Developer: Nintendo
Plataforma: Nintendo Switch, Nintendo Switch 2
Data de Lançamento: 2 de outubro de 2025

Com o aniversário de 40 anos do lançamento de Super Mario Bros. no Japão, a Nintendo voltou a surpreender os jogadores, tal como tinha acontecido na comemoração dos 35 anos. Entre as duas novidades que mais se destacam está o anúncio do novo filme de Mario, que chegará aos cinemas no próximo ano e que está ligado aos jogos Super Mario Galaxy. A outra surpresa foi a compilação e remasterização de Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2 para Nintendo Switch e Nintendo Switch 2.

Estes são dois jogos verdadeiramente icónicos, que marcaram profundamente os catálogos das consolas onde foram lançados. Ambos reinventaram a franquia Super Mario, desta vez, levando o nosso herói para além do planeta e permitindo-lhe aventurar-se por toda a galáxia.

Ambos os jogos receberam diversas melhorias. É importante lembrar que Super Mario Galaxy já tinha chegado à Nintendo Switch através da compilação Super Mario 3D All-Stars, lançada para celebrar os 35 anos de Super Mario Bros.. Contudo, nesta nova edição, as melhorias são ainda mais significativas. Tanto Galaxy como Galaxy 2 receberam evoluções gráficas notáveis, especialmente na versão para Nintendo Switch 2, assim como refinamentos na jogabilidade, suporte para o touch screen da consola e possibilidade de utilizar os controlos de movimento dos Joy-Cons. Outra grande novidade é a inclusão da língua portuguesa em ambos os jogos.

Começando por Super Mario Galaxy, a história segue a linha clássica da série: Bowser volta a raptar a Princesa Peach, desta vez com um plano de proporções galácticas. Durante o Festival das Estrelas, no Reino Cogumelo, a tranquilidade é interrompida pela chegada de barcos de guerra voadores de Bowser. O vilão não só captura Peach, como arranca o seu castelo do solo com a ajuda de uma gigantesca nave espacial.

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Ao tentar salvar a princesa, Mario é derrotado e acaba perdido num pequeno planetoide, onde conhece Rosalina, personagem que faz a sua estreia neste jogo. Guardiã do Observatório Cometa e protetora das estrelas, Rosalina explica a Mario que Bowser roubou as Estrelas do Poder e as Maxi Estrelas, essenciais para viajar até ao centro do universo.

A partir daqui, surgem duas missões, a principal, resgatar a Princesa Peach, e a secundária, ajudar Rosalina a recuperar o poder do Observatório. Embora a história seja um ponto de partida típico dos jogos de Mario, o verdadeiro destaque de Galaxy está na jogabilidade, que foi revolucionária na altura e continua a impressionar, assim como no design dos níveis, repletos de criatividade e desafios únicos.

Falando dos níveis, estes distribuem-se por dezenas de galáxias, cada uma composta por planetoides de diferentes formas e tamanhos. Mario pode percorrer as superfícies desses pequenos planetas, andar de cabeça para baixo ou saltar de um campo gravitacional para outro. O sistema ainda hoje continua a ser revolucionário, mesmo após tantos anos do seu lançamento original, já que proporciona uma experiência única e diferente de tudo o que existe, não só nos jogos de Mario, mas também nos jogos de plataforma em geral.

A sensação é de quebrar todas as regras habituais destes jogos, nunca sabemos quando vamos parar na parte inferior de um planeta, jogar de cabeça para baixo ou ser surpreendidos por um puzzle inesperado no próximo planetoide. Contudo, é preciso ter em conta que, nas primeiras jogadas, o controlo da personagem pode parecer estranho, especialmente em posições pouco usuais, como de cabeça para baixo ou na lateral. Além disso, por vezes, até parece que existe uma certa sensação de ligeira tontura em determinados níveis, muito devido a estas mecânicas invulgares e inovadoras.

