Developer: R8 Games Limited
Plataforma: PlayStation 4, Xbox One e PC
Data de Lançamento: 28 de outubro de 2020

É impossível falar de Pacer sem lembrar Wipeout, aquele jogo de corridas de naves futuristas a alta velocidade que ficou celebrizado na PS1. A R8 Games agarrou nesse conceito de corridas em anti-gravidade e traz um novo jogo deste género que não teve grande impacto desde esses anos gloriosos de Wipeout. Lembro-me que tinha o jogo numa demo e joguei algumas vezes a única pista que trazia, mas não fiquei especialmente fã daquele tipo de corrida do futuro. Preferia algo que estava mais habituado a ver como corridas de carros ou motas, mas verdade seja dita que nunca mais me esqueci daquele jogo.

Escusado será dizer que quem adorou o jogo na altura, vai gostar de jogar Pacer e lembrar as horas infinitas que teve ali a vencer corridas como se não houvesse amanhã. O conceito já por si é bom, mas a modernização de gráficos, as pistas variadas e a sensação de velocidade que Pacer oferece é algo único nos jogos de corrida arcade, mas vamos lá pilotar as naves.

Não é fácil agarrar e controlar logo à primeira algo a que não estamos habituados e aqui acontece exatamente isso. O controlo que vamos ter de conseguir manter ao longo dos diversos percursos é algo desafiante. Uma das ligações ao passado é o facto de ser o X, no caso da PlayStation, o botão para acelerar, isto porque o R2, que já há muito tem sido o botão padrão de quase todos os jogos de corrida para acelerar, faz, juntamente com o L2 uma espécie de viragem para a esquerda e para a direita, conforme o lado da curva. Não há grandes travões, mas estes L2 e R2 funcionam como controladores de direção enquanto carregamos num quadrado para nos dar algum turbo manual que vamos conseguindo pelo caminho. 

Não sei se foi de já não estar habituado, mas voltar a ter o X como acelerador não achei muito confortável. Fez-me carregar com tanta força no botão que a certa altura já me doía os dedos, não só por ter esse botão para andar mais rápido, como ainda ter o quadrado para o turbo. Aos poucos habituei-me, mas não acho a melhor forma para controlar a nave. As curvas bem feitas com o R2 e L2 revelam-se essenciais para não perdermos velocidade, mas ter de controlar tudo isto a alta velocidade é tudo menos fácil, embora seja divertido e viciante.

Paga-nos o café hoje!Além de termos de lutar pela vitória, temos também de lutar contra as outras naves futuristas que correm connosco. Desde tiros, a rockets para lhes acertar, vamos ter de ter em conta também a nossa defesa com um bom escudo porque se formos atingidos várias vezes vamos perder tempo que se pode revelar precioso para ficar em primeiro lugar. As corridas são divertidas e ao mesmo tempo um caos porque há perigo em todo o lado e mais curvas e contracurvas nas pistas do futuro. Há várias categorias nas quais podemos competir e se em algumas o importante é ficar em primeiro, noutras o que interessa é lixar a corrida aos outros de maneira a obter a melhor pontuação possível.

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A sua jogabilidade e os gráficos muito bem conseguidos mostram que Pacer não veio brincar às naves, mas sim com o propósito de dar ao jogador a melhor experiência de corridas anti-gravidade alguma vez feito e sempre com o seu mentor debaixo de olho. Falo novamente de Wipeout porque até na banda sonora os jogos são bem parecidos. Alheio não está o facto das músicas terem sido criadas pelo mesmo CoLD SToRAGE aka. Tim Wright. 

Pacer tem várias maneiras de ser jogado, no modo livre, podemos optar por um vasto lote de hipóteses, tais como, corridas normais, time trials, corridas de eliminação, onde quem está em último vai saindo de prova em determinado ponto da pista. Depois existem as de destruição que implicam abater as naves adversárias sem querer saber da posição em que estamos, as provas de resistência, onde o objetivo é impedir que a nossa nave seja destruída, o modo tempestade que é uma autêntica battle royale e ainda um dos modos mais divertidos, o Flowmentum que nos obriga a passar entre portais a diferentes velocidades enquanto resistimos pela sobrevivência. 

A verdade é que apesar de serem bastantes modos possíveis, esgotam-se rápido passadas algumas horas. Quando vi um modo carreira fiquei contente por saber que o jogo tinha algo mais elaborado, mas rapidamente se tornou uma decepção porque não tem os ingredientes necessários para considerarmos aquilo uma carreira. Falta clarividência nos objetivos de cada prova e é tudo muito monótono. Falta também um modo para jogar a dois em ecrã dividido, mas fica a promessa de futuro de continuação de um modo online, talvez por seasons. Só espero que não inclua as malditas microtransações. 

O que não falta em Pacer são as modificações para as naves. Desde as diferentes armas, às inúmeras formas de cada parte das naves. Equipar a nossa máquina com mantos de invisibilidade, mísseis, escudos protetores e pintá-la como queremos é uma boa forma de tornar a nossa nave em algo único e pessoal. Algumas destas coisas que enumerei são desbloqueadas através de créditos obtidos com as corridas que vamos fazendo. As 14 pistas, também elas desbloqueáveis através dos créditos fazem-nos viajar pelo mundo com diferentes designs futuristas e repletos de obstáculos, vida e rasteiras.

Pelo estilo, Pacer é uma espécie de sucessor de Wipeout. Com as devidas distâncias, quem gostou de um vai gostar do outro e desfrutar de corridas anti gravidade a alta velocidade como nunca antes foi visto. É desafiante, divertidíssimo e tem uma banda sonora de invejar. Peca bastante nos modos de jogo que parecem gastos neste tipo de jogos arcade, mas há esperança para um online melhorado no futuro.

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Élio Salsinha
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-pacer<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Bons efeitos visuais</li> <li style="text-align: justify;">Lembra Wipeout</li> <li style="text-align: justify;">Banda sonora</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Modo carreira</li> <li style="text-align: justify;">É capaz de aborrecer depois de algumas horas a fazer corridas</li> </ul>