Aproveitamos o acesso que tivemos à beta fechada de The Crew Motorfest para desbravar todos os cantos do novo capítulo da franquia da Ubisoft.

O jogo sai no próximo dia 14 de setembro, mas nota-se que já está na fase final de desenvolvimento com todos os modos disponíveis nesta beta e com o mapa totalmente desbloqueado. Foram muitas horas a testar o jogo e tudo aquilo que vai proporcionar quando for lançado e, por isso, vamos tentar dividir por partes juntando os nossos próprios vídeos de gameplay.

Comecemos pelo catálogo de carros à disposição. Na versão final serão 600 veículos, incluindo carros de corrida, supercarros eléctricos e outros carros icónicos como o Lamborghini Revuelto, o Toyota Supra, o Hummer EV ou o Porsche Taycan Turbo S, sendo que vão poder importar todos os carros que compraram ou desbloquearam em The Crew 2.  Recordo que o jogo da Ubisoft não se prende apenas a automóveis, pois temos quadriciclos, motociclos, barcos e aviões, portanto logo aí a oferta é muito grande e é um elemento diferenciador em relação a Forza Horizon, com o qual tem sido comparado.

Todos os veículos podem ser personalizados, desde a sua cor à sua estrutura, passando pelos tradicionais decalques e efeitos sonoros e luminosos. Existe uma vasta biblioteca de cosméticos disponíveis para cada veículo, sendo que muitos deles terão que ser desbloqueados vencendo corridas ou desafios. Neste campo existe uma mecânica mais arcade, não sendo as peças propriamente ditas para definir ao pormenor a simulação da costumização de um veículo, mas sim, para adaptarem-se aos vários estilos de corrida que vamos ter à nossa disposição.

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Em termos de localização e do mapa, muito semelhante ao Forza Horizon 5, The Crew Motorfest estabeleceu-se num dos lugares mais deslumbrantes e vibrantes da Terra: a ilha de O’ahu, no arquipélago havaiano. A ideia da Ubisoft foi usar uma localização que, em si mesma, tivesse naturalmente boinas diversificados. Vamos andar pelas ruas da cidade de Honolulu, a descer as encostas cinzentas do vulcão, aventurando-nos nas profundezas da exuberante floresta tropical, andando pelas estradas sinuosas das montanhas, a voar sobre Pearl Harbor ou apenas a relaxar na praia.

Tal como Forza Horizon 5, também em The Crew Motorfest vamos entrar num festival que nos vai permitir desfrutar das melhores experiências que a cultura automobilística tem a oferecer. O jogo inclui um sistema de listas de reprodução (Playlists) que promete aos jogadores uma experiência de condução rica e variada. Estas listas de reprodução são uma série de campanhas temáticas curtas que oferecem desafios de condução únicos. Quinze listas de reprodução vão estar disponíveis a partir do lançamento, cada uma oferecendo uma imersão num mundo automóvel diferente e uma série de desafios e recompensas exclusivos para desbloquear.

Tivemos a oportunidade de experimentar e completar 3 dessas listas de reprodução completamente diferenciadas. A primeira foi a Made In Japan, usando apenas veículos japoneses e algumas das corridas mais icónicas que reconhecemos da sua cultura automobilisca: as corridas pelas cidades iluminadas por néons, as míticas corridas à noite pelas sinuosas estradas de uma montanha, subindo-a e descendo-a, as corridas e drift e ainda as corridas de drag.

De facto, cada lista de reprodução estando alçada a determinados tipos de veículos fazem-nos jogar de maneiras diferentes e de dominar as mecânicas do jogo. Obviamente nas corridas de montanha temos que ser rápidos, mas também dominar o uso do acelerador, do travão e do travão de mão, com a traseira do nosso carro sempre a bambolear. Nas de drift, o truque é não perder a tração da frente para contornar os obstáculos enquanto as rodas traseiras andam a deslizar pela pista. Nas corridas de rua é encontrar os melhores atalhos para superar os adversários. Por fim, nas corridas de drag, a mecânica é um pouco diferente, tendo que acertar no aquecimento dos pneus com a pressão do acelerador, e depois meter as mudanças no tempo certo.

Depois de vencermos todas as provas, somos colocados à prova pelo nosso mestre para ganhar um carro especial.

Depois testámos a lista de reprodução 911 Legacy que, como o nome indica, é basicamente recordar a história do mítico Porsche 911 e de todas as suas variantes, desde o clássico, passando ao Rally até ao mais moderno. Acompanhado de vários vídeos da história da Porsche vamos entrar em corridas de várias tipologias, apenas com carros da marca, mas em ambientes diferentes. Aqui há mais corridas de percursos do que de pista em si, e há também a primeira interacção com um Rally.

Não há uma forma certa ou errada, isto é, não há uma ordem específica para jogarem estas listas de reprodução, mas há alguns parâmetros de acesso a algumas delas, como por exemplo, o ter um carro específico para desbloquear essa Playlist.

Portanto, a seguir experimentei a Hawaii Scenic Tour, é uma lista de corridas e percursos para ficar a conhecer o mapa das mais variadas formas e feitios. É aqui que vamos experimentar os vários biomas do mapa, passando pelas zonas vulcânicas, pela praia, pelas montanhas, pelo mar e experimentando os barcos ou pelo ar e experimentar os aviões. É uma visita guiada do jogo, e é um bom ponto de partida para os que chegaram à franquia.

