Developer: TFL Studios
Plataforma: PC, Nintendo Switch
Data de Lançamento: 21 de Agosto de 2020

The Eternal Castle foi um jogo supostamente lançado em 1987, quando tinha eu os meus 4 anos de idade. Nesse ano foram lançados grandes jogos, e joguei bastante alguns deles, como Contra, Mega Man, Street Fighter, entre muitos outros. No entanto, The Eternal Castle nunca me passou pelas mãos, provavelmente porque nunca existiu, ou se existiu passou bem longe de Portugal.

A verdade é que por muito que se pesquise, não se encontra nada de relevante a falar sobre o jogo original de 1987, apenas diversos sites a relevar esta suposta remasterização e a dizer que o original era de 1987; aqui chega a nossa primeira encruzilhada, ou eu desconheço por completo este jogo e a sua suposta existência nessa data, ou os criadores do jogo criaram uma acção de marketing absolutamente divinal (algo que não é inédito neste universo dos videojogos).

Mas vamos lá ao que interessa, isto é, à nossa análise, e aviso já que vou tratar o jogo como se fosse uma remasterização (obviamente sem comparações com o jogo original). O marketing neste caso foi tão bom que eles até merecem que acreditemos na existência de um jogo original. The Eternal Castle [REMASTERED] é um jogo que tem pouco de remasterizado, pelo menos no que se refere ao seu aspecto gráfico, que é o ponto onde se costuma ver as maiores diferenças em relação aos originais. Nota-se claramente que o ponto do jogo que está “actualizado” é sim a sua jogabilidade.

O jogo começa com as palavras “No Matter What, I’m Going to Save Her”, que traduzido significa “Não importa como, eu vou salvá-la”. Depois disso vemos uma nave a ser atingida por um míssil, um piloto a conseguir injectar-se, e a nave a despenhar-se. É a partir dai que começamos a jogar, com o nosso piloto a ficar preso com o seu paraquedas numa árvore; nós desprendemo-nos e começamos a nossa caminhada. O início do jogo serve para a introdução da jogabilidade e dos comandos: correr, saltar, agarrar, abaixar, dar socos, pontapés e disparar. Esse início é interessante, já que demonstra que é necessário ter atenção a todos os pormenores do jogo, como as alavancas, apanhar itens e armas, interagir com computadores, ou outros objectos do cenário que nos vão dando pistas. Além disso, no fim de toda essa introdução, deparamo-nos com o primeiro Boss, que também nos obriga a perceber as mecânicas de quando temos adversários mais complicados de ultrapassar.

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Este é um ponto super interessante, já que os criadores conseguiram agarrar nas mecânicas dos jogos dos anos 80 e 90 e transportá-las para aqui, porém, ao mesmo tempo, actualizando-as para os controlos actuais. Na verdade, olhar para uns gráficos altamente retro, mas que conseguem ter pormenores magníficos e oferecer uma jogabilidade datada e actual ao mesmo tempo não é para qualquer um, e The Eternal Castle consegue oferecer isso ao jogador. É uma sensação nostálgica extremamente interessante, que poucos jogos conseguem oferecer.

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Depois desse início voltamos à nossa nave, onde começaremos a usar o mapa do jogo, e o objectivo de completar diversas missões, e este é outro ponto bastante interessante, já que não é obrigatório ir para uma missão em especifico, podendo cada jogador seguir o seu caminho. As missões são quase todas diferenciadas, com diversos acontecimentos que o jogador nunca estará à espera, assim como alguns quebra-cabeças para resolver, e claro, algumas batalhas que nos farão suar.

Algo bastante importante e essencial são os checkpoints, já que o jogo não é propriamente simples nem fácil, será muito normal vocês morrerem e começarem do último checkpoint. Mas para isso terão de o activar, e para fazer isso basta chegar aos locais de meditação e colocar o nosso personagem a meditar, a partir daí esse checkpoint estará activado.

Passando agora para os desafios com os inimigos, tal como referi anteriormente, vão  ter no final de cada missão um boss para passarem, mas ao longo do caminho vão também encontrar outros inimigos, desde cães, monstros estranhos, armas em paredes que ao nos detectarem disparam que nem loucas, entre outros inimigos; para não falar das diversas armadilhas que alguns cenários têm. Para nos defendermos temos os pontapés e os socos além das diversas armas que podemos encontrar, como pistolas, caçadeiras, espadas, tacos, entre muitas outras coisas.

Graficamente o jogo segue uma linha totalmente retro, que nos leva à CGA (Color Graphics Adapter) de 1981, que permitia os jogos terem 4 padrões de cores – sendo exactamente o que acontece aqui. Cada cenário do jogo apenas apresenta 4 padrões, onde o preto é uma das cores predominantes. Como era habitual nos jogos daquela data, e para o jogo parecer mesmo uma remasterização, os cenários são cortados por ecrãs, isto é, a câmara é fixa no cenário, e o nosso personagem ao avançar (seja para esquerda ou para a direita) faz o jogo ler outro cenário. Como é fácil de perceber, estamos a falar de um side-scrolling, que eram os jogos mais comuns naquela época.

Mas por muito que o jogo seja extremamente nostálgico – e incrível até – sofre de alguns problemas. Um deles relaciona-se com o grafismo, já que este estilo tão retro e apenas com 4 padrões de cores, leva-nos a por vezes “perdermos” alguns pontos essenciais no ecrã, além de nem nos apercebermos de certas armadilhas em alguns cenários; no caso do texto, a sua leitura por vezes é extremamente complicada, principalmente se estiverem a jogar na Nintendo Switch em modo portátil. Por esse motivo aconselho a jogarem em modo dock.

The Eternal Castle [REMASTERED] é essencialmente um jogo que nos leva aos anos 80, e para os jogadores mais velhos será uma sensação nostálgica enorme, mas infelizmente para a geração actual de jogadores, provavelmente não o irão compreender. Diria mesmo que é um jogo para um determinado nicho, e esses vão adorá-lo. Embora tenha os problemas que mencionei acima, merece ser visto como uma obra incrível, e se alguns jogos actuais são quase filmes em forma de videojogo, The Eternal Castle [REMASTERED] é um filme da década de 80, cheio de acção e cenários e inimigos diferenciados. Embora diferente de todos os jogos que joguei nos últimos 10 anos. Aconselho vivamente a “reviverem” The Eternal Castle.

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Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-the-eternal-castle-remastered<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Um jogo nostálgico e diferenciado</li> <li style="text-align: justify;">Oferece uma experiência perfeita do que era um jogo daquela época</li> <li style="text-align: justify;">Excelentes mecânicas de jogo</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">O grafismo impede-nos de reparar em alguns aspecto importantes</li> <li style="text-align: justify;">Texto complicado de ler, principalmente no modo portátil da Nintendo Switch</li> </ul>