter a possibilidade de jogar. Sem esquecer a optimização que está incrível, sempre com uma performance impressionante. É sem dúvida um dos melhores jogos de 2022.




