Developer:Gust, Koei Tecmo Games
Plataforma: PlayStation 4, Nintendo Switch e PC
Data de Lançamento: 25 de Fevereiro de 2022
A franquia Atelier é daquelas que raramente consegue ficar muito tempo sem lançar um novo jogo. Ainda o ano passado tive a oportunidade de jogar Atelier Ryza 2: Lost Legends & the Secret Fairy e mais um conjunto de três jogos numa coleção remasterizada de Atelier Mysterious Trilogy DX. Um desses jogos era o primeiro de Atelier Sophie: The Alchemist of the Mysterious Book, original de 2016, mas que tinha um ar mais moderno e me pareceu na altura o mais bem preparado para ter uma sequela. E assim foi. Com a sua forma habitual de JRPG e muita alquimia pelo caminho entramos no sonho de Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream.
A história é uma continuação daquilo que já se viveu na primeira aventura com uma personagem que está presa num livro misterioso, chamado Plachta, que queria recuperar a sua forma humana e acompanhava Sophie. No início deste segundo jogo, depois de abandonar a sua cidade natal para ir aprender mais sobre alquimia e assim seguir uma das vocações da sua avó, a dupla descobre uma enorme árvore idêntica à que Plachta tinha visto num sonho e quando se aproximam, uma espécie de vórtex puxa-os lá para dentro.
É este o ponto de partida para este misterioso sonho que temos pela frente. É com Sophie que acordamos num estranho mundo chamado Erde Wiege e que por acaso, ou não, ouvimos falar que existe uma alquimista chamada Plachta. A curiosidade adensa-se quando se chega ao Atelier e reparamos que Plachta existe mesmo e não é um livro, porém ela não se lembra de Sophie de lado nenhum. Será a mesma? Quem é quem e como se volta para o mundo normal? É este o mistério que há para resolver em Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream.
Atrás de nós vem mais personagens, além desta “aparente” nova Plachta há novos amigos que nos explicam que mundo é aquele onde viemos parar e quais as possibilidades de sair dele. Vamos conquistar várias pelo caminho e até podemos usá-las nos combates por turnos já tradicionais da franquia. Do nosso lado lutam três personagens contra os diversos monstros que encontramos. Muitos são inofensivos e até fáceis de bater, mas quando se chega aos mais fortes já é melhor usar outras técnicas que não apenas o ataque.
Os bloqueios e a defesa podem ser a melhor arma. Para animar isto, uma das nossas vantagens é poder trocar de personagem a meio do combate, o que dá maiores opções quando estamos aflitos a tentar sobreviver aos ataques de monstros. É importante lutar algumas vezes e subir o nível antes de enfrentar os bosses, se não preparem-se para penar um pouco.
É óbvio que além do combate teria de haver os elementos de alquimia. O famoso caldeirão onde combinamos componentes para fazer certos e determinados itens que nos vão ser muito úteis, por exemplo, em combate. Este sistema de mistura de componentes usa agora uma nova categoria que é a Mysterious e onde podemos colocar estrategicamente certos componentes para aumentar a eficiência do que estamos a criar.
À medida que fui fazendo os puzzles, que é o que parece este sistema que Sophie usa para criar, fui percebendo a lógica e consegue-se, com tempo, fazer bons itens. Podem usar também o preenchimento automático, mas não é tão desafiante. Para explicar este sistema, imaginem um painel onde alguns pontos têm símbolos e é com eles que temos de jogar e preencher de forma a ligar os componentes respetivos.
É mais fácil fazer, do que explicar, garanto. Para isto resultar tudo às mil maravilhas é necessário ter mais receitas de alquimia e só assim criamos itens mais fortes. É aqui que se abre a parte de maior exploração do jogo. Quem já jogou o primeiro, sabe que Sophie gosta de explorar e apanhar os mais diversos componentes para depois ter tudo à mercê quando descobrimos receitas novas.
Este novo mundo de Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream é mais preenchido que o do primeiro jogo e há uma opção que podemos usar que torna todo este universo ainda com maior diversidade que é a mudança do clima. Com as Dreamscape Stones podemos mudar entre chuva e sol e com isso alterar drasticamente os cenários que estávamos a explorar. Uma boa nova que muda, muitas vezes, a forma como jogamos e a maneira de fazer avançar a aventura.
Visualmente, o jogo segue a mesma lógica de todos os da franquia, em modo anime, mas não impressiona além do que já viram noutros jogos, principalmente depois da versão DX do primeiro jogo de Atelier Sophie. Neste campeonato, penso que só vai evoluir mais quando se passar para uma versão nas consolas de última geração. Não o sendo, e se calhar já estou mal habituado nisto, os tempos de carregamento parecem um pouco lentos e exagerados, uma vez que cada vez que mudamos de zona, vem uma secção de loading. Isto torna o ritmo do jogo bastante lento e penoso por vezes.
Para quem nunca jogou nada da deste tipo, aconselho a lerem mais sobre Atelier, que tem imensas personagens e jogos diferentes. Não tenho a certeza que este seja o jogo ideal para começarem, mas podem fazer sem medo de não perceber a história, até porque podemos consultar um resumo do que se passou no primeiro jogo. Há ainda diversos tutoriais mas não os achei muito intuitivos, uma vez que apenas nos dizem como fazer e não nos obrigam a fazer propriamente.
Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream é a continuação do que a franquia já tem vindo a fazer e até mostra algumas boas ideias para o futuro, nomeadamente a alteração do clima que gera uma mudança de cenário bastante engraçada. Ainda assim, as novidades não são assim tantas quanto isso, o que pode desmotivar alguns jogadores mais entusiastas.