Developer: Ultimate Games, MasterCode
Plataforma: PC, Nintendo Switch
Data de Lançamento: 13 de Agosto de 2021

Quis o destino que eu fosse à pesca virtual pela segunda vez este ano. Não sou pessoa de dizer que não e como filho de peixe sabe nadar, vamos lá ver se desta vez as coisas correm melhor do que na primeira. Se quiserem podem olhar para o relato de uma noite de pesca em Ultimate Fishing Simulator e depois disso continuar a ler esta análise a Fishing Adventure, um jogo teoricamente mais simples, mas com o mesmo fim: pescar.

Com dois anos de PC e cerca de seis meses de Nintendo Switch, Fishing Adventure chegou aos dispositivos Xbox com alguma esperança de ir buscar os jogadores mais vidrados com este mundo da pesca. Um nicho dentro do nicho que mantém viva a existência deste tipo de jogos. Valerá a pena? Agasalhem-se bem e venham daí com a vossa melhor cana mostrar do que são capazes.

Não sou de intrigas, mas ou tive sorte ou desta vez as coisas correram-me bem melhor. Nos primeiros 10 minutos pesquei uns bons 3 ou 4 peixes, lembrando-me do pesadelo que tinha tido na primeira experiência quando no final da primeira meia hora ainda estava a aprender a agarrar a cana e a lançar a isca. Eu diria que são ossos do ofício, mas os mais velhos dirão que é experiência. Neste caso concreto é mesmo o facto de ser mais fácil. Agora também é verdade que não há nenhum tutorial. É chegar, ver e pescar. Pode não ser tão intuitivo para quem nunca jogou nenhum jogo de pesca.

Fishing Adventure beneficia de não ser um simulador e assim tornar-se mais acessível para quem pesca apenas para se divertir sem se preocupar muito com o material, nem com as técnicas que se devem usar, que é o meu caso. Não que seja melhor que o outro, é tudo uma questão de gosto, mas é mais acessível. É como se fossem à pesca com uma cana elétrica que vibrava quando algum peixe se agarrasse à isca e vocês os puxassem até terra. Simples. É assim que acontece no jogo. Lançam a cana no X, esperam até vibrar e começam a puxar a linha para terra até chegar até nós, com cuidado para não romper, num esquema bastante fácil de perceber que nos indica a força que estamos a fazer.

A proposta do jogo é mais leve em relação à outra versão, no sentido de não ser tão complicado, mas idêntica no que diz respeito ao que fazer depois de pescar. Podemos vender e ganhar dinheiro ou largar ao mar novamente e com isso subir os pontos de experiência (XP). Isto vai fazer-nos subir de nível e com isso ganhar licenças para pescar noutros locais que terão de ser desbloqueados.

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Tudo vai começar na Polónia e depois há mais uma data de países prontos para nos ver pescar, tais como o Canadá, Haiti ou Noruega, mas para lá chegar vai ter de se pescar muito. Mesmo muito. Digo isto porque, apesar de ser simples pescar em Fishing Adventure, o mercado parece não querer pagar muito por cada espécie que conseguimos capturar. Talvez seja um paralelo com a vida real em que o valor do que é pescado é vendido, muitas vezes, ao desbarato para as grandes cadeias de distribuição e daí chegar ao cliente bastante mais caro. 

Isto torna muito complicado avançar e viajar até aos outros lagos que o jogo tem. Não será apenas necessário pescar 10 ou 20 peixes. Se nos compram cada um a uma média de 20 moedas e as localizações custam 4000, 8000 ou até mesmo 14000 moedas, podem já ter uma noção do penoso que é. Acaba por ser um sentimento frustrante porque vistas bem as coisas, pescar, vender, pescar, vender torna-se rapidamente um processo repetitivo e exaustivo até nos levar quase ao desespero. 

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O mesmo acontece nos pontos de experiência ganhos quando lançamos o peixe à água. A diferença entre o que necessitamos para subir de nível e aquilo que ganhamos é desproporcional. O revés da medalha é a longevidade que isto dá ao jogo. É um jogo de paciência, no fundo, tal como uma noite de pesca ao frio.

Fishing Adventure também tem um modo de Quests que nos “obriga” a fazer determinados objetivos num certo tempo. Pescar 5,10 peixes ou espécies específicas dá alguma dinâmica a um jogo que podia ser mais preenchido a nível de modos de jogo ou mais dinâmico na maneira como se faz a progressão. Ainda assim é uma boa adição ao jogo.

A nível gráfico é aquilo a que este tipo de jogo já nos habituou, sem tirar nem pôr. Há coisas realistas e outras que nem por isso. Os peixes estão bem feitos e os movimentos dos braços quando os puxamos está bastante realista em contraste com alguns objetos que estão na água sem se mexer. A jogabilidade é tão simples quanto relaxante, mas fica a ideia que era fixe dar mais hipóteses de pesca como passar por rochas e alcançar locais mais escondidos e improváveis. Talvez numa próxima tenhamos essa sorte. Uma última dica antes de partirem para a pesca: levem a vossa playlist e desfrutem porque o som de fundo pode não ser suficiente para vos manter acordados em noites mais complicadas.

Fishing Adventure é mais um jogo capaz de agradar a um nicho de jogadores que não perdem uma oportunidade de andar à pesca. É fácil de jogar, mas não é tão desafiante como outros jogos do género e o modo de progressão também não ajuda muito. As Quests são uma lufada de ar fresco num jogo que ou são mesmo fãs ou pode torna-se rapidamente repetitivo. Há um paralelismo no jogo com a realidade no preço do pescado que transporto para o final desta análise em jeito de pergunta: valerá a pena ir à pesca e encher o balde de peixe para ganhar meia dúzia de tostões?

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-fishing-adventure<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Fácil de jogar</li> <li style="text-align: justify;">Relaxante</li> <li style="text-align: justify;">O modo Quests</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">A maneira como se progride é penosa</li> <li style="text-align: justify;">Faltam incentivos para o jogo não se tornar repetitivo</li> </ul>