Apesar disso, o controlo mantém-se intuitivo e acessível. Toda a jogabilidade foi adaptada para funcionar na perfeição com os Joy-Con e Joy-Con 2, seja com os controlos de movimento para apontar em modo Dock ou para executar o movimento de rotação, que servem tanto para atacar inimigos como para interagir com elementos do cenário. Estes movimentos também permitem recolher Estrelitas, pequenas estrelas coloridas que caem em abundância e podem ser usadas como projéteis ou dadas a Lumas famintos para desbloquear novas galáxias. A única crítica que se pode apontar são alguns pontos em determinadas galáxias, onde a câmara não pode ser movimentada, tornando os ângulos de visão pouco confortáveis.

A variedade de níveis é enorme e criativa. A maior parte das galáxias possui mais de um nível, por exemplo ao adquirirmos uma Estrela do Poder, objetivo de cada nível, desbloqueia-se outro nível no mesmo planeta, acontecendo isso entre duas a três vezes por galáxia. Além disso, existem níveis bónus que surgem com certos cometas. Quando um cometa aparece próximo de uma galáxia, o nível sofre alterações, e pode acontecer ao completá-lo com tempo limitado, inimigos mais rápidos, entre outras coisas. Ao Quando completamos estes níveis a recompensa é uma nova Estrela do Poder, e, mais interessante ainda, é que podemos pagar Estrelitas para mover esses cometas para outras galáxias, aumentando as oportunidades de adquirir ainda mais Estrelas do Poder.

Se nos lembrarmos dos jogos tradicionais de Super Mario, estes seguiam o sistema de mundos, que eram essencialmente biomas diferentes. Em Galaxy, a ideia mantém-se, mas é apresentada de forma diferente, o Observatório Cometa possui várias cúpulas que permitem aceder a determinadas galáxias. Inicialmente, apenas uma cúpula está desbloqueada, revelando as primeiras galáxias. Enquanto as galáxias são desbloqueadas com base no número de Estrelas do Poder adquiridas, as cúpulas exigem Maxi Estrelas, já que são estas que dão mais energia ao Observatório Cometa. É desta forma que avançamos de cúpula em cúpula, explorando novas galáxias e colecionando o maior número possível de Estrelas do Poder.

Um elemento fundamental em Super Mario Galaxy é o livro de histórias de Rosalina, que acrescenta profundidade e charme ao jogo. É através dele que conhecemos a história da própria Rosalina e dos Lumas, contada de forma envolvente, quase como se fosse um conto infantil narrado pela própria personagem.

Quanto aos famosos power-ups, continuam a ser um dos grandes destaques do jogo. Estão presentes alguns dos mais clássicos como a Flor de Fogo, a Flor de Gelo e a Estrela Arco-íris, mas também há novidades para quem nunca jogou Super Mario Galaxy, como o Cogumelo Abelha, que permite a Mario planar e pousar em flores suspensas; o Cogumelo Bu, que possibilita atravessar paredes e flutuar; e o Cogumelo Mola, que, como o nome indica, permite saltos extraordinariamente altos.

O mais interessante destes power-ups é a diversidade de possibilidades que oferecem. Não servem apenas para facilitar o jogo, mas para abrir novos caminhos e criar diferentes formas de jogar, tornando cada nível diferente e sempre dinâmico.

Algo que também não posso deixar de mencionar são os diversos bosses do jogo, que se destacam pela criatividade e variedade. Cada um apresenta uma mecânica única que nos obriga a descobrir como derrotá-lo, garantindo que cada encontro é uma experiência verdadeiramente divertida.

O outro jogo desta compilação é Super Mario Galaxy 2, que não se limita a ser uma sequela direta do primeiro título. O jogo trouxe diversas novidades para a época, eliminou elementos menos interessantes do primeiro Galaxy e aprimorou de forma significativa toda a jogabilidade original. Para muitos jogadores, continua a ser um dos jogos mais marcantes de toda a franquia Super Mario, embora, na minha (modesta) opinião, o Super Mario Odyssey seja o número um.

A história começa novamente com o Festival das Estrelas, no Reino Cogumelo, e — como seria de esperar — Bowser rapta a Princesa Peach. Desta vez, o vilão apresenta proporções gigantescas após se alimentar do poder das estrelas, tornando-se uma ameaça ainda mais imponente. Com Peach em perigo, Mario embarca numa nova jornada, que se revela muito maior do que uma simples missão de resgate.

