Developer: Ubisoft Montreal
Plataforma: Xbox One, PlayStation 4 e PC
Data de Lançamento: 15 de Fevereiro de 2019
Não tivemos de esperar muito tempo até que fosse anunciado outro Far Cry. Aproveitando a história de Far Cry 5, a Ubisoft Montreal decidiu oferecer uma espécie de conclusão ao título anterior, chamada de Far Cry: New Dawn, numa espécie de fusão entre um novo jogo e uma expansão, em versão standalone.
A Ubisoft tem aqui uma das suas principais franquias, e que é explorada num modelo adaptável às tendências do mercado. Sem mudar muito, consegue sempre apresentar novos estímulos, e que, de uma maneira ou de outra, nos levam sempre a querer fazer parte da viagem.
A história tem lugar 17 anos depois do final de Far Cry 5, onde ironicamente percebemos que Joseph Seed, embora aparentemente louco, profetizava algo que não estavam assim tão longe da verdade.
Depois de um desastre nuclear devastador, os sobreviventes não tiveram escolha senão refugiarem-se em abrigos subterrâneos, e nesse período, durante quase duas décadas, como que tirando férias do homem, o mundo renovou-se, sendo agora mais verdejante do que nunca.
Por ser uma sequela de Far Cry 5, a história continua a desenrolar-se em Hope County, onde podemos ver que enquanto algumas comunidades começam o processo natural de reconstruir a civilização que outrora conheceram, outros grupos menos escrupulosos aproveitam-se da desordem para estabelecerem posições de poder.
A série Far Cry sempre foi marcada pelas personalidades bem vincadas dos seus vilões, e em New Dawn não é diferente. Nascidas e criadas num cenário de caos e violência, as psicóticas gémeas Mickey e Lou, cuja sede de violência parece ser insaciável, mostram rapidamente que o diálogo nunca será opção. Algo a que o protagonista assiste aterrorizado em primeira mão, antes de conseguir escapar milagrosamente. No entanto ganha o propósito que dá um início à história: resgatar o seu melhor amigo que infelizmente ficou para trás. Pelo caminho conhecemos Carmina Rye, que além de se tornar num dos membros da equipa e uma das figuras mais próximas do personagem principal, funciona igualmente como narradora da história.
Far Cry: New Dawn pode não ser inovador, mas também não pretende ser uma cópia do anterior. Embora o enredo seja menos profundo, tem o seu próprio conjunto de novidades que tornam a experiência de redescobrir Hope County sempre nova. Particularmente pela clara vontade de se tornar num RPG, com o acréscimo de elementos que cada vez mais o guiam nesse sentido.
Juntando a tudo o que já existia, nomeadamente as habilidades que foram afinadas e contextualizadas ao jogo actual, as missões secundárias e os Postos Avançados, agora as armas são separadas por cores, correspondendo a um nível de raridade. O mesmo acontece com a dificuldade e o nível dos inimigos, mostrando inclusivamente o dano infligido a cada disparo certeiro.
Porém, o maior destaque vai para Prosperity, a nossa comunidade e base de operações, onde podemos ganhar acesso às mais variadas coisas, desde a criação de armas, explosivos, veículos, cartografias, medkits e até contratar mercenários para nos acompanharem em missões. Uma conjuntura bastante interessante, que integrada no sistema de crafting tenta encorajar à exploração, no objectivo de encontrarmos os materiais necessários para podermos estar sempre equipados de acordo com as exigências.
O Etanol é o recurso que irá permitir os upgrades nas diferentes secções de Porsperity, que desbloquearão mais e melhores possibilidades. A melhor forma de conseguir Etanol é através da conquista dos já existentes Postos Avançados, locais fortemente guardados por inimigos, e das Expedições, outra das novidades que chegam com Far Cry: New Dawn. As Expedições são pequenas missões e o objectivo é simples: somos transportados de helicóptero até a um determinado local, onde teremos de localizar um pacote, que ao ser capturado, 30 segundos depois activará um GPS, que por sua vez provocará uma verdadeira caça ao homem. Uma componente que vem melhorar ainda mais a fantástica jogabilidade da série.
Do ponto de vista gráfico e sonoro, como é expectável, está ao nível de Far Cry 5. Agora mais colorido, sobretudo pelo ambiente florido de New Dawn, e ao qual facilmente nos rendemos nos momentos em que exploramos o mapa e descobrindo novos locais. Nesse particular, o tipo de terreno facilita, sendo que tudo serve para nos escondermos e tentarmos uma abordagem mais stealth.
Far Cry: New Dawn apesar de não ser o melhor título da saga, é ainda assim um FPS poderoso e que certamente trará diversão a quem busca um jogo totalmente virado para uma acção livre e frenética. Quem jogou e gostou do título anterior não ficará desiludido, todavia, não tenho dúvidas que agradará identicamente a novos jogadores.



