Developer: Asmodev e Ultimate Games
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 5 de Maio de 2021
Infernal Radiation chegou no final de 2020 ao PC e foi muito bem recebido tanto pelos jogadores, como pela crítica especializada. Por esse motivo, era fácil de prever que chegaria a outras consolas, e a Nintendo Switch foi a primeira vítima do seu “exorcismo”.
O jogo oferece uma mistura interessante de vários conceitos, sendo um jogo em 3D mas de uma jogabilidade ao estilo 2D, com uma ideia de terror mas ao mesmo tempo cheio de humor, alguma acção e diversos elementos dos jogos de RPG.
A história do jogo é bastante simples, mas até engraçada, e tudo começa na ilha de Halloween, onde aqueles seres maléficos e malfeitores chamados engenheiros e cientistas estavam a testar uma nova tecnologia que serviria para conseguir obter o calor do inferno. Esse calor seria obtido sugando as almas em chamas para um reactor que depois obteria essa energia/calor. Obviamente que, como é costume nestas experiências, tudo corre mal, e um acidente desencadeia então a chamada radiação infernal, que coloca em chamas diversos locais desta ilha, e, para piorar, diversas pessoas da ilha ficam possuídas.
É aí que entra o nosso personagem, um exorcista que irá tentar limpar a alma dessas pobres pessoas, o Cardeal Godspeed. O início do jogo é essencialmente para perceber os botões que temos para usar e para perceber o que se está a passar. O tutorial vai informando de alguns pormenores a partir de notas que se encontram no chão, assim como algumas lutas para percebermos o conceito de ataque e defesa do jogo, e claro, algumas conversas com outros personagens que nos vão contando o que se passa e até o que estão a sentir. O cenário do jogo é uma ilha em chamas, para dar aquela ideia de desespero, até porque andaram a brincar com o inferno. E acredito que todos já tenham ouvido das vossas mães – “Com o fogo não se brinca!”; pois é, parece que estes cientistas e engenheiros esqueceram-se das palavras sábias das suas mães.
Quanto à jogabilidade, podem esperar algo simples na movimentação do personagem, mas não tão simples quando as batalhas, isto porque embora defender seja bastante simples, têm de apanhar o ritmo correcto. Ora, nos ataques acontece o mesmo, e além disso, diversos inimigos regeneram a sua energia, o que significa que por vezes as lutas demoram mais do que vocês podiam imaginar, caso falhem alguns ataques.
Se no caso do PC tínhamos os botões do rato para atacar e defender, sendo o botão esquerdo para atacar e o direito para defender, na Nintendo Switch usamos o ZR para atacar e o ZL para defender. Como o Pedro já tinha dito na sua análise ao jogo quando o experimentou no PC, a parte mais chata de alguns inimigos – além da regeneração de energia – é mesmo o facto de estes terem um sistema de vidas, ou seja, vamos ter de os matar duas ou três vezes consoante o caso, algo que se torna por vezes desgastante, repetitivo e aborrecido.
Algo que achei bastante engraçado foram os diálogos que tentam ser diferentes do habitual da maioria dos jogos, levando o jogador ao humor negro, embora por vezes fujam em demasia do contexto do jogo. Já o nosso personagem é alguém bastante irritante, um cardeal que se acha a última bolacha do pacote, mostrando a sua arrogância em abundância.
Como disse anteriormente, Infernal Radiation, oferece uma mistura de estilos, no caso dos elementos RPG temos então a possibilidade de aumentarmos a nossa vida, e stamina, assim como comprar alguns itens que serão bastante úteis.
Algo que poderá não agradar a todos os jogadores é o grafismo do jogo, já que é um pouco diferente do habitual, tentado oferecer-nos uma experiência alternativa, mas que na verdade achei bastante bem vindo, já que tentaram criar algo próprio, não imitando a maioria dos jogos do género. O que achei que poderia estar melhor são alguns efeitos dos ataques, assim como da defesa, mas nada que estrague a experiência do jogo. O jogo corre sem qualquer problema na Nintendo Switch, quer seja a jogar em modo portátil, como em modo dock.
Já no aspecto sonoro, o jogo apresenta uma banda sonora interessante e que encaixa bem no estilo do jogo. Os efeitos sonoros esses podemos dizer que são bastante minimalistas e por vezes até estranhos para o que se está a passar.
Algo que considero sempre positivo é o jogo ter a possibilidade de ser jogado em Português, oferecendo a todos os jogadores a oportunidade de desfrutar do jogo, compreendendo-o na sua totalidade.
Infernal Radiation é um jogo que não nos consegue prender durante muito tempo à Nintendo Switch, é daqueles jogos para se ir jogando mas que precisava de alguns ajustes, principalmente nos combates, para nos deixar agarrados durante mais tempo.