Para o ajudar, Mario conta com Lubba, um simpático e excêntrico Luma roxo que se torna o seu guia. É ele quem lhe apresenta uma nave muito especial, em que a forma é a cabeça de Mario, sendo que esta servirá como base de operações durante a aventura. Como acontece noutros jogos da série, este é mais um daqueles toques humorísticos a que a Nintendo já nos habituou, além disso, ter a ajuda de outros personagens ajuda a reforçar a sensação de que Mario não está sozinho. Falando nisso, temos diversas surpresas durante a aventura, com personagens bem conhecidas a aparecerem, como por exemplo o Capitão Toad, Luigi, entre outros.

O mapa de progressão em Super Mario Galaxy 2 lembra bastante os jogos em 2D da franquia, com ligações claras entre as galáxias, À medida que completamos uma galáxia, a seguinte é desbloqueada, e na minha opinião, esta forma de avançar é muito mais interessante, já que cria uma sensação de evolução e progresso mais clara do que no primeiro Galaxy. Mais uma vez, encontramos todo o tipo de galáxias, desde pequenas e pacíficas, mas também fortalezas sombrias, onde será necessário derrotar um boss.

Durante a aventura, surgem várias novidades, incluindo cartas enviadas por diferentes personagens, que oferecem presentes e atualizações sobre o que se passa nos locais onde se encontram. Um exemplo são as cartas da Princesa Peach, que nos chegam com informações sobre o seu estado. Embora não causem um impacto significativo na narrativa, é perceptível o cuidado em adicionar um pequeno toque narrativo e até interativo com o jogador.

Em termos de jogabilidade, muito do que foi destacado sobre Super Mario Galaxy mantém-se, mas nota-se um refinamento na construção das galáxias, que torna a movimentação da personagem ainda mais fluída A câmara também foi melhorada, havendo muito menos situações em que não é possível movimentá-la, embora ainda aconteçam alguns ângulos menos conseguidos. Tal como no primeiro Galaxy, os bosses continuam a ser um dos pontos fortes: são diversificados, altamente divertidos, sempre com toques de humor e mecânicas criativas.

Um ponto que é impossível não destacar em ambos os jogos é a possibilidade de usar o touch screen. Graças a esta funcionalidade, jogar em modo portátil torna-se ainda mais envolvente, sendo possível apanhar Estrelitas com o dedo, puxar Mario para as estrelas, carregar nos inimigos para Yoshi os engolir e ter um controlo mais direto sobre outros aspetos do jogo. Já no que toca aos controlos de movimentos, existem alguns níveis em que o uso destes são obrigatórios. Nesses casos, jogar com a consola nas mãos pode não ser ideal, tanto que eu preferi recorrer ao modo dock ou apoiar a consola no suporte traseiro, usando os Joy-Con 2 ou o Pro Controller. A diversidade entre os controlos de movimento e as opções de touch screen são verdadeiramente uma mais valia para estas remasterizações.

Os power-ups continuam a ser um dos pontos fortes do jogo, combinando regressos de clássicos com novidades em relação ao primeiro título. Entre os destaques estão a Flor Nuvem, que permite criar plataformas temporárias para alcançar locais inacessíveis apenas com saltos, e o Cogumelo Pedra, que transforma Mario numa rocha capaz de rolar e esmagar tudo pelo caminho. Além destes, alguns power-ups já conhecidos do primeiro jogo regressam, como a Flor de Fogo, o Cogumelo Abelha e o Cogumelo Bu, entre outros.

Um dos aspectos mais adoráveis do jogo é a possibilidade de explorar diversas galáxias com Yoshi. Para além de ser um meio de transporte bastante útil, o famoso dinossauro torna-se uma peça-chave em grande parte da aventura, oferecendo habilidades únicas. Pode disparar projéteis após engolir inimigos, usar a língua como gancho para balançar em pontos específicos e ainda possui power-ups próprios. Por exemplo, ao comer a Pimenta, Yoshi consegue correr por paredes a grande velocidade; ao ingerir Frutas Fulgurantes, ilumina zonas escuras; e com a Fruta Balão, incha como um balão, permitindo voar. Embora praticamente todos os níveis sejam impressionantes, aqueles em que usamos Yoshi têm uma magia especial.

