Developer: Insomniac Games / Nixxes Software
Plataforma: PC
Data de Lançamento: 30 de janeiro de 2025

Depois do enorme sucesso de Marvel’s Spider-Man 2 na PlayStation 5, era uma questão de tempo até os jogadores do PC terem também a oportunidade de jogá-lo. Seguindo o caminho (e bem) de muitos dos exclusivos PlayStation: ser lançado inicialmente na consola da marca, e passado algum tempo chegar ao PC, tal como aconteceu com os seus antecessores: Marvel’s Spider-Man Remastered e Marvel’s Spider-Man: Miles Morales.

Como já tínhamos analisado o jogo na PlayStation 5, uma análise super detalhada do Pedro Moreira Dias (um daqueles fanáticos do Spider-Man), vamos inicialmente focar-nos nas novidades que esta versão do jogo para PC traz, e depois, abordar todos os outros aspectos do jogo, como a história, o combate, a exploração, etc.

As novidades desta versão para PC de Marvel’s Spider-Man 2, recaem principalmente nas opções gráficas. Como todos já sabemos, o PC proporciona sempre muitas opções para os jogadores ajustarem os jogos ao gosto de cada um, quer seja dando prioridade à qualidade gráfica, como ao desempenho. Havendo também quem tenha aquele “maquinão”, que simplesmente coloca tudo no máximo e ainda assim usufrui de qualidade gráfica e desempenho ao mesmo tempo.

Um dos destaques está na possibilidade de ativar as opções de DLSS 3 ou FSR 3.1 para permitir melhorar o desempenho do jogo. Opções muito bem-vindas, visto que os fps (frame por segundos) estão desbloqueados ao contrário do que acontece na versão consola, e assim permite-nos ter um jogo ainda mais fluido. Algo que me agradou, até porque as consolas não têm essa possibilidade, é o suporte para monitores ultrawide, sendo que agora podem usufruir do jogo nas resoluções de 6:9, 16:10, 21:9, 32:9 e 48:9. Por fim, não esquecer o Ray-Tracing, que foi melhorado na versão PC, oferecendo assim ainda mais detalhes nas reflexões, iluminação, sombras e outros aspectos do cenários em comparação com a versão da PlayStation 5.

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Quanto à narrativa, Marvel’s Spider-Man 2 chega com uma história envolvente, que mostra um trabalho brilhante da Insomniac Games a consolidar ainda mais o universo de Spider-Man e das suas personagens. O jogo passa-se após os eventos de Marvel’s Spider-Man e Miles Morales, a história desta vez segue em conjunto Peter Parker e Miles Morales, numa história que mostra ainda mais os lados humanos dos 2 protagonistas, mas também a sua faceta de super-heróis.

Como tinha ficado bem vincado no fim do primeiro jogo, a história irá andar muito à volta de Harry Osborn, o melhor amigo de Peter, que aparentemente parece totalmente recuperado da sua doença. Embora seja fácil perceber como ocorreu a recuperação de Harry, e as cinemáticas iniciais dão-nos logo uma ideia disso, ao ver-se Harry com o simbionte, inicialmente tudo parece ter corrido na perfeição.

Ainda que Harry seja uma personagem importantíssima durante toda a história, Kraven, o Caçador, também não lhe fica atrás. Ao contrário do que muitos pensam, Kraven não é propriamente um vilão, já que ele caça todos os seres que aparentam ter uma força sobrenatural. Por esse motivo, ele anda atrás tanto de vilões como de heróis. A personagem está muito bem criada, e durante toda a aventura mostra-se imponente e extremamente carismático, com motivações profundas mas bastante complexas.

Além disso, e como todos os trailers do jogo nunca esconderam, temos o vilão mais adorado de todo o universo de Spider-Man, Venom, que faz sua estreia na franquia, sendo o grande destaque em boa parte da história. Além disso, a Insomniac Games também não deixou de fora a interessante parte da história de Spider-Man onde Peter Parker absorve também o simbionte, e todas as transformações que isto lhe produz internamente, mas também externamente.

Além de toda a ação da história e dos acontecimentos, algo que os jogadores certamente vão percebendo é como os protagonistas vão crescendo ao longo de todo o enredo. No caso de Peter Parker, nota-se que está mais maduro em relação ao primeiro jogo, existindo uma luta interior entre ser super-herói e querer ter uma vida normal ao lado de Mary Jane. Já Miles Morales, por ser mais novo, cada vez coloca em si mais o peso de carregar o fato de Spider-Man, parecendo quase a antítese de Peter em alguns momentos. A interação entre os dois durante a história é muito interessante, principalmente pelos diversos acontecimentos que o enredo irá trazer.

Quando à exploração e ao mapa da cidade de Nova York, está melhor do que nunca. Tal como nos jogos anteriores, podemos andar por todos os locais, mas agora com um mapa ainda maior, já que novas áreas foram adicionadas ao jogo. Se nos jogos anteriores Manhattan era o local onde se concentrava grande parte da ação, agora temos também icónicas regiões de Brooklyn e Queens.