Por fim, testámos ainda a lista de reprodução, a Vintage Garage, onde vamos viajar no tempo e no espaço, percorrendo as décadas de 50, 60, 70 e 80 e dos carros mais icónicos de cada uma delas. Aqui os objectivos variam muito, há percursos que temos de fazer sem o uso de GPS, nomeadamente na década de 50 com um Cadillac El Dorado, ou nos anos 80 com o mítico Pontiac Firebird, sim o carro do KITT, perante um ambiente retirado de um filme de terror. Nestes casos são nos dadas pistas, fotografias de pequenos marcos que temos que reconhecer pelo percurso para saber que estrada seguir e onde virar. Vamos ainda conduzir um pão de forma, sim a clássica Volkswagen, um Mustang Fastback como no Bullit ou um Ferrari F40 como no Outrun.

Também aqui vamos sentir as diferenças de cada bólide, sem direcção assistida, ABS, ou tração às 4 rodas, com a dureza que lhe é característica, mas com o desafio que também adocica a experiência.

Ainda houve tempo para experimentar a Electric Odissey dedicada aos carros eléctricos. Aqui é mais seguir um percurso, num tempo limitado, de ponto A a ponto B, usando carros eléctricos das várias gamas e marcas, tentando ao máximo não os partir todos pelo caminho.

Havia ainda uma a Luxury Collection que não consegui desbloquear em tempo útil, visto que era preciso comprar alguns dos carros mais caros do jogo e, portanto, não posso dar uma opinião fundamentada dessa lista de reprodução.

No entanto, experimentei muitas das outras ofertas do jogo, tanto no formato single player como no formato multiplayer. Sozinho fiz vários dos desafios que nos vão aparecendo pela frente, desde as tradições speed traps às gincanas, passando pela recolha de coleccionáveis e de tirar fotos em determinadas paisagens. Para além destes desafios mais gerais, há outros bastante mais específicos e alocados no painel de cada uma das playlists, onde temos que usar alguns dos carros dedicados a cada uma delas. Aí temos mais variedade de desafios, desde atingir determinada velocidade, permanecer na mesma por determinado tempo ou kms, fazer ultrapassagens tangentes, e por aí fora.

Em multiplayer, no modo PVE, fiz algumas Grand Races e Grand Rallys, eventos até 24 jogadores em simultâneo onde temos que chegar em primeiro lugar, ou tentar pelo menos, numa corrida bastante longa e onde vamos utilizar três tipologias de veículos. Como podem imaginar é um caos autêntico, especialmente em corridas um pouco mais fechadas no seu trajecto, onde quem tem olho é rei. É caótico, mas ao mesmo tempo também é super divertido.

A verdade é que o jogo oferece sempre algo para fazer e recompensas pelo que se faz. Senti que estava sempre a perseguir algum propósito, nem que fosse amealhar dinheiro para um carro para desbloquear uma playlist ou para fazer upgrades no meu bólide favorito.

A jogabilidade, aqui será um elemento que vai dividir um pouco os jogadores. Para aqueles que gostam mais do Forza Horizon, vai estar mais perto disso do que de um Forza Motorsport, o que, para mim, é normal e até exigido num mapa de mundo aberto. Para quem gostava ainda mais da jogabilidade do The Crew 2 do que do Horizon, ainda vão ficar mais contentes porque está ainda mais refinada. Eu gosto muito da jogabilidade da franquia, porque dá uma certa dose do feeling arcade de um mítico Scud Race, mas com o “peso” certo. E quando digo isto é porque sentimos que o carro não voa a torto e a direito como tantas vezes acontece no Horizon. Os carros colam à estrada, driftam, pois claro, derrapam também, perdemos o controlo, é mais do que certo, mas pesam, não perdem o contacto com o pavimento de qualquer forma e exigem um pouco mais do jogador, mas é também bastante mais satisfatório.

Outro dos pontos diferenciadores e satisfatórios é a possibilidade da rápida comutação entre veículos de terra, mar e ar, não exigindo que, por vezes tenhamos que fazer kms e kms de estrada, mas sim, comutar para um avião e voar até ao destino marcado no mapa. Graficamente não está no mesmo patamar do que Forza Horizon, mas também não está muito longe, com os reflexos e os efeitos de iluminação bem conseguidos e com vários pormenores interessantes, como o carro ficar cheio de lama ou de pó, para além das marcas do pneus nas diferentes superfícies. De noite existe uma maior dificuldade em perceber o que nos rodeia, especialmente quando andamos no mundo aberto, dando a sensação, se calhar mais próxima da realidade, que vemos aquilo que os nossos faróis iluminam e pouco mais, mas, por vezes, ficamos à nora de por onde andamos.

Os biomas, as paisagens, a verticalidade do mapa e especialmente a diversidade que é complementada pelos vários tipos de veículo, fazem com que The Crew Motorfest entre neste festival para cerrar os punhos contra o monstro Forza Horizon. Para os jogadores PlayStation será obviamente obrigatório, até porque a alternativa é escassa, mas acho que todos os jogadores vão se divertir nesta nova proposta da Ubisoft que, efectivamente elevou a fasquia. Agora só resta esperar pelo dia 14 de Setembro.

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Pedro Moreira Dias
Fundador do Site - Salão de Jogos, o Commodore Amiga 500 foi o seu melhor amigo durante décadas e ainda hoje sabe de cor a equipa principal do Benfica do Sensible Soccer 94/95. Nos tempos vagos ainda edita as botas dos jogadores do FIFA e do PES.