Depois de na época anterior o Botafogo ainda ter sonhado com o Brasileirão, John Textor tinha a ambição de continuar a fazer crescer o clube, e voltou novamente a arriscar num técnico português. Artur Jorge foi o escolhido, e fez sentido, tendo em conta o trabalho interessante que fez em Braga. As equipas do bracarense têm uma identidade ofensiva e competitiva, e parecia ser o que o Botafogo precisava. Revelou ser uma aposta certeira, com o clube brasileiro a entrar no último terço do campeonato na primeira posição, e a ter óptimas hipóteses de ganhar o tão desejado título.

 

 

John – Guarda-Redes Líbero (Defender)

Alex Telles – Ala (Apoiar)

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Barboza – Defesa Central (Defender)

Bastos – Defesa Central (Defender)

Ponte – Ala (Atacar)

Marlon Freitas – Médio Recuperador de Bolas (Apoiar)

Gregore – Médio Recuperador de Bolas (Defender)

Luiz Henrique – Extremo Invertido (Apoiar)

Thiago Almada – Número 10 (Atacar)

Eduardo – Avançado Sombra (Atacar)

Tiquinho Soares – Ponta-de-Lança (Atacar)

 

Com Posse de Bola

A identidade de Artur Jorge continua lá, a explorar muito bem os flancos, com dinâmicas difíceis de contrariar. Embora goste de uma circulação rápida, não é uma equipa que se precipite facilmente, e muitas vezes troca a bola à espera do espaço e do momento certo. Os jogadores movimentam-se muito, e isso dificulta a marcação adversária, que muitas vezes enfrentam situações de dúvida entre cair em cima, ou ficar na posição. Há também uma boa alternância entre tentar a profundidade e receber para combinar, e jogadores como Eduardo, Thiago Almada e Luiz Henrique são muito importantes para criar esse carrocel.

Em Transição

É agressiva, mas ponderada. A reacção à perda é intensa quando perde a bola, mas apenas com o objectivo de ter o tempo necessário para se reorganizar. A sua prioridade é ter um bloco coeso com as linhas juntas, e esperar um descuido do adversário para depois explorar alguma verticalidade numa primeira fase. Não é, no entanto, uma equipa obcecada com o contra-ataque, tentando, primeiro do que tudo, conservar a bola no momento da recuperação. Tem princípios bem definidos e nota-se que os jogadores se identificam com as ideias.

Sem Posse de Bola

Quando se encontra em organização defensiva, é difícil criar dentro do bloco do Botafogo, visto que este gosta de se fechar e a dar espaço unicamente por fora. A equipa sente-se mais segura assim, e confiante para ganhar a bola em zonas de pressão muito específicas. É uma prova de que quando as instruções são claras, torna-se muito mais fácil de cumprir o plano. A linha defensiva funciona bem e tem os timings de subida e controlo de profundidade bem definidos, tirando espaço ao adversário.

Notas:

– Boas dinâmicas pelas alas

– Sólido defensivamente

– Muitos movimentos de chegada à área

Para época de estreia no difícil Brasileirão, Artur Jorge não podia pedir melhor. Ou melhor, podia, ganhando o título no final. Está bem posicionado para isso, e ajuda o Botafogo ser das equipas que melhor futebol pratica no Brasil, e possuir agora a estabilidade que não teve na época anterior.

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Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.