Algo que me agradou bastante foi como a Insomniac Games conseguiu dar uma identidade própria a cada uma dessas áreas. Agora temos vários bairros residenciais, parques e marcos históricos bem diferentes dos arranha-céus do centro de Manhattan. Além disso, a cidade está mais viva, com mais carros na estrada, mais pedestres a caminharem nas ruas, e com as suas reações mais naturais quando percebem a presença dos heróis. Depois temos todo o nível de detalhes das ruas, edifícios com interiores, onde podemos olhar lá para dentro, tornando a experiência mais envolvente, e os cenários de Nova York ainda mais autênticos.

Sendo o mapa maior, era necessário criar algo para nos movermos mais depressa, agora além do já conhecido Fast Travel, o jogo também apresenta as Web Wings, um recurso que nos faz planar por longas distâncias, utilizando as correntes de vento da cidade para ganhar velocidade. Este novo sistema funciona de forma complementar ao tradicional balanço com teias, criando uma dinâmica fluida que torna a locomoção mais rápida e variada. Algo que não posso deixar de destacar, e que também já acontecia na PlayStation 5, é que o Fast Travel do jogo é praticamente instantâneo, o que permite que não tenhamos quase tempos mortos.

O jogo tem imenso conteúdo, desde as missões principais onde vamos avançando na história e passando por uma grande variedade de locais. Apresenta também missões paralelas, e embora estas sejam opcionais, agora são bastante variadas, e com algumas histórias interessantes, dando vontade de as fazer. Confesso que existe uma ou outra que achei mais chata, principalmente pela “obrigatoriedade” de aparecer sempre missões que tenham a ver com a luta pela igualdade de género, da raça e dos direitos LGBTQA+. É algo que devia aparecer no jogo de outra forma, e não com missões que por vezes só nos fazem perder o envolvimento e a diversão que um jogo de super heróis deve ter.

Tal como nos jogos anteriores, continuamos a ter os diversos desafios que vão aparecendo nas várias zonas do mapa, como as perseguições, salvar alguém que foi raptado, proteger alguém que foi roubado, entre outras tarefas. Existem também os locais com desafios de combate e furtividade, que neste Marvel’s Spider-Man 2 confesso que ainda os achei mais interessantes e desafiantes. Os quebra-cabeças científicos de Peter permanecem no jogo, e agora foram igualmente adicionados os desafios tecnológicos de Miles. Depois temos os habituais colecionáveis e segredos espalhados pela cidade que são imprescindíveis para quem quer platinar o jogo.

Em termos de jogabilidade, Marvel’s Spider-Man 2 melhorou aquilo que já era bom, trazendo mecânicas mais dinâmicas e um combate mais aprimorado. Começando pelo combate, este continua a ser um dos pilares do jogo, mantem a fluidez e a criatividade a que os anteriores jogos já nos habituaram, mas agora enriquecendo o jogo com novas opções nos combates, tornando-os ainda melhores. Um desses exemplos é o sistema de Parry que foi adicionado nos combates contra inimigos mais fortes, e os ataques especiais de Peter e Miles.

Embora ambos sejam Spider-Man, cada um possui as suas habilidades únicas, e isso torna o jogo diferente, permitindo abordagens completamente diferentes, mesmo quando lutamos contra inimigos iguais. Além disso a possibilidade de trocar de heróis em grande parte do jogo (existem momentos que não é possível por causa do contexto da história), fará com que o jogador também vá tendo as suas preferências. Algo que vão notar, em relação aos outros jogos, é que os inimigos estão mais agressivos, o que nos incentiva a usar as esquivas, e a fazer contra-ataques. Além disso, saber usar o stealth, ajudará bastante quando estamos a combater contra inúmeros inimigos, dando-nos a possibilidade de os nocautear um por um.

Um dos destaques do jogo, tal como aconteceu nos títulos anteriores, é a enorme variedade de fatos que Peter e Miles tem para vestir. Grande parte dos fatos têm inspiração tanto nos filmes, como em revistas de banda desenhada e também algumas criações da própria Insomniac Games. Para obtermos esses fatos, temos de cumprir determinados objetivos, desde subir até um determinado nível, fazer missões paralelas, apanhar um determinado número de colecionáveis, entre outras coisas. É uma maneira de nos fazer explorar o jogo para além da história principal, de maneira a nos manter entretidos. É também importante salientar que agora os fatos não estão agarrados às habilidades, por isso são meramente visuais.

Temos ainda as árvores de habilidades, e não, não me enganei, são três; uma referente a Peter, outra a Miles e uma que é compartilhada entre os protagonistas, isto é, o que aprenderem nessa, irá afetar as duas personagens. Isto acontece, porque como disse acima, Miles tem um tipo de habilidades bem diferentes de Peter, como por exemplo aqueles que utilizam a sua bioeletricidade. Os de Peter que inicialmente até parecem mais básicos, com o tempo mostram-se verdadeiramente interessantes, já que irão aparecer alguns novos, que estarão ligados ao simbionte. Por fim, as habilidades compartilhadas, que estão relacionadas com a resistência, melhorias de teias e até alguns combos de luta.

