Developer: Sony San Diego
Plataforma: PlayStation 5, Xbox Series X|S, PlayStation 4, Xbox One, PC
Data de Lançamento: 19 de Março de 2024

Goste-se ou não de basebol, a verdade é que se estiver a passar na vossa televisão o MLB The Show 24, vai parecer que está mesmo a dar um jogo na realidade. Quer a nós jogadores, quer a quem esteja de fora a ver, a sensação que dá é a de estarmos a fazer parte de uma transmissão real. Tal como já acontece no NBA 2K ou no F1 por exemplo. 

Já não é de agora, mas parece que a cada ano que passa, a Sony San Diego consegue surpreender-nos. Há agora uma melhor iluminação nos estádios e isso reflete-se nos jogadores e nas próprias bancadas que estão muito bem recriadas. As animações são mais variadas, o que o distingue do jogo antecessor, embora com o tempo se tornem recorrentes e feitas as contas se calhar nem são assim tantas, pelo menos a olho nu.

Sabemos que esta modalidade não é das mais populares em Portugal, mas haverá certamente um nicho de pessoas que ainda a seguem. Muitos desses se calhar nem jogam videojogos, mas o que é engraçado é que até quem não acompanha a realidade deste desporto, gosta pelo menos de vir experimentar MLB The Show e a sorte aqui está com os detentores de o Game Pass na Xbox, uma vez que pelo terceiro ano consecutivo, o jogo aparece lá no catálogo e se forem subscritores, basta descarregá-lo e jogar. Pode parecer estranho o jogo ser dos estúdios PlayStation e aparecer assim no serviço da Microsoft, mas esta já é uma decisão antiga em que todos parecem ganhar com isso. Oxalá pudesse ser assim com mais jogos. A verdade é que isto permite que o jogo chegue a mais gente e se torne mais acessível.

Essa é certamente  uma das razões para a Sony San Diego colocar a jogabilidade acessível a todos, até aos mais descoordenados, embora nem sempre seja fácil acertar uma tacada. Tal como já acontecia nos anteriores, MLB The Show 24 permite-nos escolher a maneira como queremos jogar e adaptar as nossas limitações ao jogo. Desde escolher bater a bola com base na zona em que ela cai ou apenas escolher os botões do comando, onde “basta” carregar no momento certo, são apenas um exemplo da maneira como podemos personalizar a nossa jogabilidade.

Para quem não sabe as regras de um jogo de basebol, eu diria para não estarem muito preocupados, até porque à medida que se vai jogando, vamos percebendo melhor algumas regras. É bom saberem o básico, que já expliquei há uns anos na análise a MLB The Show 2021, mas há sempre coisas a mudar de ano para ano, de forma mais técnica, que só jogando é que nos apercebemos.

Publicidade - Continue a ler a seguir

A aposta deste MLB The Show 24 continua a ser naquilo que tem feito bem e os modos de jogo são idênticos aos do ano passado, mas com algumas novidades, principalmente no modo Storylines ou no Road To The Show. No primeiro, está de regresso as Negro Leagues, para uma segunda temporada de várias histórias de atletas negros, que na altura, entre 1920 e 1948, tiveram de criar uma liga à parte porque não eram aceites na MLB. Esta novidade foi muito bem recebida o ano passado e por isso foi prolongada para uma nova temporada de novos atletas. Eu aqui o que gosto mais é da própria maneira como a história nos é contada através da voz cativante de Bob Kendrick, presidente da Negro Leagues Baseball Museum, que se dedica a preservar a memória destes jogadores que fizeram muito pela modalidade.

Este modo tem ainda o modo história de Derek Jeter, ex-jogador e eterno capitão dos New York Yankees com declarações do próprio e obstáculos pelo meio do caminho. Mais uma vez eu gostei mais das partes em vídeo, do que propriamente os desafios que tive pela frente. Fica a ideia de um modo bom, mas com falta de chá no que toca à variedade dos desafios.

Outra novidade bem vinda é no Road To The Show, o modo onde somos um jogador e lutamos por um lugar na equipa e por vitórias. Isto nós já sabemos de anos anteriores, mas agora é possível fazer com uma personagem feminina. É bom ver este tipo de inclusão, já usado em vários jogos como o FIFA, a F1 ou o NBA 2K há vários anos. A história que seguimos até é bastante credível, onde duas amigas conseguem um lugar no Draft e são escolhidas para equipas diferentes. Temos várias opções de diálogo que podemos optar, mas senti a falta das vozes das personagens, uma vez que tudo o que nos aparece é em texto. 

