Developer: Marvelous
Plataforma: Nintendo Switch
Data de Lançamento: 25 de março de 2022

Os chamados farming simulators estão cada vez mais na moda, e cada vez com mais qualidade também. Isso ficou bem explícito com o lançamento de  Story of Seasons: Pioneers of Olive Town, jogo lançado há praticamente um ano, onde juntava o trabalho na quinta, com a vida social na aldeia e umas histórias pelo meio. Tudo muito ao gosto dos fãs deste tipo de jogos. Rune Factory é uma franquia também da Marvelous, que traz consigo diversos conceitos de Story of Seasons, ao mesmo tempo que junta a aventura dos JRPG de ação.

Para quem é fã dos dois géneros, diria que Rune Factory 5 é o jogo ideal para muitos jogadores, já que compila o calmo e descontraído trabalho da quinta, com a aventura e exploração dos JRPG de ação; além de colocar o jogador à vontade para escolher o que pretende fazer, já que nunca nos é imposto fazer algo no momento, criando assim uma liberdade absoluta do jogador fazer tudo ao seu ritmo e conforme o sua vontade.

O início da história de Rune Factory 5 não é de todo nova para os fãs da franquia, já que o protagonista volta a ter aquele “típico problema” – amnesia. Sem lembranças de nada, e no meio de uma floresta, ouvimos o pedido de ajuda de uma menina, e corremos em seu auxílio. Essa ajuda custa-nos bastante carro, já que embora tenhamos sucesso, ficamos feridos, é então que ela nos leva até à cidade de Rigbarth.

Lá somos tratados por Simone, a presidente e médica da cidade, que decide que devemos permanecer naquele local até a nossa memória voltar. Somos então convidados a nos juntarmos à SEED, uma organização que tem como objectivo proteger as pessoas dos monstros que rodeiam a cidade.

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É durante todo este processo inicial que vamos tendo bastantes tutoriais, desde a escolha do personagem (pode ser feminino – Alice – ou masculino – Ares), a escolha do seu dia de aniversário, tutorial de combate, tutorial de como cultivar, entre outras coisas. É uma maneira interessante de não obrigar o jogador a aprender tudo de repente, sendo cada coisa ensinada a seu tempo.

A nossa missão na SEED tem diversos objetivos, desde ajudar as pessoas, cultivar o nosso terreno, assim como algumas investigações pela cidade. Todo este processo leva-nos também a ter uma interacção bastante grande com os habitantes de Rigbarth, algo que é crucial para toda a componente social que o jogo traz, já que o nosso personagem agora tem a opção de se apaixonar e casar – até por personagens do mesmo sexo, algo que já tínhamos visto em Story of Seasons.

Além disso, a componente social, onde falamos com as diversas pessoas da cidade também nos permite ir criando laços com elas, e com isso avançar em alguns enredos da história. Embora, como já disse anteriormente, tudo seja bastante livre. Existem alguns momentos em que só conseguimos avançar depois de completarmos algumas tarefas, e muitas vezes essas só aparecem depois de falarmos com certos personagens.

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No que se refere à parte de cultivar, esta é uma das maneiras de conseguirmos recursos para obtermos dinheiro para melhorar e até comprar diversos itens que nos serão bastante uteis no jogo. No início começamos com um pequenino pedaço de terra, que com o tempo podemos aumentá-lo e ir melhorando os itens agrícolas, para com isso também aumentarmos a nossa rapidez nessas tarefas.

A cidade de Rigbarth é bastante gira, com várias pessoas, mas também regiões e locais onde podemos, além de comprar itens, também fazer outro tipo de atividades. Algo que é interessante notar, é que sempre que fazemos algo na cidade sentimos que estamos a progredir de alguma forma, não sendo uma “perda de tempo” como acontece com alguns jogos.

Algo que não podemos esquecer é o combate e a exploração do jogo, é aqui que entra a sua componente JRPG, teremos boas áreas de exploração em 3D, quer em áreas mais áridas, como nas dungeons, em ambas existe existe um mini-mapa para nos irmos guiando, e até para verificar onde estão itens e inimigos. Nos locais mais abertos podemos andar com uma montaria e até acompanhados por um NPC que nos ajudará quando assim solicitarmos.

Os combates de Rune Factory 5 são simples e em tempo real, dando ao jogador a liberdade de por vezes passar pelos inimigos sem os atacar, ou, alternativamente, atacar tudo o que encontra pela frente. Tal como na maioria destes jogos, podemos prender a mira num inimigo com o analógico direito, e rodando esse analógico para a direita ou para a esquerda, podemos mudar a mira para outro inimigo.

Algo que não podemos deixar de referir é o sistema de crafting, que está ligado à exploração dos locais, já que para os craftar necessitamos de os adquirir. E embora alguns possam ser comprados, a verdade é que grande parte deles será a partir da exploração dos locais que os vão conseguir. Imagino até que a aquisição de material seja um dos pontos que irá fazer os jogadores gastarem mais tempo, de maneira a conseguirem obter melhores itens. Claro que, além disso, existem também aquelas pequenas diversões como pescar, cozinhar, entre outras.

A jogabilidade está bem afinada, oferecendo diversão e deixando o jogador confortável durante toda a aventura. É um daqueles jogos de fases, e por vezes somos capazes de passar imenso tempo no nosso querido terreno a cultivar, como por vezes só queremos explorar as dungeons. Para quem gosta da componente social do jogo, toda a componente de aumentar os laços entre os personagens também está bem desenvolvida, e certamente agradará a muitos jogadores, já que poderão casar, e até fazer a festa de casamento.

Apesar de o jogo apresentar algumas novidades bem-vindas à franquia, consegue inovar sem perder as características que tantos fãs adoram. Diria que é um excelente jogo para trazer novos jogadores, e para deixar os antigos fãs super animados com o que podem encontrar. Provavelmente alguns gostariam de ver mais novidades, mas nota-se claramente que os developers quiseram preservar muitas das ideias dos jogos anteriores.

Algo que poderá desagradar os jogadores são os tempos de loadings, por vezes bastante demorados, o que é algo a que não estamos muito habituados a ver na maioria dos jogos da Nintendo Switch. Além disso, no modo dock, o jogo não é tão fluido como em modo portátil, notando-se por vezes algumas quebras que estragam um pouco a experiência, principalmente quando temos vários inimigos à nossa volta.

Graficamente, embora não seja incrível, está bastante competente, com muita cor, personagens e animais bem ao estilo anime, e animações bem criadas. Embora os cenários nem sempre tenham grandes detalhes, já as personagens, animais e alguns itens são bastante mais agradáveis nesse aspecto. No que toca à componente sonora, diria que é razoável, as músicas são simples e sem grande protagonismo no jogo. Já os efeitos sonoros, estão de acordo com aquilo que é bem conhecido da franquia.

Rune Factory 5 consegue oferecer aos jogadores diversão e acção, ao mesmo tempo que traz a calma e a diversão do cultivo. Oferece horas e horas de jogo, e isso acontece porque existem tantas coisas para fazer, que é difícil não gastar várias dezenas de horas para o concluir. Não consegue ser o melhor em nenhum dos formatos, mas é um dos poucos que junta as duas componentes de uma maneira divertida e sem obrigar o jogador a grandes esforços.

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Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-rune-factory-5<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">História interessante</li> <li style="text-align: justify;">Um bom sistema de progressão</li> <li style="text-align: justify;">Personagens interessantes</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Loadings demasiado longos</li> <li style="text-align: justify;">Alguns locais de exploração por vezes dão a sensação de vazio ao jogador</li> </ul>