Passando para o aspecto gráfico, a Insomniac Games tem vindo a cada novo jogo a aumentar a fasquia da franquia. Marvel’s Spider-Man 2 ainda eleva mais todo o que já tínhamos visto, e esta versão, com o Ray Tracing ativado, mostra uma qualidade que nos deixa por vezes boquiabertos. Alguns desses exemplos são os reflexos nos arranha-céus, nas vitrines das lojas e até mesmo nas poças d’água que são renderizados de forma realista, oferecendo assim uma qualidade ao jogo incrível. A iluminação é outro aspecto que chama a atenção, na forma como a luz do sol reflete nos edifícios ou ilumina as personagens, criando um aspecto visual incrível.

Como disse anteriormente, os edifícios são outro ponto incrível, com texturas muito realistas, e os interiores visíveis e detalhados dão uma sensação de realidade extraordinária. A cidade variada e com vida também é outro ponto muito positivo, e além dos cidadãos a andar pela cidade, a diversidade de veículos também dá realismo ao jogo. A vegetação é outro ponto de destaque, quer as pequenas ervas, como os parques com árvores, com as folhas a esvoaçar. Algo que o início do jogo é mostrado de maneira incrível, são as pequenas poeiras a pairar no ar, com os grãos de areia no chão a mostrar uma atmosfera que nos deixa logo impressionados.

Depois temos o sistema dia e noite, que vai alterando a cidade, com esta iluminada durante a noite, diversos locais com neons nos letreiros, e alguns becos mais escuros como acontece em todas as cidades. O nascer e o pôr do sol são também alguns dos momentos mais bonitos que podemos ver no jogo.

As personagens, tal como nos jogos anteriores, estão muito bem detalhadas, quer Peter, Milies, Mary Jane, assim como os outros. Um dos exemplos disso, é nos diversos diálogos, podemos ver as diversas expressões faciais bastante realistas. Depois os vilões também estão com uma qualidade e detalhes impressionantes.

As cinemáticas também estão incríveis, oferecendo momentos magníficos e que dão vivacidade ao jogo. Muitos desses momentos acontecem durante momentos de ação, quer no meio de algumas batalhas com bosses como em momentos chave da história.

Embora o jogo esteja incrível no aspecto gráfico, não podemos fugir aos problemas que chegaram com ele. Desde o jogo bloquear por completo, ter quebra de frames absurdas, por vezes não renderizar as texturas por completo, entre outros artefatos. Muitos desses problemas têm sido com placas da Nvidia, e quando ativamos algumas das opções como o DLSS parece que tudo piora. Felizmente, a Nixxes, estúdio que fez o port do jogo da PlayStation 5 para o PC, tem vindo a lançar patch que tem vindo a melhorar estes problemas.

O aspecto sonoro é outro dos elementos fundamentais do jogo, já que consegue em grande parte criar uma atmosfera incrível. Muito disso se deve à banda sonora do jogo, que apresenta composições verdadeiramente emotivas. Os efeitos sonoros são outro dos pontos cruciais, desde o icónico som das teias sendo lançadas, o barulho da cidade como o som dos veículos, das buzinadelas ou das pessoas a falar. Nos combates, também são bem audíveis os sons dos golpes, das esquivas e até das habilidades quando usamos alguma. Outro som icónico é o do simbionte, quer quando está em Peter, como quando Venom aparece, como aquele efeito viscoso e até grotesco a ser bem audível.

O voice acting também está bastante competente, e tanto na versão original, como na versão portuguesa apresentam uma representação muito credível, com momentos de maior emoção, como outros de alegria. A voz de Venom também está muito bem conseguida, e cria mesmo uma sensação de um ser poderoso cada vez que a ouvimos.

Marvel’s Spider-Man 2 é sem dúvida o melhor jogo da franquia. É um incrível título que chega ao PC, pena os diversos problemas técnicos que mancharam este lançamento. Ainda assim, o jogo está a recuperar bem com os patch que andam a ser lançados, por isso, vale bem a pena ser jogado.

REVER GERAL
Geral
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Rui Gonçalves
Desde o tempo do seu Spectrum+2 128k que adora informática. Programador de profissão nunca deixou de lado os jogos, louco por RPGs e jogos de futebol. Adora filmes de acção e de ficção científica, mas depois de ver o Matrix nunca mais foi o mesmo.
analise-marvels-spider-man-2-pc<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Graficamente incrível</li> <li style="text-align: justify;">Uma história densa e envolvente</li> <li style="text-align: justify;">Mecânicas de combate</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Os diversos problemas técnicos que mancharam o lançamento</li> </ul>