Em termos gráficos, ambos os jogos apresentam uma remasterização impressionante. As texturas foram aprimoradas, a resolução aumentada e pequenos detalhes, como ícones e elementos visuais, foram redefinidos, tornando o jogo mais apelativo e moderno. Embora as melhorias sejam notórias na Nintendo Switch, é na Nintendo Switch 2 que o efeito se revela de forma mais espetacular, onde os jogos correm a 1080p em modo portátil e a 4K no modo dock.

As cores, a luminosidade, as sombras, os efeitos e o visual dos personagens e NPCs estão excelentes. Os cenários são magníficos, com cada galáxia distinta e com o seu próprio brilho, tornando estas duas aventuras verdadeiramente marcantes para a série Mario e mantendo-as ainda hoje atuais.

No aspeto sonoro, os jogos são verdadeiramente encantadores. Cada nível tem a sua própria música, existem dezenas de faixas e inúmeros efeitos sonoros, incluindo as famosas expressões de Mario, criando uma experiência auditiva incrível. Mas as novidades não ficam por aqui, no menu de cada jogo, é agora possível aceder à banda sonora completa e ouvir todas as músicas. Somando os dois jogos, são nada mais, nada menos, que 154 faixas.

Algo também importante e que foi adicionado nos dois jogos é o novo Modo Ajuda – perfeito para jogadores mais jovens. Este modo aumenta a energia inicial de 3 para 6, e quando a personagem cai num buraco negro, não perdemos uma vida completa, mas apenas um ponto de energia. Além disso, se permanecermos imóveis após perder energia, a barra de energia recupera-se automaticamente, tornando o jogo mais acessível, mas sem perder o desafio.

Outra novidade é o suporte para Amiibos. Agora é possível usar qualquer Amiibo para receber Estrelitas, Moedas ou Vidas. As novas figuras de Mario ou Rosalina, lançadas no mesmo dia do jogo, concedem cogumelos de vitalidade (que aumentam a vida do personagem) ou um cogumelo verde que adiciona uma vida. Amiibos da série Mario oferecem moedas, enquanto Amiibos de outras franquias desbloqueiam Estrelitas.

Por último, e não menos importante, os jogos estão totalmente em Português, algo que faz uma grande diferença, especialmente para os mais novos. Ter o jogo no idioma local facilita a compreensão das instruções, das mecânicas e de novos elementos, tornando a experiência mais intuitiva e divertida para crianças.

Falando em crianças, esta compilação é algo que elas vão adorar, dois jogos magníficos, com inúmeros níveis e uma jogabilidade incrível, protagonizados por um dos heróis mais icónicos de sempre, Mario. Para além disso, ambos os jogos oferecem um modo cooperativo, no qual o primeiro jogador controla Mario e o segundo assume o papel de uma estrela. Nesse papel, é possível apontar, atordoar inimigos e apanhar Estrelitas. Embora não seja uma funcionalidade essencial para progredir na aventura, torna-se uma ajuda divertida e acessível, especialmente apreciada pelos mais pequenos, que gostam de participar como apoio ao jogador principal.

Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2 são dois jogos que mereciam chegar à Nintendo Switch e à Nintendo Switch 2. Fazem parte do legado de Mario e são marcos incontornáveis da sua história, mostrando como a franquia conseguiu reinventar o género de plataformas de forma surpreendente. Para quem nunca os jogou, esta compilação é uma oportunidade única de experimentar duas obras que fazem parte da história dos videojogos, e que por incrível que pareça, ainda hoje continuam modernas, divertidas e permanecem entre os melhores jogos de plataformas alguma vez criados.

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Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-super-mario-galaxy-super-mario-galaxy-2<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Melhoramentos gráficos notórios</li> <li style="text-align: justify;">Possibilidade de usar o touch screen é uma mais valia</li> <li style="text-align: justify;">Jogabilidade continua atual e divertida</li> <li style="text-align: justify;">O novo modo Ajuda é uma mais valia para os mais pequenos</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">A câmara por vezes torna-se um problema</li> </ul>