Outra adição a este modo é o Draft Combine, onde numa fase inicial, passamos por quatro fases de teste como jogador para despertar o interesse de várias equipas e poder ser escolhido mais acima no próprio Draft. Sabemos que isto não significa ir para uma equipa melhor, uma vez que nestes eventos, normalmente a pior equipa do ano passado é quem tem as primeiras escolhas. Ainda assim, eu acho esta forma mais realista e imersiva de seguir uma carreira de jogador. Só é pena os nossos testes não melhorarem automaticamente os nossos atributos, mas talvez isso venha acontecer numa próxima versão.

Ainda neste modo, há novidades para as posições defensivas com as chamadas “Jogadas de Impacto” que permitem agora através de mini-jogos e eventos de rapidez definir se a bola é bem passada ou não, ou se conseguimos defender uma base. Basicamente o jogo fica em câmera lenta e coloca uma sequência de botões nos quais temos de carregar num determinado tempo. Gostei da ideia porque gosto deste tipo de desafios rápidos e permite uma nova abordagem à maneira de jogar quando estamos na defesa, tornando-a um bocado mais atrativa, embora não chegue aos calcanhares de jogar no ataque quando temos de dar as tacadas.

Nos restantes modos de jogo não notei alterações de fundo. O modo Franchise permite-nos controlar a equipa, o orçamento, as contratações e até os treinos de primavera, lembrando o modo Carreira de Treinador no antigo FIFA ou o modo MyNBA. O modo March To October, regressa igual a si próprio, onde jogamos apenas os momentos chave da época e baseado na nossa prestação neles, é feita a simulação de vitórias ou derrotas nos próximos jogos. Podem optar por jogar com clubes candidatos ou outros menos prováveis de vencer, MLB The Show 24, ajuda-nos a saber quem são os possíveis vencedores do campeonato. 

Paga-nos o café hoje!

Só falta mesmo o modo das cartas, a lembrar o FUT ou o MyTeam que aqui se chama Diamond Dynasty. Desculpem desde logo o preconceito e a desconfiança de que estes modos servem para nos levar mais dinheiro, além do que já pagaram pelo jogo. É por isso um modo, onde as microtransações podem fazer das suas, embora não me pareça tão gritante como no NBA 2K por exemplo. Há cartas com validade e motivação e vários modos de jogo dentro desta dinastia, desde jogos de temporada contra a CPU, ou jogos contra amigos ou com outros jogadores online. Também podem fazer partidas cooperativas e evoluir uma possível equipa que parece fraca ao longo do tempo. Um pormenor importante é o overall dos jogadores mais baixo, para depois ir sendo atualizado com novas temporadas.

A banda sonora é sempre um dos pontos que gosto nestes jogos e este ano não é excepção. É sempre uma boa entrada quando oiço o rock dos Idles ou o blues de Gary Clark Jr. Podemos ir até  ZZ Top, James Brown ou Alfie Templeman, continuando a viagem com A Tribe Called Quest ou Black Pumas. De se tirar o chapéu. 

MLB The Show 24 dá uma tacada certa para mais um home run bem conseguido. Mantém a base protegida dos jogos anteriores e arrisca chegar mais longe com a introdução de atletas femininos e uma nova vida à maneira de jogar quando estamos a defender. São estas as mudanças de fundo, num jogo que para o bem, e para o mal, é de basebol.

REVER GERAL
Geral
Artigo anterior11 coisas que gostava de saber quando comecei a jogar Dragon’s Dogma 2
Próximo artigoNovo DLC de Dragon Ball Xenoverse 2 anunciado
Aprendeu a jogar ao Pedra, Papel, Tesoura com o Alex Kidd e a contar até 100 com o Sonic. Substituiu a Liga da Malásia pela Liga Portuguesa no Fifa 98 e percebeu que havia jogos melhores que filmes com o Metal Gear Solid.
analise-mlb-the-show-24<h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #339966;">SIM</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Grafismo impressionante</li> <li style="text-align: justify;">Introdução de atletas femininos no Road To The Show</li> <li style="text-align: justify;">Modo Storylines com mais Negro Leagues e Derek Jeter</li> <li style="text-align: justify;">As Jogadas de Impacto melhoram a forma de defender</li> </ul> <h4 style="text-align: justify;"><strong><span style="color: #ff0000;">NÃO</span></strong></h4> <ul> <li style="text-align: justify;">Muito idêntico a anos anteriores</li> <li style="text-align: justify;">É preciso algum treino para dar boas tacadas</li> </ul>

Deixa um comentário