Developer: Mario Malagrino / Ratalaika Games
Plataforma: Xbox One, PS4 e Nintendo Switch
Data de Lançamento: 27 de maio de 2022
A minha ligação, como a provavelmente de muitos que nos lêem, com os shoot’em up de naves vem desde o tempo do Spectrum 128K, portanto é normal que quando aparece um para analisarmos, fique logo entusiasmado. A questão é: será que Remote Life consegue ser aliciante, desafiador e divertido?
A narrativa do jogo é simples e directa: há uma enorme e ameaçadora Colmeia Alienígena a aproximar-se do nosso planeta e a única maneira de derrotá-la é entrar e destruí-la por dentro.
O jogador assume a pele de John Leone, um piloto ambicioso, que aceita esta missão de salvar a Humanidade a bordo da sua nave espacial equipada com um sem número de armas. Pelo meio, vamos descobrir a verdadeira razão pela qual os alienígenas nos estão a atacar.
Remote Life é um shooter horizontal, mas, apesar disso, a maneira como controlamos a nave e as suas armas está dentro de outro género, o twin stick shooter, isto é, controlamos a movimentação da nave com o analógico esquerdo e a direcção para qual disparamos com o analógico direito.
Como base a nossa nave tem três tipos de disparos. Os normais e infinitos são o standard, rajada, mísseis e laser, mas depois temos os tradicionais power-ups para cada um dos tipos. A questão é que nem todos os power-up’s vão ser úteis a todo momento, já que algumas armas, como a Shield Gun tem um teor mais defensivo, outras armas possuem um alcance médio, já outras são o padrão ofensivo de longo alcance.
Em termos de design, Mario Malagrino, o criador do jogo, inspirou-se em insectos e criaturas marinhas para os inimigos do jogo misturando-os num mundo de terror sci-fi com música techno aos altos berros. Tudo “grita” terror, caos e adrenalina, não sei bem porquê mas faz-me lembrar Alien Breed, lembram-se desse jogo?!
Com a modelagem 3D de alto nível, quase sempre os monstros possuem uma aparência grotesca, misturando máquinas com seres vivos e o destaque vai para os bizarros Bosses. Os cenários por sua vez possuem menos detalhes e variações, mas ainda assim são bonitos, com os efeitos de iluminação e das explosões bastante mais assustador.
O jogo é bastante difícil, até mesmo no modo mais fácil, isto porque as fases são bastante longas, os inimigos a dar com um pau e não dropam quase vidas nenhumas durante as fases. Portanto o desafio é mesmo dominar as fases ao ponto de chegar até ao Boss com um número de vidas porreiro e com as armas certas para terminar o nível.
Basicamente é saber limpar o ecrã de inimigos da melhor forma que conseguirmos e fazendo a gestão das armas que utilizamos e apanhamos pelo caminho. Temos, ainda uma quarta arma (uma espécie de especial) que podemos usar, como por exemplo, a mina que cria uma barreira de minas à frente (e só atingem os inimigos) que tem um teor defensivo, e a Cluster Bomb, que lança uma chuva de bombas e que é excelente para destruir grupos de inimigos na parte inferior do ecrã.
As batalhas contra os Bosses até são relativamente fáceis comparado com a dificuldade e o tamanho das fases até lá chegarmos. Basicamente temos de decorar os seus padrões, até porque se vão mutando conforme os vamos destruindo.
Por fim, o jogo tem um sistema de escolha de naves, que são desbloqueadas conforme avançamos no jogo, com duas naves mais velozes que podem ser desbloqueadas nas fases 3 e 5.
A verdade é que apesar de não ser altamente inovador, Remote Life é um shoot’ em up muito interessante, capaz e desafiador. Num género que não recebe muitos títulos novos e de qualidade, foi uma boa surpresa que agora chega às consolas depois de ter passado pelo PC.